quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Indicados ao Globo de Ouro 2011

Francamente posso dizer que estou decepcionado com os indicados do Globo de Ouro 2011. O prêmio concedido pela crítica internacional, e que acontece no dia 16 de janeiro em Los Angeles, revelou suas indicações. A categoria que mais me decepcionou foi a de "Melhor Comédia ou Musical". Pérolas como "Burlesque" e "Red-Aposentados e Perigosos" foram dois dos cinco indicados. Os fracos "Alice no País das Maravilhas" e "O Turista", ambos com Johnny Depp também foram lembrados nessa categoria. A única película ao meu ver que mereceu uma indicação foi o indie "Minhas Mães e meu Pai". Cade o "Scott Pilgrim" entre os indicados?

Após a aguardada revelação, Hollywood começa com sua temporada pré-Oscar, apostando em seus filmes favoritos. Uma pena que 2010 não foi um grande ano para o cinema estadunidense. Os grandes favoritos são; Jesse Eisenberg (Rede Social) para ator; Natalie Portman (Cisne Negro) para atriz; Christian Bale (O Vencedor) para ator coadjuvante; Helena Bonham Carter (O Discurso do Rei) para atriz coadjuvante. Já David Fincher deve receber o Globo de Ouro como melhor diretor por "A Rede Social". Confira a lista dos indicados.

Melhor filme dramático
Cisne Negro (FOTO)
A Rede Social

  Melhor comédia ou musical
 Alice no País das Maravilhas
O Turista

  Melhor ator dramático
Mark Wahlberg por O Vencedor

  Melhor atriz dramática
Michelle Williams por Blue Valentine

Melhor ator de comédia ou musical  
Kevin Spacey por Casino Jack

  Melhor atriz de comédia ou musical
Emma Stone por A Mentira (FOTO)

Melhor ator coadjuvante
Geoffrey Rush por The King's Speech

Melhor atriz coadjuvante
Jacki Weaver for Animal Kingdom

  Melhor diretor
David O. Russell por O Vencedor (2010)

Melhor roteiro
A Rede Social (2010): Aaron Sorkin

 Melhor canção
Burlesque (2010/I): Samuel Dixon, Christina Aguilera, Sia Furler("Bound to You") (FOTO)
Burlesque (2010/I): Diane Warren("You Haven't Seen The Last of Me")
Country Strong (2010): Bob DiPiero, Tom Douglas, Hillary Lindsey, Troy Verges("Coming Home")
Enrolados (2010): Alan Menken, Glenn Slater("I See the Light")

 Melhor trilha sonora
A Rede Social (2010): Trent Reznor, Atticus Ross

 Melhor animação
Meu Malvado Favorito
Toy Story 3

  Melhor filme estrangeiro
Biutiful (2010)(Mexico/Espanha)
Le concert (2009)(França)
Kray (2010)(Rússia)
Io sono l'amore (2009)(Itália) (FOTO)
Hævnen (2010)(Dinamarca)

Homenageado da noite (Cecil B.De Mille): Robert De Niro

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Retrospectiva de um cinéfilo 2010 - TOP 25- Os melhores

Tenho uma mania que me acompanha já faz três anos. Todo filme que assisto, seja bom ou ruim, eu procuro o pôster no Google, e salvo em uma pasta. Renomeio com a data que assisti, e em seguida dou minha nota para o filme. Em 2010 ano tive o privilégio de assistir a mais de 200 filmes. Talvez você ache uma média alta, mas tem muito cinéfilo que conheço que assiste pelo menos um filme por dia. Uma prazerosa tarefa diária que seguiria a risca caso não trabalhasse.

Como evito assistir películas ruins, tive uma média alta de filmes com nota acima de sete. "Garinpando" o mundo cinematográfico, descobri tesouros inestimáveis de cineastas consagrados, e obras de países com mercado de cinema alternativo. Também me frustrei com obras ditas por muitos como excelentes. Claro que tenho que seguir minha bagagem cinematográfica e não "nadar a favor da corrente". Por isso decidi dividir com vocês algumas impressões que tive sovre os filmes de 2010.

Abaixo segue os 25 melhores filmes que assisti nesse ano. O critério adotado para essa lista foi das películas com as maiores notas, e com características que as tornam obras-primas.

25-)Vingança Redentora de Shane Meadows (2004) - Inglaterra- Suspense
24-) Akira de Katsuhiro Ôtomo (1988) - Japão - Animação

 23-) Lone Star- A Estrela Solitária de John Sayles (1996)- EUA- Suspense

22-) Caro Diário de Nanni Moretti (1993)- Itália- Comédia

21-) A Rede Social de David Fincher (2010)- EUA- Drama

20-) Gritos e Sussuros de Ingmar Bergman (1972)- Suécia- Drama

19-) A Fita Branca de Michael Haneke (2009)- Alemanha- Drama

18-) Barton Fink de Ethan Coen e Joel Coen (1991)- EUA- Drama

17-) Scott Pilgrim contra o Mundo de Edgar Wright (2010)- EUA- Comédia

16-) Rififi de Jules Dassin (1955)- França- Suspense

15-) Nove Rainhas de Fabián Bielinsky (2000)- Argentina- Suspense

14-) Meu Jantar com André de Louis Malle (1981)- EUA- Drama

13-) A Rosa Púrpura do Cairo de Woody Allen (1985)- EUA- Comédia


 12-) Toy Story 3 de Lee Unkrich (2010)- EUA- Animação


11-) Stalker de Andrey Tarkovskiy (1979)- URSS- Drama

10-) Faça a Coisa Certa de Spike Lee (1989)- EUA- Drama

09-) Meu ódio será tua Herança de Sam Peckinpah (1969)- EUA- Faroeste

08-) Glória Feita de Sangue de Stanley Kubrick (1957)- EUA- Guerra

07-) Marca da Maldade de Orson Welles (1957)- EUA- Suspense
06-) Os Sete Samurais de Akira Kurosawa (1954)- Japão- Drama

05-) Cidade dos Sonhos de David Lynch (2001)- EUA- Drama

04-) Doze Homens e uma Sentença de Sidney Lumet (1957)- EUA- Suspense

03-) O Sétimo Selo de Ingmar Bergman (1957)- Suécia- Drama

02-) Dr.Fantástico de Stanley Kubrick (1964)- EUA- Comédia

01-) Viver de Akira Kurosawa (1952)- Japão- Drama

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O SÉTIMO SELO (1957)

Ingmar Bergman, amante da vida, e como todo humano, temeroso a morte, várias vezes abordou-a em sua extensa filmografia. O cineasta sempre fez questão de lembrar seu espectador sobre a sua presença inerte durante a vida de cada indivíduo. Ele a usou como vingança em "A Fonte da Donzela", como desequilíbrio familiar em "Gritos e Sussuros" e inspiração nostálgica em "Morangos Silvestres". Porém em "O Sétimo Selo" o cineasta a materializou como uma exímia xadrezista. Tendo como oponente um robusto cavaleiro, inseguro quanto sua fé e descrente da existência divina.


Após convidar a morte (Bengt Ekerot) em pessoa para uma partida de xadrez, Antonius Block (Max von Sydow) tenta domina-la afim de adiar sua existência. Orgulhoso diante da seviciadora criatura encapuzada, o cavaleiro traça armadilhas para despista-la. O tabuleiro é uma Suécia doente tomada pela Peste Negra. As peças são os camponeses que servem como inspiração para o descrente Block. Entre eles um belo casal de atores andarilhos, que passam o tempo entretendo povoados sofridos e temerosos. A vitalidade em torno deles, contrasta com a filosofia niilista do cavaleiro, que outrora servia Deus através de sua cortante espada. Ao conhecer e ajudar o casal de artistas, Block sente-se protegido pelo efémero sentimento de esperança que o domina. Como uma breve salvação, os andarilhos tornam-se um ofuscante significado para sua vida banal.


    A solidão do inseguro protagonista só não é maior devido a presença de Jons (Gunnar Björnstrand), seu fiel escudeiro. Com aptidão à discursos bem articulados, o grandalhão e carismático companheiro, ajuda oprimidos camponeses na árdua tarefa de sobrevivência. Sua grandeza espiritual o protege do temor em relação a sombria e constante presença da morte. 

   Escondidos em máscaras viris e truculentas, Block e Jons planejam cruzar uma escura floresta durante a noite, afim de se chegarem salvos ao castelo do cavaleiro. Com eles o radiante casal de artistas Jof (Nils Poppe) e Mia (Bibi Andersson) e o pequeno filho, além do lenhador Blacksmith (Åke Fridell) e sua lasciva e adúltera esposa Karin (Inga Landgré). Apesar da ligeira esperança nutrida através de seus novos companheiros, a morte cruza novamente o caminho do incessante cavaleiro, e o enfraquece com a presença de uma jovem moça. Considerada o demônio em pessoa, a Bruxa, como é chamada pelos cavaleiros a serviço de Deus, é questionada pelo esbelto cavaleiro descrente, que tenta se convencer da possessão. Ao invés disso ele presencia o terror nos olhos lacrimosos da amaldiçoada garota em chamas. Sua fé então, abruptamente desvanece, torna-o vulnerável a sedenta figura negra que o atormenta. 
   "O Sétimo Selo" é um ensaio sobre a fé questionada e sobre a figura divina que alivia o temor da humanidade. A descrença na imagem de Deus se bifurca e traça caminhos opostos aos olhos de cada um. Uma obra-prima merecedora da admiração para qualquer entusiasta da sétima arte e/ou filosofia. A concepção primorosa do cineasta sueco não se resume apenas em sua mão firme ao tratar do tema. Mas também por encaixar elementos que criam uma atmosfera tensa para o espectador. Tal qual o conjunto das imagens bem fotografadas em preto e branco, até a contundente trilha sonora. Bergman criou um filme com duas vertentes distintas que pode se encaixar ao gosto de seu espectador. Portanto assista e faça sua escolha.
 

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