domingo, 10 de abril de 2011

SIDNEY LUMET (1924-2011)

Morreu nesse sábado (09 de abril) de câncer linfático o cineasta Sidney Lumet. Sua carreira começou no "genesis" da televisão estadunidense. Lumet dirigia vária séries de TV no começo da década de 50. Mas logo em seu debute para o cinema, o cineasta agraciou os cinéfilos com uma obra-prima. Produzido pelo grande astro Henry Fonda, "12 Homens e uma Sentença" é considerado um dos grandes filmes da década de 50.

Sidney Lumet foi um dos grandes cineastas estadunidenses da história, mas diferente de outros nomes como Stanley Kubrick, Francis Ford Coppola e Martin Scorsese. Seu cinema era de longe autoral. De fato Lumet nunca foi inventivo em seus takes, e não revolucionou tecnicamente a sétima arte. Contudo foi um excelente diretor de atores, arrancando grandes performances de lendas do cinema. É o caso do já citado Henry Fonda em "12 Homens e uma Sentença"; Rod Steiger em "O Homem de Prego"; Katharine Hepburn em "Longa Jornada Noite Adentro"; Sean Connery em "A Colina dos Homens Perdidos"; Al Pacino em "Serpico" e "Um Dia de Cão"; Peter Finch em "Rede de Intrigas"; Paul Newman em "O Veredicto".

Na década de 60 Lumet trabalhou com grandes astros do cinema, sempre analisando um tema em destaque do período. Como em "Limite de Segurança" de 1964, que no auge da Guerra Fria, abordava a tensão psicologica de uma suposta guerra nuclear entre os EUA e a URSS. Ou a perda da fé de um judeu depois do nazismo em "O Homem de Prego". Lumet se consolidou como um grande cineasta que exigia o ensaio diário de seus atores antes das filmagens. Muitos dos artístas que trabalharam com ele ganharam ou simplesmente foram indicados ao Oscar. Lumet também foi agraciado com cinco indicações; quatro como diretor e uma como roteirista. Mas lamentavelmente nunca ganhou, levando a Academia se redimir em 2005 com uma estatueta honorária ao lendário cineasta.

Com a crise dos grandes estúdios de Hollywood, o cinema marginal que era muito evidenciado nos países europeus chegou também aos EUA. Foi nessa leva que Lumet aproveitou o cinema de protesto para dirigir grandes obras de apelo crítico social. No excelente "Serpico", por exemplo, Lumet tira de Al Pacino a vulnerabilidade de um policial honesto mergulhado na corrupção do  Departamento de Polícia de Nova York. Em "Um Dia de Cão" vários segmentos são criticados pelo contundente roteiro de Frank Pierson, e pela firme direção de Lumet que abriu espaço para debates sobre a economia americana que estava em declínio naquele momento, devido a Guerra do Vietnã. O filme também abordou o homossexualismo que fora evidenciado pela atuação visceral de John Cazale.

Na década de 80, Lumet continuou trabalhando, e quase anualmente lançava algum projeto, revesando-se entre cinema e televisão. Nesse período dirigiu bons suspenses e filmes policiais como "O Príncipe da Cidade", "O Vereditcto", "Power" e "O Peso de um Passado", filme que alavancou o talentoso River Phoenix para o mainstream. Nas décadas seguintes trabalhou em produções mais discretas, fechando sua bela carreira com toda a tensão de seus tempos aúreos em "Antes que o Diabo Saiba que Você está Morto".

 TOP 5

 A COLINA DOS HOMENS PERDIDOS (1965)

 UM DIA DE CÃO (1975)

LIMITE DE SEGURANÇA

REDE DE INTRIGAS


 12 HOMENS E UMA SENTENÇA

         Crítica de "12 Homens e uma Sentença"

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