quinta-feira, 23 de junho de 2011
Primeiras imagens de "O Hobbit"
Desde março, o cineasta neozelandês Peter Jackson vem trabalhando nas filmagens da adaptação de "O Hobbit". O filme que será dividido em dois, "An Unexpected Journey" e "There and Back Again", serão lançados respectivamente em dezembro de 2012 e 2013. Enquanto os fãs aguardam para assistir em 3-D e a 48 quadros por segundo a odisséia de Bilbo Bolseiro, Gandalf e dos 13 anões em busca do tesouro em posse do poderoso dragão Smaug, Jackson liberou para o site americano EW, três imagens da produção.
CONFIRA O TRAILER
A primeira é a de Gandalf (Ian McKellen) com seu cachimbo, repousando sob uma árvore.
A segunda imagem divulgada é a de Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) em sua toca, sendo observado pelos anões da companhia, logo no início da jornada.
Já a terceira foto , trata-se de Peter Jackson dando instruções ao ator britânico Martin Freeman, dentro do cenário que representa o querido lar do hobbit.
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terça-feira, 21 de junho de 2011
Breve história do horror italiano
Federico Fellini, Vittorio De Sica, Michelangelo Antonioni, Sergio Leone, Luchino Visconti, Gillo Pontecorvo, Roberto Rossellini, Ermanno Olmi, Bernardo Bertolucci, Liliana Cavani, Dino Risi, Nanni Moretti, Ettore Scola, Pier Paolo Pasolini, Mario Monicelli, Francesco Rosi e Giuseppe Tornatore são alguns dos mais aclamados e prestigiados cineastas italianos do cinema mundial. Mas a sétima arte na Itália não se limita apenas aos dramas existenciais de Antonioni, às produções circenses de Fellini, à crítica pós-guerra de Sica, ou ao saboroso "spaghetti western" de Sergio Leone. O cinema italiano também é reconhecido mundialmente pelo seu cinema fantástico, que há quarenta anos atrás levava milhares de brasileiros ao cinema. Difícil acreditar que o cinema italiano divia suas atenções com os filmes dos EUA. Nas décadas de 60 e 70, surgiram dois cineasta italianos que deveriam estar juntos a seleta lista de cineasta acima; Mario Bava e Dario Argento. Suas películas, não só inovaram o gênero de horror, como trouxe novos aspectos para a sétima arte em geral. Contudo o cinema italiano de terror não se resume apenas por Bava e Argento. Na verdade o gênero de terror na Itália, começa nos primórdios do cinema, para ser específico na década de 20. "O Homem Mecânico" de André Deed foi o primeiro filme do gênero no país da bota. Além de terror, "O Homem Mecânico" é um longa de ficção científica sobre um robô descontrolado que é usado para cometer diversos tipos de crimes. Deed, que também atuou no filme, era um famoso comediante francês do começo do século XX.
L´uomo meccanico de André Deed
Antes mesmo da Universal Studios adaptar o clássico de Mary Shelley, o cineasta Eugenio Testa levou o romance ao cinema em 1921, com"Il monstro di Frankestein". O cinema fantástico italiano da década de 20 chegou a adaptar a "Divina Comédia" de Dante Alighieri em "Maciste no Inferno" de Guido Brignone.
Maciste no Inferno de Guido Brignone
Com o fascismo que vigorou na Itália, e com a Segunda Guerra Mundial e a traumatizante reconstrução do país, o gênero de horror só se limitava à realidade. Demorou exatos 31 anos para se produzir uma nova película do gênero no país. O egípcio radicado na Itália, Riccardo Freda foi o cineasta que liderou a retomada dos filmes de horror no país com "I Vampiri". O cineasta, por sinal, seria reconhecido mais tarde por outras obras assustadoras como "Lo Spettro" (1963) com Barbara Steele e "Caltiki - il mostro immortale" (1959). Devido a um desentendimento com os produtores do filme, Freda desistiu do filme durante a metade das filmagens. Coube ao diretor de fotografia Mario Bava finalizar o longa. Ele o fez, despertando a atenção do produtor Lionello Santi que o "presenteou" com "A Maldição do Demônio".
Caltiki - il mostro immortale de Riccardo Freda e Mario Bava
Considerado o maior clássico de Bava, "A Maldição do Demônio" tinha a atriz britânica Barbara Steele como protagonista. Três anos depois Bava dirigiu o primeiro Giallo da história; "Olhos Diabólicos" com Letícia Roman e John Saxon. Para quem não sabe, "Giallo" é amarelo em italiano. O subgênero de terror adaptado para o cinema por Mario Bava, remonta dos livros de mistério que tinham a capa amarela.
A Maldição do Demônio de Mario Bava
Olhos Diabólicos de Mario Bava
Na mesma década Bava idealizou outras obras magistrais do cinema de terror italiano como; "As Três Máscaras do Terror" (1963) com Boris Karloff, "Dracula- O Vampiro" (1963) com Christopher Lee, o clássico giallo "Sei donne per l'assassino" (1964), a ficção "O Planeta dos Vampiros" (1965) com a brasileira e musa do "Cinema Novo" Norma Bengell, o assustador (e meu filme favorito do cineasta) conto fantasmagórico "Operazione Paura" (1966), além de "Il rosso segno della follia" (1970). Suas películas ganharam notoriedade pela beleza de sua fotografia como as belas cores e as espirais movimentações de câmera no citado "Operazione Paura".
Operazione Paura de Mario Bava
A década de 60 também contou com outras obras italianas inesquecíveis, surgindo assim grandes cineastas como Alberto de Martino, Sergio Corbucci, Antonio Margheriti, Damiano Damiani e Massimo Dallamano. Alguns desses cinasta seguiram por outro caminho e ficaram conhecidos por filmes de outros gêneros. É o caso de Sergio Corbucci que dirigiu os clássicos "spaghetti westerns", "Django" e "O Vingador Silencioso".
Danza macabra de Sergio Corbucci e Antonio Margheriti
A inglesa Barbara Steele era considerada a grande musa do cinema de terror italiano na década de 60. A atriz figurou em nove filmes de horror na Itália durante esse período.
Barbara Steele em "A Morte do Demônio"
Na década seguinte, o horror italiano se espalhou no mundo todo e virou um grande sucesso de público e crítica. Surgiu então um dos nomes mais cultuados do terror; Lucio Fulci, conhecido também como "o padrinho do Gore". Apesar de ter dirigido todos os gêneros, Fulci ficou conhecido por seus filmes de giallo, além de dar uma atmosfera mística aos zumbis. Em 1970 o cineasta dirigiu "Uma Lagartixa num Corpo de Mulher" seu primeiro e inesquecível giallo. Dois anos depois o cineasta dirigiu "O Estranho Segredo do Bosque dos Sonhos". Em 1977 foi a vez do terror paranormal de "Premonição". Mas o cineasta se imortalizou com o clássico "Zombie" de 1979, que foi um grande sucesso fora da Itália. A maquiagem das criaturas putrefatas, atingiu um alto grau de realismo, dando inveja a grandes nomes da América como George Romero.
Zombie de Lucio Fulci
Além de Fulci, a década de 70 foi marcada por Dario Argento, um jovem e talentoso roteirista de "spaghetti westerns" como "Era uma Vez no Oeste" e "Exército de 5 Homens". Além de escrever Argento queria dirigir seus filmes. E foi o que fez em "As Plumas de Cristal" (1970), seu primeiro filme como diretor. Celebrado por sua rica filmografia, Argento ficou conhecido por suas películas estilizadas, com cores vibrantes, trilhas sonoras densas e cenas pungentes. O cineasta ajudou a notabilizar o "giallo", que era bastante popular na Itália, desde a década de 60. "Prelúdio para Matar" (1975), "Suspiria" (1977), "A Mansão do Inferno" (1980), "Tenebre" (1982), "Phenomena" (1985) e "Terror na Ópera" (1987) são seus filmes mais conhecidos. Dentre seus grandes colaboradores destacam-se; o produtor e irmão Claudio Argento, o compositor brasileiro Claudio Simonetti, o montador Franco Fraticelli, o técnico de efeitors especiais Germano Natali, as atrizes Daria Nicolodi e Asia Argento, respectivamente ex-mulher e filha do aclamado diretor.
Prelúdio para Matar
Suspiria
A Mansão do Inferno
A década de 70 foi a mais rica e cheia de preciosidades do cinema italiano. Além dos filmes de Bava, Fulci e Argento, os giallos mais populares do período foram; "A Cauda do Escorpião" (1970) de Sergio Martino, "Cosa avete fatto a Solange?" de Massimo Dallamano (1972), "Sette orchidee macchiate di rosso" (1972) de Umberto Lenzi, "Chi l'ha vista morire?" (1972) de Aldo Lado, "I corpi presentano tracce di violenza carnale" (1973) de Sergio Martino, "Matador Implacável" (1975) de Luigi Cozzi e "La casa dalle finestre che ridono" (1976) de Pupi Avati.
Sette orchidee macchiate di rosso de Umberto Lenzi
I corpi presentano tracce di violenza carnale de Sergio Martino
La casa dalle finestre che ridono de Pupi Avati
Além dos filmes de mistério baseados nos livros de capa amarela, o terror setentista da Itália ganhou outras duas vertentes; os de filmes de ficção pós-apocalípticos e os de canibalismo. Vamos começar pela primeira vertente citada. "Holocaust 2000" de Alberto de Martino reuniu ícones do cinema mundial como Kirk Douglas, Adolfo Celi e Romolo Valli, além de ser o primeiro filme de ficção significativo que explodiu na Itália no fim da década de 70. A premissa dos demais filmes eram quase sempre semelhantes; guerras nucleares que resultaram em uma horda de mutantes. Ou então uma misteriosa doença dissiminada que transforma os vivos em zumbis. "Incubo sulla città contaminata" (1980) de Umberto Lenzi e "Apocalypse domani" (1980) de Antonio Margheriti, são as películas mais famosas do subgênero pós-apocalíptico realizado pelos italianos.
Incubo sulla città contaminata de Umberto Lenzi
Apocalypse domani de Antonio Margheriti
No fim da década de 70 e começo da década 80, o cinema italiano de terror voltou a chamar atenção do mundo. Se as cenas realizadas em seus giallos já eram chocantes, veio "os filmes de canibais" para dizer que as coisas poderiam ficar piores. Ruggero Deodato foi o primeiro desbravador do sanguinário sub-gênero. Em 1977 dirigiu "Fases da Morte 8- O Último Mundo dos Canibais", para três anos depois realizar o filme de canibais definitivo; "Canibal Holocausto". O filme foi banido em diversos países do mundo devido as fortes cenas de antropofagia, mutilações e mortes reais de animais selvagens. Apesar da contundente, o filme é aclamado como um grande "cult", e impressiona até os dias de hoje.
Canibal Holocausto de Ruggero Deodato
Apesar da grande repercussão negativa, os produtores decidiram investir no canibalismo. "Vivos Serão Devorados" de Umberto Lenzi e "Cannibal Ferox" de Umberto Lenzi deram sequência ao sub-gênero antopofágico. No mesmo período surgiram tão doentios quanto os de canibalismo nas floresta. Eis que surge o Joe D´Amato, realizador de dois clássicos extremos; "Buio Omega" (1979) e "Antropophagus" (1980).
Cannibal Ferox de Umberto Lenzi
Buio Omega de Joe D´Amato
Durante a enfervescência dos filmes de horror de canibais e de violência extrema, Dario Argento e Lucio Fulci ainda trabalhavam em seus projetos pessoais. Em 1981 Fulci realizou "The Beyond", considerado por muitos como o melhor filme de sua filmografia, apesar de eu descordar veementemente. Mas além dos talentosos cineasta da década de 70, surgiu uma nova geração de cineastas italianos durante a década de 80. É o caso de Lamberto Bava e Michele Soavi. Em meio ao erotismo e ao gore exacerbados que atingiam as películas de terror, Bava e Soavi levaram à itália o cinema popular de terror. Mesclando elementos tradicionais das películas de terror italiano com efeitos hollywoodianos, os dois cineastas destacaram-se na década com alguns clássicos. Bava esteve a frente da série "Demons". Já Soavi ficou conhecido pelo excelente giallo "O Pássaro Sangrento" (1987) e o sombrio "A Catedral" (1989).
Demons de Lamberto Bava
Deliria de Michele Soavi
Apesar de constantes produções do gênero, o cinema de terror italiano na década de 80 foi perdendo o fôlego. Os realizadores optavam mais por produções baratas e no mínimo bizarras como:
A Ilha dos Homens-Peixe de Sergio Martino
Le notti del terrore de Andrea Bianchi
O Rato Humano de Giuliano Carnimeo
Killer Crocodile de Fabrizio De Angelis
Paganini Horror de Luigi Cozzi
Nas duas décadas seguintes o terror italiano perdeu sua força, que outrora sustentava o cinema comercial do país. "Dellamorte Dellamore" de Michele Soavi, "M.D.C.- Maschera di Cera" de Sergio Stivaletti e algumas películas de Dario Argento salvaram os últimos 21 anos de terror italiano.
Dellamorte Dellamore de Michele Soavi
Espero que tenham gostado. Por favor deixe sua opinião nos comentários.
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sexta-feira, 17 de junho de 2011
MEIA-NOITE EM PARIS (2011)
Em qual local e período você gostaria de ter feito parte? O poder nostálgico, mesmo que não vivenciado é bastante comum. Eu por exemplo gostaria de ter feito parte da efervescência da Hollywood dos anos 40, ou ter testemunhado a criação da Nouvelle Vague na Paris dos anos 50 e começo dos 60. Ou quem sabe presenciar o cenário pós-punk que reinava em Londres, em pleno governo de Margareth Thatcher, . Para Woody Allen, e seu alter ego Gil (Owen Wilson), o período mais rico culturalmente falando, fora a "Era de Ouro" na década de 20. O cenário não podia ser mais romântico; a charmosa capital francesa. Era lá que a vertente artística da literatura, pintura, música e cinema se reunia. Grandes nomes como Cole Porter, F.Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Man Ray e Luis Buñuel, circulavam pela cidade luz, durante a efervescência cultural da cidade.
É essa rica gama de acontecimentos triviais para a história da arte do século XX, que nosso protagonista testemunha em suas viagens ao tempo. Apesar de ser bem-sucedido como um roteirista hollywoodiano, Gil vai à Paris com Inez, (Rachel McAdams) sua noiva, afim de terminar um romance no qual trabalha. A relação entre o casal não é das melhores, pois os dois discordam de muitas coisas. Enquanto Gil anseia por viver em Paris, Inez deseja manter residência em Malibu. Se a química entre os dois não era das melhores, com a presença do pseudo-intelectual Paul (Michael Sheen) então, fica pior. Como forma de escapismo Gil adentra na Paris que sempre fantasiou, e que agora pode fazer parte. Ele então passa a retroceder quase cem anos, para enfim se sentir em casa. É nessa "viagem ao tempo" que ele conhece Adriana (Marion Cotillard), uma frustrada estudante de moda, que serve de inpiração para os quadros de Picasso. Como Gil, Adriana também anseia por tempos remotos, e sonha com a "Bella Époque" que vigorou na bela Paris do fim do século XIX.
Woody Allen faz um belo ensaio sobre a nostalgia, que me lembrou bastante de seus tempos áureos de pérolas como "A Rosa Púrpura do Cairo" e "Zelig". Apesar de agridoce e menos contundentes que seus últimos trabalhos, "Meia-Noite em Paris" mostra a boa forma do famoso cineasta novaiorquino, em analisar, criticar e homenagear, mesclando o realismo com a fantasia. Não é a toa que o filme está indo bem nas bilheterias dos EUA, e ainda na terceira semana não saiu do TOP 10.
Já Owen Wilson não é um ator brilhante, mas é inteligente. O astro, que já fez muitas coisas ruins, destacou-se como roteirista e colaborador do excelente diretor Wes Anderson. Apesar de não ser um grande ator, em "Meia-Noite em Paris", Wilson incorpora o melhor alter-ego de Woody Allen, dos últimos anos. Méritos do cineasta, que sempre guiou seus atores da melhor forma possível. No filme, Salvador Dalí (Adrien Brody) é muito bem articulado, apesar de excêntrico. Já Ernest Hemingway (Corey Stall) evidencia sua masculinidade com charme e inteligência. F.Scott Fitzgerald (Tom Hiddleston) é dotado de uma gentileza ímpar, e uma paixão angustiante por sua impulsiva amada, Zelda Fitzgerald (Alison Pill). Woody Allen de fato não perdeu a mão em direção de atores, e faz uma bela homenagem a Paris, e a sua rica história cultural.
É essa rica gama de acontecimentos triviais para a história da arte do século XX, que nosso protagonista testemunha em suas viagens ao tempo. Apesar de ser bem-sucedido como um roteirista hollywoodiano, Gil vai à Paris com Inez, (Rachel McAdams) sua noiva, afim de terminar um romance no qual trabalha. A relação entre o casal não é das melhores, pois os dois discordam de muitas coisas. Enquanto Gil anseia por viver em Paris, Inez deseja manter residência em Malibu. Se a química entre os dois não era das melhores, com a presença do pseudo-intelectual Paul (Michael Sheen) então, fica pior. Como forma de escapismo Gil adentra na Paris que sempre fantasiou, e que agora pode fazer parte. Ele então passa a retroceder quase cem anos, para enfim se sentir em casa. É nessa "viagem ao tempo" que ele conhece Adriana (Marion Cotillard), uma frustrada estudante de moda, que serve de inpiração para os quadros de Picasso. Como Gil, Adriana também anseia por tempos remotos, e sonha com a "Bella Époque" que vigorou na bela Paris do fim do século XIX.
Woody Allen faz um belo ensaio sobre a nostalgia, que me lembrou bastante de seus tempos áureos de pérolas como "A Rosa Púrpura do Cairo" e "Zelig". Apesar de agridoce e menos contundentes que seus últimos trabalhos, "Meia-Noite em Paris" mostra a boa forma do famoso cineasta novaiorquino, em analisar, criticar e homenagear, mesclando o realismo com a fantasia. Não é a toa que o filme está indo bem nas bilheterias dos EUA, e ainda na terceira semana não saiu do TOP 10.
Já Owen Wilson não é um ator brilhante, mas é inteligente. O astro, que já fez muitas coisas ruins, destacou-se como roteirista e colaborador do excelente diretor Wes Anderson. Apesar de não ser um grande ator, em "Meia-Noite em Paris", Wilson incorpora o melhor alter-ego de Woody Allen, dos últimos anos. Méritos do cineasta, que sempre guiou seus atores da melhor forma possível. No filme, Salvador Dalí (Adrien Brody) é muito bem articulado, apesar de excêntrico. Já Ernest Hemingway (Corey Stall) evidencia sua masculinidade com charme e inteligência. F.Scott Fitzgerald (Tom Hiddleston) é dotado de uma gentileza ímpar, e uma paixão angustiante por sua impulsiva amada, Zelda Fitzgerald (Alison Pill). Woody Allen de fato não perdeu a mão em direção de atores, e faz uma bela homenagem a Paris, e a sua rica história cultural.
terça-feira, 14 de junho de 2011
PAUL (2011)
Estimado em U$40 milhões, "Paul" foi um grande fracasso nos EUA. Dirigido por Greg Mottola (Superbad), a comédia de ficção científica tenta unir duas vertentes promissoras do humor da atualidade. Primeiro, repetir a parceria bem sucedida dos britânicos Simon Pegg e Nick Frost, com o humor particular da terra da Rainha. Em segundo lugar, dá vez ao "bromance", subgênero que se popularizou no cinema norte-americano nos últimos anos em produções estreladas por Seth Rogen (o ator dubla o extraterrestre) e produzidas por Judd Apatow. A química entre os dois tipos de comédia fracassa violentamente, e "Paul" de longe é um filme hilário.
A película conta a história de dois amigos nerds, que vão aos EUA à Comic-Con, para depois fazerem um tour pelas atrações turísticas ufológicas do sudoeste estadunidense. No meio do trajeto, a dupla testemunha um acidente de carro e resolvem socorrer a suposta vítima. É quando eles conhecem o simpático extraterrestre "descolado". Foragido da Área 51, o alienígena pede ajuda aos dois nerds, e partem em direção ao norte, afim de conseguir se encontrar com seus conterrâneos planetários (?!?).
Simon Pegg perde espaço para Nick Frost, que está muito superior a ele na película. Não que Frost esteja hilário, mas sem dúvida nenhuma é o melhor ator no filme. Já Paul é o esteriótipo dos personagens de Seth Rogen; bobão nerd de bom coração que se acha suficiente "cool", cheio de tiradas boçais que apelam para flatulências e orgãos genitais. Como vocês notaram eu não gosto de Rogen, e não acho graça nenhuma nele. Infelizmente esse jeito fica muito evidente no pequeno extraterrestre. Se você gosta do ator, então talvez você se simpatize com a criatura integalática.
Apesar dos pesares, nem tudo em "Paul" está perdido. O filme tem algumas cenas divertidas, como a participação especial de Steven Spielberg, por exemplo, além do começo do filme na Comic-Con. Além de algumas cenas isoladas que salvam o filme, "Paul" tem bons efeitos especiais, que referenciam algumas películas setentistas e oitentistas de ficção científica. Portanto dá-lhe citações implícitas ou explícitas de "Star Wars", "Contatos Imediatos de Terceiro Grau", "ET", e da série de TV "Arquivo-X".
Jason Bateman, Kristen Wiig, a dupla Bill Hader e Joe Lo Truglio, John Carroll Lynch, Jeffrey Tambor, Jane Lynch, Blythe Danner e Sigourney Weaver completam o elenco desse road-movie de ficção científica. Portanto se você gosta de filmes de humor fácil, "Paul" é para você. Já se você for um legítimo nerd e/ou apreciador de uma boa comédia, passe longe desse longa.
A película conta a história de dois amigos nerds, que vão aos EUA à Comic-Con, para depois fazerem um tour pelas atrações turísticas ufológicas do sudoeste estadunidense. No meio do trajeto, a dupla testemunha um acidente de carro e resolvem socorrer a suposta vítima. É quando eles conhecem o simpático extraterrestre "descolado". Foragido da Área 51, o alienígena pede ajuda aos dois nerds, e partem em direção ao norte, afim de conseguir se encontrar com seus conterrâneos planetários (?!?).
Simon Pegg perde espaço para Nick Frost, que está muito superior a ele na película. Não que Frost esteja hilário, mas sem dúvida nenhuma é o melhor ator no filme. Já Paul é o esteriótipo dos personagens de Seth Rogen; bobão nerd de bom coração que se acha suficiente "cool", cheio de tiradas boçais que apelam para flatulências e orgãos genitais. Como vocês notaram eu não gosto de Rogen, e não acho graça nenhuma nele. Infelizmente esse jeito fica muito evidente no pequeno extraterrestre. Se você gosta do ator, então talvez você se simpatize com a criatura integalática.
Apesar dos pesares, nem tudo em "Paul" está perdido. O filme tem algumas cenas divertidas, como a participação especial de Steven Spielberg, por exemplo, além do começo do filme na Comic-Con. Além de algumas cenas isoladas que salvam o filme, "Paul" tem bons efeitos especiais, que referenciam algumas películas setentistas e oitentistas de ficção científica. Portanto dá-lhe citações implícitas ou explícitas de "Star Wars", "Contatos Imediatos de Terceiro Grau", "ET", e da série de TV "Arquivo-X".
Jason Bateman, Kristen Wiig, a dupla Bill Hader e Joe Lo Truglio, John Carroll Lynch, Jeffrey Tambor, Jane Lynch, Blythe Danner e Sigourney Weaver completam o elenco desse road-movie de ficção científica. Portanto se você gosta de filmes de humor fácil, "Paul" é para você. Já se você for um legítimo nerd e/ou apreciador de uma boa comédia, passe longe desse longa.
domingo, 12 de junho de 2011
O VINGADOR SILENCIOSO (1968)
"O Vingador Silencioso" é uma daquelas obras, na qual os fãs do "spaghetti-western" a tem como um filme-referência, diante de sua importância dentro do gênero. Como nas aclamadas películas de Sergio Leone, "O Vingador Silencioso" dirigido por seu xará Sergio Corbucci, é a história de um solitário e misterioso homem que anda sem rumo em meio as pradarias sem lei do Oeste norte-americano. A diferença é que nesse filme, as áridas paisagens desérticas são trocadas pela imensidão branca da neve que castiga seus personagens. Um feito quase raro em filmes de faroeste, ainda mais se tratando dos "westerns" italianos, que em sua grande maioria usavam o deserto de Tabernas na Espanha para representar a terra sem lei dos EUA. As locações de "O Vingados Silencioso" continuaram sendo feitas no país ibérico. Para ser mais exato, ao norte do país, perto da fronteira com Andorra e França, nos Pirineus. As famosas cadeias de montanhas européias, representam a região montanhosa do estado americano de Utah, e sua pequena cidade chamada Snow Hill.
É nesse local que homens perdem a vida de forma covarde e cruel, mediante a leis criadas para morte à bandidos. Lá reside Pollicut (Luigi Pistilli), um rico comerciante da cidade que paga o implacável Tigrero (Klaus Kinski) para matar os supostos meliantes.
Assustados, muitos dos homens que tem suas cabeças à prêmio, refugiam-se nas frígidas montanhas do estado de Utah. O ano é 1899, decadência do conhecido velho-oeste americano. É nessa época que o governador do estado convoca um dos mais nobres homens de sua província, afim de acabar de vez com a terra sem lei que ainda permea seu estado. Burnett (Frank Wolff), é o nome do xerife que parte para Snow Hill, afim de conceder anistia ao refugiado povo da montanha que são vitimados pela soberba do tirano Pollicut. Em meio as desavenças da região, um excelente pistoleiro que vaga pelas frígidas montanhas, é chamado para o mesmo vilarejo, afim de vingar a morte do marido de uma bela viúva negra (Vonetta McGee, uma das musas do Blaxploitation). Para isso o solitário pistoleiro deve acabar com a tirania do comerciante local, e de seu fiel caçador de recompensas.
O nome do homem é um mistério, apenas sabe-se que ele é chamado por Silêncio (Jean-Louis Trintignant). Seu apelido origina-se de sua mudez, quando lhe foi cortada as cordas vocais ainda criança. Diferentemente do protagonismo dos anti-heróis de outros faroestes italianos, onde a amargura e a masculinidade aflorada, dava a áurea impermeáveal de uma figura quase sobre-humana aos misteriosos pistoleiros, Silêncio é um homem vulnerável.. Talvez seja por isso que "O Vingador Silencioso" se difere tanto dos outros "spaghetti westerns". O personagem mudo de Jean-Louis Trintignant é dotado de ética, até nos remotos locais esquecidos pela lei. Ele, por exemplo, jamais balearia um homem desarmado, ou que ao menos não tivesse a arma em punho.
Diz a lenda que astro francês Trintignant, só atuou no filme, pois tinha uma dívida com o produtor do filme. O ator é mais conhecido por sua faceta de galã de películas políticas como em "Z" de Costa-Gravas e "O Conformista" de Bernardo Bertolucci. Já Klaus Kinski, rouba a cena (mais uma vez) com o irônico e sedento caçador de recompenas Tigrero. Com seu fiel caderninho, o vilão anota e contabiliza as "cabeças" que conseguiu exterminar de forma humilhante.
[PODE CONTER SPOILERS] A trilha-sonora emblemática, composta pelo grande Ennio Morricone, embala as imagens frígidas da remota região montanhosa de Utah. A vulnerabilidade de Silêncio é evidenciada, no pungente desfecho da trama, onde o "mocinho" e o "vilão" se confrontam em uma fria e rápida sucessão de tiros que vitima nosso "herói". É de forma paradoxal que nosso protagonista é tratado como meliante, enquanto o vilão é dono de seu direito, por estar dentro da injusta lei que vigorava até então nas altas montanhas de Utah. Um fim desconfortante e até surpreendente, que ficou marcado entre os fãs do histórico e extinto gênero dos "spaghetti-westerns". De certa forma, uma pequena pérola dentro do gênero.
É nesse local que homens perdem a vida de forma covarde e cruel, mediante a leis criadas para morte à bandidos. Lá reside Pollicut (Luigi Pistilli), um rico comerciante da cidade que paga o implacável Tigrero (Klaus Kinski) para matar os supostos meliantes.
Assustados, muitos dos homens que tem suas cabeças à prêmio, refugiam-se nas frígidas montanhas do estado de Utah. O ano é 1899, decadência do conhecido velho-oeste americano. É nessa época que o governador do estado convoca um dos mais nobres homens de sua província, afim de acabar de vez com a terra sem lei que ainda permea seu estado. Burnett (Frank Wolff), é o nome do xerife que parte para Snow Hill, afim de conceder anistia ao refugiado povo da montanha que são vitimados pela soberba do tirano Pollicut. Em meio as desavenças da região, um excelente pistoleiro que vaga pelas frígidas montanhas, é chamado para o mesmo vilarejo, afim de vingar a morte do marido de uma bela viúva negra (Vonetta McGee, uma das musas do Blaxploitation). Para isso o solitário pistoleiro deve acabar com a tirania do comerciante local, e de seu fiel caçador de recompensas.
O nome do homem é um mistério, apenas sabe-se que ele é chamado por Silêncio (Jean-Louis Trintignant). Seu apelido origina-se de sua mudez, quando lhe foi cortada as cordas vocais ainda criança. Diferentemente do protagonismo dos anti-heróis de outros faroestes italianos, onde a amargura e a masculinidade aflorada, dava a áurea impermeáveal de uma figura quase sobre-humana aos misteriosos pistoleiros, Silêncio é um homem vulnerável.. Talvez seja por isso que "O Vingador Silencioso" se difere tanto dos outros "spaghetti westerns". O personagem mudo de Jean-Louis Trintignant é dotado de ética, até nos remotos locais esquecidos pela lei. Ele, por exemplo, jamais balearia um homem desarmado, ou que ao menos não tivesse a arma em punho.
Diz a lenda que astro francês Trintignant, só atuou no filme, pois tinha uma dívida com o produtor do filme. O ator é mais conhecido por sua faceta de galã de películas políticas como em "Z" de Costa-Gravas e "O Conformista" de Bernardo Bertolucci. Já Klaus Kinski, rouba a cena (mais uma vez) com o irônico e sedento caçador de recompenas Tigrero. Com seu fiel caderninho, o vilão anota e contabiliza as "cabeças" que conseguiu exterminar de forma humilhante.
[PODE CONTER SPOILERS] A trilha-sonora emblemática, composta pelo grande Ennio Morricone, embala as imagens frígidas da remota região montanhosa de Utah. A vulnerabilidade de Silêncio é evidenciada, no pungente desfecho da trama, onde o "mocinho" e o "vilão" se confrontam em uma fria e rápida sucessão de tiros que vitima nosso "herói". É de forma paradoxal que nosso protagonista é tratado como meliante, enquanto o vilão é dono de seu direito, por estar dentro da injusta lei que vigorava até então nas altas montanhas de Utah. Um fim desconfortante e até surpreendente, que ficou marcado entre os fãs do histórico e extinto gênero dos "spaghetti-westerns". De certa forma, uma pequena pérola dentro do gênero.
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