A tarde estava ensolarada apesar do típico frio nessa época do ano. Era 12:45 e eu já estava na frente do Cine Olindo, centro de São Paulo, aguardando a apresentação da Master Class de Lloyd Kaufman. O público, de aproximadamente 180 pessoas, chegava aos poucos ao local. Era comum ver cabeludos com suas tatuagens e camisetas que faziam referências a grandes filmes cults. As mulheres também foram prestigiar Lloyd Kaufman, apesar dos homens serem a grande maioria.
No lado de dentro do cinema, Lloyd Kaufman dava entrevistas para a televisão e para sites especializados de terror. Além da produção da Black Vomit preparar os últimos detalhes do aguardado evento.
"Como os caras conseguiram trazer esse cara pro Brasil", perguntava um dos impacinentes fãs da Troma que aguardava no lado de fora do Cine Olindo. Essa era uma das grandes perguntas que rondava os presentes.
Às 14h em ponto, uma fila indiana se formou na frente do cinema. Os fãs foram liberados gradativamente para entrar no cinema. ive sorte por ter sido um dos primeiros a entrar no Cine Olindo. Ao subir as escadarias e virar a esquerda notei uma pequena multidão amontoada, como uma horda de zumbis em torno de um cadáver putrefato. Os fãs se amontoavam diante de uma mesa onde uma senhora loira vendia produtos Troma, a preço de banana. Eu até ia tirar uma foto da mesa, mas não consegui porque meu ímpeto consumista falou mais alto que meu instinto jornalístico. Você podia comprar um DVD original por R$20. Um Blu-ray por R$30. Além de pôsteres, cartazes e adesivos "I love Tromaville". Consegui comprar um pôster do "The Toxic Avenger" de 27x41 cm, além de um Blu-ray do último filme de Kaufman, "Poultrygeist". Até agora me arrependo de não ter adquirido o DVD do "The Toxic Avenger", que cheguei a por a mão.
Público se amontoa por um autógrafo de Lloyd Kaufman
Em poucos minutos quase todos os produtos já tinham sido vendidos, sobrando apenas alguns DVDs obscuros. Nessa hora o figuraça Lloyd Kaufman apareceu todo sorridente e muito receptivo. Ele chegou sacando sua carteira, e dando algumas notas de R$10 para loira que estava vendendo, afim de facilitar o troco. Soube depois que aquela simpática gringa era a própria esposa de Kaufman. O cineasta parou na mesa ao lado e começou a sessão tietagem com o dono da Troma. O fãs (inclusive esse que vos escreve) se amontoaram em torno de Kaufman, para ganhar um famigerado autógrafo e uma foto ao lado do ídolo.
Eu e Lloyd Kaufmn exibindo meu pôster autografado por ele (Yo Carlos! Stay Toxic! Lloyd Kaufman)
Após tirar uma foto do lado do dono da Troma, entrei na sala do Cine Olindo, onde seria apresentada a Master Class. Mais uma vez fui um dos primeiros a adentrar o recinto, e sentei na segunda fila, perto de onde Kaufman se apresentaria.
Presentes aguardam a apresentação de Kaufman
Após uns quinze minutos de preparado o microfone, o notebook e o controle do Sr.Kaufman, tudo pronto para as cinco horas de "aprendizagem". O cineasta já começou rotulando os presentes em três grupos distintos; cineastas amadores que gostariam de adquirir bons conselhos; fãs da Troma e do próprio Kaufman, no qual o diretor classificou como um grupo pequeno; e por fim o mais numeroso que era os acompanhantes dos dois grupos citados. Piadas a parte, o diretor deu algumas lições interessantes de como se faz cinema independente com poucos recursos.
Roteiro, investimento, casting, locação, efeitos especiais, maquiagem, distribuição foram os principais temas abordados. Todos eles pontuados com observações bem humoradas e exemplificações em vídeos exibidos em um telão. Válido destacar que havia uma excelente tradução simultânea para os leigos em inglês. Apesar da tímida platéia, que raramente questionou o presidente da Troma, o público foi bastante afável e polido, como o próprio Kaufman observou em um momento da Master Class.
No final da primeira parte da apresentação, Kaufman pediu para que todos no recinto aplaudissem efusivamente, pois a cena seria registrada em vídeo pela simpática esposa do diretor. Logo em seguida pediu para que os presentes rissem o mais alto e escandaloso que pudessem. Seu pedido foi atendido, e a sala foi tomada por sonoras gargalhadas escandolas.
No ponto de vista didático, é difícil extrair algo de novo nos preceitos de Kaufman. Como citei acima, o conteúdo da aula foi interessante devido as divertidas histórias de experiência do cineasta. O grande lema que ele quis passar ao cineastas amadores e do "acredite na sua história, e vá em frente", sem preconceitos ou timidez. Obviamente que quase todos presentes estavam lá para prestigiar o grande ícone do cinema independente americano. Entrei como um admirador da Troma, por suas bagaceiras de mal gosto, e sai de lá fã de Lloyd Kaufman, tanto pela sua gentileza quanto ao seu carisma. Que venham mais 40 anos de podreiras produzidas por Kaufman e companhia. E também, que venham outras iniciativas bacanas no Brasil, como foi essa da Black Vomit. Valeu.
No final da primeira parte da apresentação, Kaufman pediu para que todos no recinto aplaudissem efusivamente, pois a cena seria registrada em vídeo pela simpática esposa do diretor. Logo em seguida pediu para que os presentes rissem o mais alto e escandaloso que pudessem. Seu pedido foi atendido, e a sala foi tomada por sonoras gargalhadas escandolas.
No ponto de vista didático, é difícil extrair algo de novo nos preceitos de Kaufman. Como citei acima, o conteúdo da aula foi interessante devido as divertidas histórias de experiência do cineasta. O grande lema que ele quis passar ao cineastas amadores e do "acredite na sua história, e vá em frente", sem preconceitos ou timidez. Obviamente que quase todos presentes estavam lá para prestigiar o grande ícone do cinema independente americano. Entrei como um admirador da Troma, por suas bagaceiras de mal gosto, e sai de lá fã de Lloyd Kaufman, tanto pela sua gentileza quanto ao seu carisma. Que venham mais 40 anos de podreiras produzidas por Kaufman e companhia. E também, que venham outras iniciativas bacanas no Brasil, como foi essa da Black Vomit. Valeu.
0 comentários:
Postar um comentário