quarta-feira, 20 de abril de 2011

SOBRENATURAL (2011)




James Wan e Leigh Whannel se conheceram na Austrália ainda na década de 90. O malaio fransino e o roteirista australiano estudaram na mesma faculdade de tecnologia em Melbourne. Em 2003 Whannel roteirizou e protagonizou o curta de nove minutos entitulado "Saw". Um ano depois, a Lions Gate Films comprou os direitos e refilmou o curta com o mesmo nome do original. Wan e Whannel continuaram respectivamente na direção e no roteiro. Bom, o resto todo mundo já sabe. Ambos se tornaram milionários graças ao sucesso estrondoso da franquia "Jogos Mortais", e de seu vilão Jigsaw.

Em 2007 a dupla se reuniu novmente para o fracassado "Dead Silence", terror sobre bonecos de ventríloco. Depois Wan dirigiu o suspense policial "Sentença de Morte", estrelado por Kevin Bacon, John Goodman e Kelly Preston.

Enfim em 2010 os amigos, já milionários, uniram-s para criar o mundo de "Sobrenatural", filme de terror com uma boa pitada de fantasia e humor. Entre os produtores que investiram no projeto da dupla está o recém-milionário Oren Peli, diretor e criador da franquia "Atividade Paranormal".

Havia algum tempo que uma película do gênero não me surpreendia positivamente. "Sobrenatural" era o filme que "Arrasta-me para o Inferno" de Sam Raimi queria ser - original e divertido. Apesar de uma boa dosagem de sustos, o filme da dupla Wan e Whannel também é direcionado para o terror psicológico. Na trama uma pacata família suburbana de classe média muda-se de casa. A casa traz a tona um antigo segredo familiar que toma a alma de Dalton, filho do meio de Josh (Patrick Wilson) e Renai (Rose Byrne). Sem explicações clínicas do suposto coma, a mãe do garoto começa a ter estranhas visões, além de sentir uma constante presença ao redor do filho vegetativo.


 Se fosse em outra película de terror Renai certamente seria tachada como louca, e teria pouco consolo vindo das pessoas ao redor, tendo que encarar o mal solitariamente. Em "Sobrenatural" a dupla brinca com esse clichê do gênero. Josh dá apoia a esposa na decisão de mudar de casa, pois acreditam que o local está assombrado. Novo lar, novos problemas. A áurea em torno do garoto vegetativo começa a ficar pesada, e novos eventos sobrenaturais começam a rodeá-lo. Apoiada por Lorraine (Barbara Hershey), mãe de seu amrido, Renai procura ajuda de uma paranormal aos moldes de "Poltergeist". Por sinal é a sogra da mulher que apresenta a entidade demoníaca que quer se apoderar do corpo de Dalton. A cena em que Lorraine descreve o sonho que teve com o neto, é uma das mais assustadoras dos últimos anos.


O filme então ganha em humor com a presença dos assistentes da paranormal Elise Rainier (Lin Shaye) - Tucker (Angus Sampson) e Specs (o nosso estimado roteirista Leigh Whannel).  O roteiro brinca com as estranhas parafernalhas técnicas de detectação de espectro da dupla, que vai de uma antiga máquina fotográfica de brinquedo, até uma bizarra máscara de mergulho que serve como proteção na hora de fazer contato com a dimensão espiritual.


Contudo "Sobrenatural" tem alguns deslizes que impede o filme de se tornar uma grande obra do gênero. O filme é muito explicativo, perdendo preciosos minutos de tensão para destrinchar a origem dos espíritos que rodeiam Dalton. Pelo menos Leigh Whannel usou o bom senso para não entrar a fundo nas origens da assustadora criatura demoníaca de face sangrenta e garras pontudas. O final também é muito bom, mas infelizmente dá margem para continuações, ainda mais com o sucesso inesperado nas bilheterias estadunidentes arrecadando quase U$36 milhões. Ótimo rendimento, ainda mais pelo baixo orçamento de U$1.5 milhão.



Portanto se você tinha alguma insegurança, pode ficar tranquilo. "Sobrenaturall" pode te surpreender positivamente, com uma premissa aparentemente simples, mas que pelo bem e pelo mal se desenvolve durante o filme, pontuado por efeitos especiais criativos e atmosfera tensa. Uma pequena grande obra que merece ser vista no cinema.

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