"Take Shelter" foi bastante elogiado no últimos festivais de Sundance e Cannes. O drama é o segundo filme do desconhecido Jeff Nichols, que em 2007 dirigiu "Shotgun Stories". A trama acompanha a história de Curtis LaForche (Michael Shannon), um pai de família que está obcecado por supostas visões premonitórias de um tornado destruidor que atinge sua cidade. Angustiado e convicto que sua visão sobre o desastre possa se concretizar, LaForche controi um abrigo no quintal de sua casa. Sua obsessão atinge todos os membros da família e amigos, que começam a desconfiar da integridade mental do protagonista.
Há quem diga que a atuação do excelente Michael Shannon, vai lhe valer uma indicação ao próximo Oscar. Não seria sua primeira indicação, já que o ator foi indicado em 2009 na categoria de melhor ator coadjuvante por "Foi Apenas um Sonho" de Sam Mendes. Jessica Chastain (A Árvore da Vida), Shea Whigam, Katy Mixon e Kathy Baker completam o elenco do filme.
O filme será distribuído nos EUA pela Sony Pictures Classic, e tem previsão de estréia para dia 07 de outubro. Confira o trailer de "Take Shelter".
A Amblin Entertainment, criada no começo da década de 80 por Steven Spielberg produziu dezenas de sucessos nos últimos trinta anos. Contudo o estúdio foi deixado um pouco de lado, depois da criação da Dreamworks, em meados da década de 90. Com "Super 8", ficção científica dirigida por J.J Abrams, Spielberg quer retomar a Amblin, estúdio de preciosidades como "Os Goonies", "De Volta para o Futuro", "O Enigma da Pirâmide", "Fievel- Um Conto Americano", "Viagem Insólita", "O Império do Sol", "Uma Cilada para Roger Rabbit", e o grande símbolo da companhia, que foi "ET - O Extraterrestre".
O primeiro filme produzido pela companhia de Spielberg foi "Brincou com Fogo...Acabou Fisgado" de 1981, comédia romântica protagonizada por John Belushi, em seu penúltimo papel no cinema. O debute veio um ano antes do grande sucesso que fora "ET- O Extraterrestre". As produções da Amblin sempre eram acompanhadas por uma ansiedade, pois se tratava de blockbusters de muita qualidade.
"Brincou com Fogo...Acabou Fisgado"
Além de grandes produções cinematográficas, a produtora também foi responsável por grandes sucessos na televisão, principalmente entre as crianças; "Tiny Toons", "Animaniacs", "Freakazoid"e "Pinky e o Cérebro" foram alguns dos desenhos qu marcaram a infância de muitas pessoas (principalmente desse que vos escreve). A Amblin também produziu o grande sucesso "E.R", conhecido no Brasil como "Plantão Médico", além do inesquecível "Amazing Stories".
Desde 1997, a Amblin foi deixada de lado por Spielberg, tudo por conta da criação da Dreamworks. Mas o antigo estúdio continuou na ativa, apesar de quase ter caído no esquecimento. Os filmes de Spielberg dos últimos dez anos, foram co-produzido pela Amblin, além de outras produções como "Memórias de uma Gueixa", "A Casa Monstro", "Cartas de Iwo Jima", "A Conquista da Honra" e "Além da Vida".
"Inteligência Artificial", dirigido por Spielberg em 2001 foi um dos poucos filmes produzidos pela Amblin na última década
Fã confesso das produções do estúdio, J.J Abrahams (Lost) se empolgou ao saber que seu projeto seria financiado pela lendária companhia de Spielberg. E ainda seria a esperada retomada do estúdio, em grande estilo. "Super 8" tem toda aquela pitada nostálgica das produções oitentistas da produtora. É um blockbuster em potencial que promete grandes efeitos, além de ser direcionado para toda família.
Pôster japonês de "Super 8"
Para quem não sabe, o nome do estúdio é uma homenagem que Spielberg fez a um curta de 26 minutos que ele dirigiu em 1968, com uma câmera 35mm. Segundo Spielberg, "Amblin" abriu portas para sua carreira, e por isso decidiu homenagear a película. Confira o trailer do curta.
Abaixo segue uma relação com os maiores sucessos da companhia que transformou Spielberg em um bilionário.
O ator britânico, imortalizado pelo Drácula mais famoso do cinema, completa 89 anos hoje. Sua trajetória cinematográfica se estende por seis décadas. O ator, que em 1941 se alistou para Força Aérea Real da Inglaterra, esteve na Segunda Guerra Mundial. Só depois do grande conflito que ele se dedicou às artes dramáticas. Sua estréia no cinema ocorreu em 1947, em uma pequena participação em "Corridor of Mirros". Logo em seguida, Lee atuo em memoráveis películas britânicas; "Hamlet" de Laurence Olivier e "Moulin Rouge" de John Huston, além de fazer pontas em séries televisivas na Inglaterra e nos EUA.
De alta estatura (1m96), Christopher Lee chamava atenção pelo seu porte, atraindo papéis intimidadores.
Em 1957 fez sua primeira aparição em um filme de terror, com "A Maldição de Frankenstein" de Terence Fisher. O filme da
produtora britânica Hammer foi um grande sucesso no mundo todo. Lee interpretou justamente a temida criatura criada por Frankenstein.
"A Maldição de Frankenstein"
Um ano depois retornou ao gênero de terror com o personagem que o imortalizou; Drácula. "O Príncipe da Noite" retomou a parceria dele com o cineasta Terence Fischer. Seu vampiro faria muitos esquecerem a também excelente atuação de Bela Lugosi, na adaptação cinematográfica do romance de Bram Stocker.
"O Príncipe da Noite"
No final da década de 50 e começo da de 60, Christopher Lee voltaria a atuar em outras preciosidades da Hammer; "Corridors of Blood", "O Cão dos Baskervilles", "The Man Who Could Cheat Death", "A Múmia", "Horror Hotel", "O Monstro de Duas Caras" e "Taste of Fear". Além das produções da Hammer, Lee se aventurou em filmes alemães e italianos. Até retomar o famoso Drácula no qual ajudou a imortalizar. Em 1963, voltou a interpretar o vampiro mais famoso do cinema em "Drácula, o Vampiro". Ao lado de Vincent Price e Peter Cushing, Lee compunha o grande trio de astros de filmes britânicos.
Peter Cushing sendo estrangulado pela versão mumificada de Christopher Lee em "A Múmia"
Sua filmografia durante as décadas seguintes, praticamente se esumia à películas baratas de terror, produzidas ou não pela Hammer. Além de Drácula, Christopher Lee ajudou a imortalizar o famoso ladrão chinês Fu Manchu, em uma série de películas. Além de Terence Fisher, Lee atuou em filmes de outros "mestres" do gênero como Freddie Francis, Mario Bava e Jess Franco.
"Fu Manchu"
Em 1970, Christopher Lee participou do épico hollywoodiano "Júlio César", protagonizado por Charlton Heston. Mesmo assim, Lee não pretendia desvincular sua imagem aos filmes de terror. Em 1973 atuou em produções inesquecíveis como em "O Homem de Palha" e "The Creeping Flesh", além de protagonizar mais um filme do Drácula.
"O Homem de Palha"
Sua imagem já bastante cultuada, passou a participar de grandes produções como em "Os Três Mosqueteiros", "007 Contra o Homem Com a Pistola de Ouro" e "Aeroporto 1977". A partir de então, o ator figurou em dezenas de produções de qualidade duvidosa, sempre revezando em projetos para televisão ou cinema.
"007 Contra o Homem Com a Pistola de Ouro"
Em 1999, Lee foi redescoberto por Tim Burton para atuar no razoável "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça", e repetiu a parceria por mais três películas. Na década seguinte, Christopher Lee retornou ao mainsteam, nas duas franquias mais lucrativas da história do cinema. Em "Star Wars", o ator britânico interpretou o Conde Dooku, e em "O Senhor dos Anéis" o eterno Drácula deu vida a "Saruman, o Branco". Em ambas franquias Lee interpretou o que sabe fazer melhor - o vilão.
Apesar de ter quase 90 anos de idade, Christopher Lee permanece na ativa, e tem projetos até 2013. Ele está incluso no elenco de "O Hobbit", adaptação do livro homônimo, que será dividido em duas películas. A primeira estréia em dezembro de 2012, e a seguinte um ano depois. Vida longa a Christopher Lee. Confira sua participação como cantor ao lado da banda italiana de metal sinfônico, "Rhapsody".
Depois do Oscar, a Palma de Ouro é o prêmio mais cobiçado da sétima arte. Também pudera, foi na Croisete que se popularizou os festivais de cinema de arte, que mesclam mostra de cinema, com cerimônia de entrega de prêmios. O Festival de Veneza é mais antigo que o de Cannes, mas foi na Riviera Francesa que esse tipo de premiação ganhou seu charme e prestígio. Mas como em qualquer competição, existe a injustiça. Esse ano em Cannes, não foi diferente. A crítica especializada foi quase unânime ao escolher o finlandês "Le Havre", como o melhor filme em competição. Mas não foi isso que o júri optou, prestigiando "A Árvore da Vida" do cultuado cineasta estadunidense, Terrence Malick. Confira abaixo, grandes filmes que foram esnobados pelo júri durante toda a trajetória do aclamado festival.
1958- Vencedor da Palma de Ouro- Quando Voam as Cegonhas de Mikhail Kalatozov
Injustiçado: Meu Tio de Jacques Tati
O filme de Tati ao menos ganhou o "Grande Prêmio do Júri"
1959- Vencedor da Palma de Ouro- Orfeu Negro de Marcel Camus
Injustiçados: Hiroshina mon Amour de Alain Resnais, Os Incompreendidos de François Truffaut e Nazarin de Luis Buñuel
Nazarin
1962-Vencedor da Palma de Ouro- O Pagador de Promessas de Anselmo Duarte
Injustiçados: Cléo de 5 à 7 de Agnès Varda, O Eclipse de Michelangelo Antonioni e O Anjo Exterminador de Luis Buñuel
"O Eclipse" não levou a Palma, mas faturou o Prêmio do Júri
1965-Vencedor da Palma de Ouro: A Bossa da Conquista de Richard Lester
Injustiçados: Kaidan de Masaki Kobayashi e A Pequena Loja da Rua Principal de Ján Kadár e Elmar Klos
Kaidan recebeu o Prémio do Júri
1975- Vencedor da Palma de Ouro: Chronique des années de braise de Mohammed Lakhdar-Hamina
Injustiçados: O Enigma de Kaspar Hauser de Werner Herzog e Profissão: Repórter de Michelangelo Antonioni
O Enigma de Kaspar Hauser recebeu o Prêmio do Júri
1987-Vencedor da Palma de Ouro-Sob o Sol de Satã de Maurice Pialat
Injustiçados: Asas do Desejo de Wim Wenders
Asas do Desejo
1999-Vencedor da Palma de Ouro- Rosetta de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
Injustiçados- Tudo sobre minha Mãe de Pedro Almodóvar e Uma História Real de David Lynch
Tudo Sobre Minha Mãe
2000- Vencedor da Palma de Ouro- Dançando no Escuro de Lars von Trier
Injustiçados- Amor à Flor da Pele de Kar Wai Wong e Yi yi de Edward Yang
Yi yi
2004- Vencedor da Palma de Ouro: Fahrenheit 11 de Setembro de Michael Moore
Injustiçado- Oldboy de Chan-wook Park
Oldboy
2005- Vencedor da Palma de Ouro-A Criança de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
Enfim o Festival de Cannes exibiu os últimos filmes que concorrem a famigerada Palma de Ouro. Na quinta-feira, Cannes ainda respirava a polêmica em torno da infeliz declaração de Lars von Trier, que na coletiva de imprensa brincou dizendo que era nazista. O mal estar foi tão grande em torno da "chacota" do dinamarquês, que o presidente do festival, Giles Jacob, decidiu que Lars von Trier é "persona non grata". Portanto o diretor está proibido de frequentar os eventos do festival, tal como a premiação de entrega das Palmas de Ouro que acontece amanhã (22). O contratempo ofuscou a aguardada exibição de "El Piel que Habito" de Pedro Almodovar, na última quinta-feira. A película do cineasta espanhol ganhou discretos elogios da crítica, mas dificilmente vai levar o prêmio máximo concedido pelo júri. "El Piel que Habito" é o retorno da parceria entre Almodovar e Antonio Banderas, depois de quase duas décadas. Elena Anaya e Marisa Paredes completam o elenco da película.
Antonio Banderas e Pedro Almodovar
Takashi Miike, um dos grandes diretores do cinema japonês da atualidade, também esteve na Croisette na última quinta-feira. "Hara-Kiri", remake em 3-D do clássico filme homônimo de Masaki Kobayashi, foi exibido, agradando os críticos . Apesar de ser inferior à obra prima de 1962, "Hara-Kiri" é uma refilmagem de respeito, que ganha contornos modernos devido a tecnologia tridimensional empregada na tela.
Takashi Miike e Eita
No "Un Certain Regard" foi exibido o drama coreano, "The Day He Arrives" de Hong Sang-soo, cineasta premiado ano passado por "Ha Ha Ha". O filme rodado em preto e branco, conta a história de um professor que de passagem por Seul para se encontrar com amigo, conhece uma misteriosa mulher, que se parece muito com uma antiga amante. O filme político francês "L´Exercice de L´Etat" de Pierre Schoeller, foi a segunda película exibida no "Un Certain Regard", na quinta-feira.
Jun Sang Yu, Song Summi, Hong Sang-soo
Sexta-feira foi o úlimo dia de exibição dos filmes que concorrem na "Competição" e no "Un Certain Regard". O italiano Paolo Sorrentino exibiu seu road-movie roqueiro, "This Must Be The Place", título baseado na canção homônima da banda americana Talking Heads. Sean Penn é o protagonista, com visual de Robert Smith, que busca vingar seu pai pelas barbaridades que ele sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. A película foi uma das mais elogiadas desse Festival de Cannes, sendo que Sean Penn é o franco favorito como ator. O astro também está em "A Árvore da Vida" de Terrence Malick, filme na "Competição", que não foi muito bem recebido na Croisette.
Eve Hewson e Sean Penn
Se Sean Penn é favorito, o excelente ator americano Ryan Gosling também corre atrás por sua atuação quase silenciosa em "Drive" de Nicolas Winding Refn. Gosling interpreta um motorista e dublê de cinema, que envolve-se com assaltantes. "Drive", que também concorre à Palma de Ouro, foi a primeira película do cineasta dinamarquês Nicolas Winding Refn nos EUA.
Ryan Gosling e Nicolas Winding Refn
"Okhotnik" de Bakur Bakuradze da Geórgia e "Morrer como um Homem" de João Pedro Rodrigues de Portugal, foram as películas que encerraram a exibição dos concorrentes de "Un Certain Regard".
Três dias que deixei de postar notícias sobre Cannes, e dezenas de fatos envolvendo o festival de cinema aconteceram sem minha atualização. Vou resumir com as principais polêmicas, filmes e presenças desses últimos dias. Na segunda-feira, grande parte da crítica presente na Croisette se frustou após o término do aguardado filme de Terrence Malick, "A Árvore da Vida". Brad Pitt, protagonista da película, esteve presente na exibição, diferente do misterioso cineasta avesso à entrevistas. Como era de se esperar, a coletiva de imprensa lotou, e Pitt respondeu educadamente as perguntas dos jornalistas presentes. "A Árvore da Vida" foi rodado em 2008, mas só há alguns meses que Malick finalizou a edição, como sempre, pouco ortodoxa.
Angelina Jolie e Brad Pitt
No mesmo dia foi exibido "L’Apollonide : souvenirs de la maison close" de Bertrand Bonello, terceira película francesa exibida em "Competição", mas com uma passagem bem discreta pela Croisette. No "Un Certain Regard" foram exibidos "Et maintenant on va où?" de Nadine Labaki, e o francês "Hors Satan", dirigido por Bruno Dumont. A película de Dumont, aborda a relação entre duas pessoas rústicas e eremitas, que vivem rodeados apenas pela natureza. A película foi bastante aplaudida e recebeu boas críticas.
Bertrand Bonello e o elenco feminino de "L’Apollonide : souvenirs de la maison close"
Na terça-feira (17 de maio) estiveram presentes em Cannes as seguintes celebridades; Aki Kaurismäki, Jean-Paul Belmondo, Jodie Foster, Mel Gibson, entre outros. O cineasta finlandês Kaurismäki foi a Cannes para exibir "Le Havre", drama sobre imigração ilegal que concorre a Palma de Ouro, e que foi efusivamente aplaudido pela entusiasmada platéia. A quarta e última película francesa em "Competição" também foi exibida na terça-feira. Trata-se de "Pater", dirigido por Alain Cavalier.
Toda frieza escandinava de Aki Kaurismäki
O cinema sul-africano e japonês estiveram representados respectivamente por "Skoonheid" de Oliver Hermanus e "Tatsumi" de Eric Khoo. A primeira película chamou atenção, por ser falada totalmente em afrikaans. Já a segunda, é uma homenagem a um dos maiores nomes do manga; Yoshihiro Tatsumi.
Eric Khoo e Yoshihiro Tatsumi
Mas o grande frisson do dia ficou por conta de Jodie Foster e de Mel Gibson, na exibição do filme "The Beaver". Como se sabe, Gibson passou por uma fase turbulenta, devido ao conturbado relacionamento com sua ex-esposa. Ela chegou a acusa-lo de agressão física, queimando sua imagem de homem de família. Apesar de sua presença em Cannes, Gibson não compareceu na coletiva de imprensa. A premiada atriz estadunidense Jodie Foster, é a diretora da comédia dramática "The Beaver".
Jodie Foster e Mel Gibson
Hoje o dia foi bastante agitado em Cannes. Se não bastasse a exibição de "Melancholia", aguardado filme do cineasta dinamarquês Lars von Trier, o cineasta declarou uma suposta admiração a Hitler. Bastou isso para que seu nome fosse divulgado em todos noticiários ao redor do mundo, promevendo o Festival de Cannes, que parece meio esquecido até pelos entusiastas da sétima arte. Logo após a polêmica, von Trier pediu desculpas pelo comentário infeliz, afimando que não é anti semita, e muito menos racista. A bobagem proferida pelo diretor, apagou a boa recepção que "Melancholia" teve em Cannes. Kirsten Dunst e Charlotte Gainsbourg, protagonistas da películas, também estiveram na exibição do aguardado filme do dinamarquês.
Lars von Trier
O existencialismo nipônico também esteve presente hoje em Cannes. "Hanezu No Tsuki" da diretora Naomi Kawase, que concorre a Palma de Ouro, foi exibido nessa quarte-feira. Falando em cinema oriental, o aguardado thriller de ação sul-coreano "The Murderer", de Na Hong-Jin (The Chaser), que concorre no "Un Certain Regard", recebeu boas críticas. O cinema romeno, que desde a última década encontra-se em ascenção, teve um representante de peso hoje no Croisette. Vencedor em 2004 da Palma de Ouro pelo curta "Trafic", Catalin Mitulescu teve seu novo filme "Loverboy", exibido hoje em Cannes. A película relata a história de um rapaz que se apaixona por uma bela e perigosa prostituta.
Tohta Komizu, Naomi Kawase e seu filho
Confira o trailer legendado de "Melancholia" de Lars von Trier.
Os júris da Competição e do "Un Certain Regard" não tiveram descanso no final de semana. A mostra dos filmes continuou a todo vapor na Croisette. Grandes nomes estiveram presentes durante sábado e domingo na cidade da Riviera Francesa. Foi o caso de Johnny Depp e Penelope Cruz, que divulgaram o último filme da cine-série, "Piratas do Caribe" no sábado. Robert De Niro "deu o ar da graça" e compareceu na estréia do filme de Rob Marshall.
Johnny Depp e Penelope Cruz
Mas antes, De Niro e seu júri tiveram que assistir a dois filmes da competição. A comédia israelita "Footnote" de Joseph Cedar que retrata a cultura hebraica do Talmude, e o pesado drama austríaco sobre pedofilia, "Michael" de Markus Schleinzer. O primeiro teve uma discreta recepção por parte da crítica. Já o segundo foi bastante comentado por sua crueza, e pela doentia relação entre o protagonista pedófilo e a inocente vítima infantil, trancafiada em um porão. É válido ressaltar que Schleinzer, diretor de "Michael", foi colaborador do consagrado cineasta e conterrâneo, Michael Haneke.
Viktor Tremmel, Michael Fuith, Markus Schleinzer, David Rauchenberger, Ursula Strauss, Gisela Salcherand
Sábado foi especial para o presidente do júri do "Un Certain Regard, Emir Kusturica. Além de contemplar os filmes exibidos que competem na mostra paralela, o sérvio também foi condecorado como Cavaleiro da Ordem da Legião de Honra pelo conjunto da obra. No sábado o chileno "Bonsai" de Cristián Jiménez e o francês "Les Neiges du Kilimanjaro" de Robert Guediguian foram as películas exibidas na competição presidida por Kusturica.
Jean-Pierre Darroussin, Ariane Ascaride e Robert Guediguian
No domingo as atenções foram voltadas aos irmãos Dardenne, Jean-Pierre e Luc, vencedores da Palma de Ouro em Cannes, duas vezes. O primeiro foi em 1999 pelo drama "Rosetta", e o segundo foi em 2005 por "A Criança". Os consagrados diretores belgas exibiram "La Gamin au vélo", película protagonizada por Cécile de France. No novo filme da dupla, um garoto busca por informações de seu pai que há muitos anos o abandonou. Nessa busca, o menino é amparado por uma desconhecida cabelereira. A crítica tratou o filme da dupla como uma obra menor dos cineastas que comparem quase todos os anos no Festival de Cannes.
Jean-Pierre Dardenne, Cecile de France e Luc Dardenne
Se os irmãos Dardenne não impressionaram esse ano, não se pode dizer o mesmo do francês "L´artiste" de Michel Hazanavicius. O filme rodado em preto e branco, é uma homenagem aos tempos mudos, e a revolução do som na sétima arte. Como nas películas de Buster Keaton e Chaplin, em "L´artiste" não se houve o som emitido pela voz de seus vocalistas. A deliciosa homenagem, mesclada a nostalgia dos anos 20, encantou a crítica que aplaudiu o filme com entusiasmo no término de sua metragem.
Jean Dujardin e Berenice Bejo, protagonistas de "L´artiste"
No "Un Certain Regard" foi exibido o americano "Martha Marcy May Marlene" de Sean Durkin. O filme já tinha sido exibido no Festival de Sundance em janeiro, arrancando elogios da crítica. O cineasta canadense Sean Durkin, por sinal, foi nomeado como o melhor diretor da última edição do festival estadunidense."Halt auf freier Strecke" do alemão Andreas Dresen, filme da mostra "Un Certain Regard", também foi exibido nesse domingo. O filme relata os últimos meses de vida de um homem com tumor no cérebro, e que decide registrar seus últimos momentos através de um iPhone.
Andreas Dresen, Steffi Kuhnert e Milan Peschel
Confira o trailer de "La Gamin au vélo" dos irmãos Dardenne.