A DOCE VIDA (1960)

A cena de Anita Eckberg tomando banho na Fonte de Trvi é uma das cenas mais inesquecíveis da história do cinema mundial, contudo no filme A Doce Vida, é apenas mais uma cena dentre tantas formidáveis. A película retrata o vazio existencial de Marcello (Marcello Mastroianni), um jornalista bem sucedido e mulherengo que encontra-se em um grande dilema. Entregar-se a vida cheia de luxúria ou a sua paixão pela literatura. Ele esnoba a única mulher que lhe ama, para tentar as perigosas e sente falta da figura do pai solitário, que como ele, se entregou a farra durante a juventude. Sua grande inspiração (além das belas mulheres), é um intelectual burguês que tem uma vida perfeita, segundo a visão de Marcello, porém um trágico incidente envolvendo o amigo do jornalista, põem todos seus ideais a prova.O cineasta Federico Fellini desenha seu alter ego, como um homem indeciso que não sabe lidar com a razão e emoção, pois o que parece correto pode ser menos interessante. Por fim, o jornalista entrega-se aos prazeres da vida, não se importando mais com sua consciência e seus antigos sonhos de ser um escritor, como na cena final do filme. Issó é Fellini.