domingo, 25 de setembro de 2011

O fenômeno "O Rei Leão" e a decadência das animações Disney

 Lembro-me com carinho do dia das crianças de 1994, tinha oito anos de idade quando meus pais me levaram para assistir "O Rei Leão" na telas do cinema. Aquela mistura de sensações entre a empolgação pela aventura e pela deliciosa trilha-sonora; o riso pela impagável dupla Timão e Pumba e seu eterno lema "Hakuna Matata"; e o choro contido de uma das cenas mais tristes da história do cinema- a morte de Mufasa, pai do pequeno felino Simba- continuam frescas em minha memória. Depois minha mãe comprou o VHS e o filme virou um pequeno vício, fazendo com que eu decorasse as falas do filme de ponta à ponta. Se depender da Disney, minha geração também não será a única a ter crescido com as aventuras do leão mais famoso da terra.

    Livremenente inspirado na famosa peça "O Rei Lear" de William Shakespeare, "O Rei Leão" é uma das animações da Disney mais cultuadas da história. Além de ser o último desenho legitimamente do famoso estúdio a angariar um lucro exorbitante, antes que a Pixar pudesse dominar o mercado. Em 1994, ano do lançamento de "O Rei Leão", a Disney faturou U$1,825,849 só nos EUA. No resto do mundo foram mais de U$700 milhões. Até então, o valor era um recorde para a história da animação. Na semana passada, o estúdio decidiu fazer uma prévia do aguardado Blu-Ray em 3D. Os executivos da Disney não tinham pretensões de lucrar bastante com a animação. O lançamento nos cinemas era pura estratégia de marketing para a venda dos blu-rays. O lucro estimado era de U$15 milhões, mas esse valor ultrapassou mais do que eles esperavam, fazendo quase U$40 milhões. Como se não bastasse esse inesperado sucesso, "O Rei Leão" ficou pela segunda vez consecutiva em primeiro lugar nas bilheterias dos EUA, totalizando mais de U$60 milhões.


A trágica história de Simba, Mufasa e de seu horrendo tio Scar, levou milhares de espectadores aos cinemas pela nostalgia. Sinais que os filmes de hoje estão aquém das obras de outrora. E olha que estou falando de um longa de apenas quinze anos de existência. A Disney tenta ressucitar o espírito "mágico" de suas antigas animações mas se mostra cada vez mais adulta e bem longe daquele universo que criou. Nem seu bem sucedido diretor-executivo John Lasseter, um dos grandes responsáveis pela reestruturação do estúdio, consegue conter a decadência na qualidade de seus desenhos. As animações atuais são obras que se sustentam pelo passado, e refletem clichês que o próprio estúdio ajudou a criar, sendo constantemente parodiada pela concorrência.

     A versão tridimensional de "O Rei Leão" é uma explosão de nostalgia, ressucitando aquele misticismo em torno das obras-primas do estúdio do Mickey. Reflexo de tempos em que impérios cinematográficos se sustentam pelo valor agregado durante anos de histórico, e não por seus filmes atuais. É válido ressaltar que o estúdio continua grande devido a franquias bem sucedidas como "Piras do Caribe", ou a parceria com a Pixar. Mas aquele mundo fantástico de animação inocente e sem bobagem está extinto. O sucesso de "O Rei Leão 3D" é apenas uma pequena chama nostálgica e uma aguçada curiosidade da tecnologia atual, mesclada ao encanto de um bom período de nossas vidas. Que sirva de lição para essa nova geração que "encara" as aventuras de Simba e o lema Hakuna Matata pela primeira vez.

4 comentários:

Bruno Müller disse...

Realmente a Disney já foi mais prolífica em matéria de filmes sensacionais como O Rei Leão (está entre meus favoritos do estúdio junto com 101 Dalmátas, Corcunda de Notre Dame, Toy Story e A Bela e a Fera0. Hoje está cada vez mais difícil o surgimento de clássicos. Não sei se a casa de idéias tá tão sem id´peias assim. A Princesa e o Sapo eu ainda não vi, mas o filme recebeu muitos elogios (embora o que mais o tenha vendido tenha sido o fato de ter a primeira princesa negra da Disney, mas essa é outra história). Belo post man, valew!

http://prunosland.blogspot.com/

Rafael Techima disse...

Quando fui ao cinema, pela primeira vez, foi pra ver Rei Leão. Filmaço, com f maiúsculo. Fiquei devendo uma nova ida ao cinema pra assistir de novo.

F3 disse...

rapaz...

Eu não era criança qdo vi o "rei leão" ("king lion") na telona e me emocionei como qualquer criança! (o homem mantém seu espírito lúdico pra sempre, a não ser que o destrua, ele mesmo, dentro de si!)

E pq?

Pq foi produção bem cuidada e, como vc disse, tinha a chama de antigas criações da Disney...E eu vou mais longe: "Branca de Neve", "Pinóquio" e "Bambi"! Mesmo estas animações não sendo do meu tempo, já vi e revi inúmeras vezes e me emocionei do mesmo jeito!

abç

F3

Anônimo disse...

Inspirado em "O Rei Liar" en...? Pelo visto não conhece o verdadeiro "white lion". Veja o quanto a disney é "honesta" com o público. Não precisa agradecer.

http://www.kimbawlion.com/


PS: em inglês.

 

Blogroll

free counters

Minha lista de blogs