quinta-feira, 1 de março de 2012

Estréia da semana - PODER SEM LIMITES


    Fui na cabine de imprensa sem grandes expectativas para "Poder sem Limites". O que eu sabia era que o filme em formato de "falsa filmagem achada" foi bem recebido pela crítica e pelo público nos EUA. Porém quando sai da sessão, fiquei surpreso com que eu vi. Engana-se quem pensa que a película é um mero "mockumentário" de ação. O filme dirigido pelo desconhecido Josh Trank, é um inspirado pastiche de cultura pop e análise psicológica.


   A dinâmica narrativa foge do convencional subgênero de "falsos documentários", pois em "Poder sem Limites" a câmera é uma protagonista. O jovem Andrew a adquire como um escapismo, documentando incessantemente os frustrantes passos de sua vida. O pai é um bombeiro aposentado por invalidez, consumido pelo alcoolismo, enquanto sua mãe agoniza doente em estagio terminal. Seu único companheiro é Matt (Alex Russell), primo de Andrew que devaneia em aspirações psicológicas.



   Acometido pelo bullying e a solidão, o jovem cinegrafista registra a rejeição dos colegas e das garotas, além da violência do pai. Paradoxalmente os momentos mais belos são representados pela mãe que, apesar de sofrer com sua doença, acolhe o filho com gestos de ternura. Até o dia em que Andrew e seu primo Matt, vão a uma festa em um estábulo, e descobre nas redondezas um misterioso buraco. É nesse local que o protagonista conhece Steve (Michael B.Jordan), um sujeito extrovertido e popular, que é candidato a representante da escola. O trio adentra a escuridão cavernosa, e se defrontam com uma parede que emite luzes. Após um brusco corte na filmagem, revela-se que os três rapazes ganharam poderes telecinéticos. A cada passagem do filme, podemos observar a evolução dos garotos, que usufruem do poder adquirido com o intuito de entretenimento. Eles movem qualquer tipos de objetos, como peças de Lego até veículos, só com o poder mental. Até que eles aprendem a voar. Nesse momento, qualquer tipo de pretensão realista de "mockumentário" em "Poder sem Limites" se dissipa, juntamente com a qualidade das filmagens, já que Andrew a controla por telecinésia.



   


   E o complexo de poderes e grandes responsabilidades, como nos típicos filmes de super-heróis ("Homem-Aranha", por exemplo), tem valores distorcidos nesse filme. A reviravolta fica por conta do caráter de um dos personagens da trama. O "climax" do filme é frenético e bem elaborado, com planos de câmeras de celular, de televisão, de segurança, além daquela adquirida pelo protagonista.  



   O diretor e roteirista Josh Trank mescla a grandiloquência de "blockbusters", com densidade dramática de personagens bem estruturados. No final, o filme surpreende pelas referências à Schopenhauer, e pelos estudos do indivíduo em sociedade e relações familiares. "Poder sem Limites" preza pela diversão, mas se alonga um pouco na construção do caráter de seus protagonistas. Nada que impeça o entretenimento da trama.

Estréia dia 02 de março nos cinemas.

NOTA - 7,5

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1 comentários:

Vini PLay disse...

BOa Crítica! O filme parece ser muito bom.

 

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