sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Bohemian Rapshody: ótimo filme, péssimo documentário




Por: Diego Salomão


Um dos filmes mais aguardados do ano, o longa-metragem sobre o Queen e seu vocalista, Freddie Mercury, cumpre com louvor todos os requisitos de um bom blockbuster: bem dirigido, bons atores, emocionante, bem-humorado, reconstitui espetacularmente bem todos os nuances estéticos da época retratada, mas...



Para quem – como eu – passou metade da adolescência lendo sobre seus roqueiros favoritos, o filme comete erros crassos no que diz respeito à cronologia da carreira da banda. Longe de mim querer bancar um youtuber arrogante, que nunca chegou nem perto do grupo e agora se sente no direito de apontar o dedo na cara, bradando sobre as “mentiras” do roteiro. Não, não diria mentiras. Diria, sim, adaptações cronológicas, que tornaram possível resumir 20 anos em duas horas. A mais gritante delas talvez tenha sido jogar a participação da banda no Rock in Rio 85 nos anos setenta. Para o roteiro, claro, fez todo o sentido, por aparecer no contexto de crescimento mundial da banda, e também por acentuar os problemas e a parcial separação do grupo naqueles meados dos anos oitenta. Entretanto, não deixou de soar estranho que um astro como o que Mercury já era no Rock in Rio ainda morasse em um modesto apartamento como o mostrado no filme. 



Outro fato que me deixou curioso foi a briga dos integrantes, nos anos oitenta, por causa do disco solo do cantor, sendo que o baterista Roger Taylor já havia gravado um trabalho paralelo no fim dos anos setenta. Enfim, pequenas romanceadas na realidade que em nada atrapalham a narrativa dos momentos marcantes da história do grupo: a entrada de Mercury para a banda, a adoção do nome artístico, seus romances, o “sexo, drogas & rock n’ roll” da estrada, a histórica apresentação no Live Aid... Informações omitidas? Pessoalmente, acho que deveriam ter mencionado a parceria com David Bowie, e a de Freddie com a cantora lírica Montserrat Caballé, mas se o longa peca em certas omissões e erros cronológicos compensa em informações e detalhes de bastidores que nenhum documentário até hoje foi capaz de mostrar. 



No fim das contas, bom! Rami Malek está realmente bem no papel de Freddie Mercury, embora, para mim, o grande destaque tenha sido Gwilyn Lee, que conseguiu imitar até a voz do guitarrista Brian May. Se você é fã do Queen, não perca mais tempo e vá ao cinema! Emocione-se, chore e se não se contiver, pode até bater palmas junto com Freddie em “Radio Ga Ga” – sim, isso ocorreu!  
 

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