domingo, 18 de janeiro de 2009

FESTA DE FAMÍLIA (1998)

O cinema já existe a mais de um século, evidentemente com suas mudanças com o passar do tempo. Mudanças significativas graças à cabeças revolucionárias que apareceram em várias gerações. Seja o Neo-Realismo italiano de Rossellini e De Sica; na Nouvelle Vague de Truffaut e Goddard; no cinema novo de Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha; no Dogma 95 de Vintenberg e Von Trier. Sendo que esse último movimento é o mais recente, e não menos importante que os citados anteriormente. Para uns é apenas utopia, mas para Thomas Vinenberg não. Um exemplo disso é "Festa de Família" de 1998, considerado o primeiro filme do Dogma 95. A película foi feita seguindo as dez regras do manifesto dinamarquês, que consistia em produzir filmes sem nenhuma cosmetização. Ou seja, a produção deveria ser feita da forma mais bruta possível, excluindo totalmente qualquer modernidade imposta pela indústria cinematográfica. Segundo seus autores, o cinema estava se afundando na falta de criatividade dos cineastas e na dependência deles por efeitos artificiais que não soavam como arte, mas sim como produto.

"Festa de Família" é uma produção dinamarquesa, que conta a história de uma festa familiar, organizada pelo patriarca, dentro de seu hotel. No meio do evento um de seus filhos revela que foi abusado sexualmente por seu pai durante a infância. Após o desabafo, uma série de eventos vem à tona, incluindo uma carta perdida da filha suicida que culpa o pai pela triste vida que levava.
Como a cultura escandináva é fria, tanto quanto a temperatura da região, o filme pode chocar diante do aparente vazio emocional dos protagonistas. Porém, "Festa de Família" é uma película claustrofóbica, que nos remete para um final positivo depois de quase uma hora de agônia e tristeza. Vintenberg causa ao espectador, o impacto que aquela família estava vivenciando no momento, e consegue brilhantemente graças ao seu Dogma 95. Infelizmente o movimento não sobreviveu muito tempo e praticamente está extinto. Nem seus criadores o seguem mais. Porém, o manifesto criado em 1995 tem um grande espaço na história do cinema, juntamente com sua obra-prima, que é "Festa de Família". Se você está cansado da artificialidade de produções cada vez mais "enlatadas", recomendo essa película que de certa maneira, é a forma mais bruta de se fazer arte, cinematograficamente falando.

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