terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Indicados ao Oscar 2011

Na manhã dessa terça-feira (25), a Academia de Ciências Cinematográficas indicou os filmes que vão concorrer ao Oscar 2011. Algumas indicações foram surpreendentes tal qual a de Jeff Bridges por "Bravura Indómita". Javier Bardem também foi indicado e concorre ao prêmio pela quarta vez, sendo que ganhou uma por "Onde os Fracos Não Tem Vez". O apenas bonzinho "Discurso do Rei" é a película que mais teve indicações, totalizando 12.

Se o Brasil não foi indicado pelo lamentável "Lula", pelo menos somos os favoritos na categoria de melhor documentário por "Lixo Extraordinário". A co-produção brasileira com a Inglaterra registra o artista plástico Vik Muniz em um trabalh que fez junto com catadores de lixo na Baixada Fluminense . O polêmico artista gráfico britânico Bansky também foi indicado na mesma categoria por "Exit Through the Gift Shop".

Confira os indicados a 83ª entrega do Academy Awards;

Melhor Fime

 Melhor ator
Javier Bardem for Biutiful (2010) (FOTO)

Melhor atriz

 Melhor ator coadjuvante

Christian Bale for O Vencedor (2010) (FOTO)

  Melhor atriz coadjuvante


Melhor diretor


 Melhor roteiro original


Melhor roteiro adaptado
Inverno da Alma (2010): Debra Granik, Anne Rosellini

 Melhor longa animado

Toy Story 3 (2010): Lee Unkrich

 Melhor filme estrangeiro
Kynodontas (2009): Giorgos Lanthimos (Grécia) (FOTO)
Incendies (2010): Denis Villeneuve (Canada)
Fora da Lei (2010): Rachid Bouchareb (Algélia)

 Melhor fotografia


Melhor figurino
Bravura Indômita (2010): Mary Zophres

 Melhor maquiagem

O Lobisomem (2010): Rick Baker, Dave Elsey (FOTO)

Melhor trilha sonora

A Rede Social (2010): Trent Reznor, Atticus Ross

Melhor canção

127 Horas (2010): A.R. Rahman, Rollo Armstrong, Dido("If I Rise")
Country Strong (2010): Tom Douglas, Hillary Lindsey, Troy Verges("Coming Home")
Enrolados (2010): Alan Menken, Glenn Slater("I See the Light") (FOTO)
Toy Story 3 (2010): Randy Newman("We Belong Together")

  Melhor som

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

FICA A DICA - Primeira de 2011

 Exit through the gift shop, 2010
Dirigido por Bansky
O documentário narra a odisséia do imigrante francês Thierry Guetta, residente em Los Angeles, e que vive perseguindo artístas de rua com sua filmadora. Até que um dia, com a ajuda do famoso artista britânico Bansky, Guetta decide abrir uma galeria para expor suas obras. Mesmo que as mesmas sejam de autoria de designers contratados, o francês adota "Brainwash" como nome artístico. Literalmente produzido, Thierry Guetta se torna famoso, mas desconhece totalmente a essência da arte, tornando em suas mãos um bem sucedido negócio. "Exit through the gift shop" é uma discussão bem humorada sobre o verdadeiro significado da arte, e as consequências de um charlatão que a usa como um fim lucrativo. Muitos acreditam que o tal "Brainwash" de Guetta seja um personagem inventado por Bansky, afim de tornar seu manifesto mais verdadeiro. Apesar de minhas suspeitas a respeito disso, Brainwash e suas gravuras fabricadas se tornaram referência nos EUA, estampando até o álbum de "Greatest Hits" da Madonna.
 127 Horas, 2010
Dirigido por Danny Boyle
Apesar das polêmicas marqueteiras em torno de "127 Horas", o filme me surprendeu não pela agônia prometida, mas sim pela direção firme do cineasta de Trainspotting. Danny Boyle resume 127 horas em 90 minutos de aflição e dinâmicas jamais vistos. James Franco interpreta Aron Ralston, um engenheiro que nos finais de semana se aventura pelos perigosos rochedos de um deserto da California. Autoconfiante, o jovem cheio de adrenalina se acidenta ao cair em um fresta e ficar com o braço direito preso em uma pedra . Com pouca água e comida, o filme conta o drama vivido por Ralston que além do braço esmagado e do clima oscilante do deserto, teve que controlar sua sanidade.  Na mão de outro cineasta 127 Horas poderia ter se tornado um filme enfadonho, melodramático, ou até mesmo apelativo. Mas Boyle trata o drama verídico de Aron Ralston, em uma contagiante história de superação sem se tornar piegas. A edição videocliptica e a trilha sonora eclética, como de praxe na filmografia do cineasta britânico, está presente em 127 Horas. Além da convincente atuação de James Franco que tornou o filme em uma obra mais realista e humana.
Coração Selvagem, 1990
A chama que arde na hora do sexo, sempre se mantem acesa, mesmo que suas consequências possam se tornar desastrosas. E é esse tema que David Lynch aborda brilhantemente no road-movie Coração Selvagem. Nicolas Cage interpreta Sailor Ripley um presidiário que foge da condicional com sua fogosa namorada Lula Fortune (a estonteante Laura Dern). Jurados de amor eterno, o casal se dirige para a California, tendo em seus encalços dois capangas da misteriosa Marietta (Diane Ladd), mãe de Lola. Johnnie Farragut (Harry Dean Stanton) é um detetive que nutre uma paixão por Marietta, enquanto Santos (J.E.Freeman) é um criminoso cheio de perigosos contatos. Ambos usam suas artimanhas afim de eliminar Sailor, testemunha de um homicídio. Com "Coração Selvagem", Lynch se consolidou diante da crítica como um excelente cineasta autoral, mesmo depois da bomba "Duna", e da obra-prima "Veludo Azul". O surreal, marca registrada do diretor, se mescla com a lascividade dos humanos em Coração Selvagem., tranportando o espectador em uma jornada de sentimentos efêmeros e impulsivos.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Globo de Ouro 2011

Ontem (16 de Janeiro), o salão do hotel Beverly Hills Hilton em Los Angeles recebeu a 68ª cerimônia do Globo de Ouro. A Associação da Imprensa Estrangeira que trabalha em Hollywood elegeu seus astros, filmes e séries, em um dos anos mais fracos de toda sua história. Quase ninguém engoliu a bizarra indicação de "O Turista", película que tem Angelina Jolie e Johnny Depp como protagonistas. Ou até mesmo "Burlesque" que tem Christina Aguilera e Cher cantarolando, e que foi indicado para melhor filme de comédia ou musical.

Mais lastimoso ainda foram as piadas de mal gosto do apresentador Ricky Gervais. O talentoso comediante britânico apresentou Robert Downey Jr. citando a clínica de desintoxicação de drogas do astro de "Homem de Ferro". Ou até ironizando a pífia carreira de Tim Allen, um dos apresentadores da noite, que visivelmente constrangido foi defendido pelo companheiro de Toy Story, Tom Hanks.

De qualquer forma, entre os baixos e altos a entrega do Globo de Ouro contou com a presença dos dois maiores atores americanos vivos que subiram ao palco do Beverly Hills Hilton; Robert De Niro que recebeu o Cecil B.De Mille por sua obra, e Al Pacino que venceu na categoria de melhor ator para filme de TV.

Os vencedores da noite não foram surpresa para ninguém. Christian Bale, recuperado de sua magreza por "The Fighter", recebeu o Globo de Ouro como melhor ator coadjuvante. Melissa Leo também ganhou pelo mesmo filme na categoria de melhor atriz coadjuvante. A futura mãe Natalie Portman, consolidou seu favoritismo por protagonizar o excelente e sombrio "Cisne Negro". E por fim, o talentoso Colin Firth recebeu o prêmio como melhor ator do ano por "The King´s Speech". Admito que torci por James Franco por seu papel impecável em "127 Horas", mesmo sabendo que sua vitória seria uma possibilidade remota.

David Fincher e seu filme "A Rede Social" venceram merecidamente o Globo de Ouro 2011. A película sobre o jovem bilionário Mark Zuckerberg, criador do Facebook ainda ganhou na categoria de trilha sonora. Trent Reznor, vocalista da banda de rock industrial Nine Inch Nails (NIN) ao lado de Atticus Ross foram os compositores responsáveis pelo score do filme de Fincher. "A Rede Social" também faturou o prêmio de melhor roteiro.

Apesar de nunca ter visto um episódio de "Boardwalk Empire" (em breve vou corrigir esse erro),  vibrei com o prêmio de melhor ator de série dramática para Steve Buscemi. Paul Giamatti também foi agraciado com uma estatueta do Globo de Ouro na categoria de melhor ator de comédia por "Barney´s Version". Ambos conhecidos como coadjuvantes. Annette Bening que está muito bem como uma lésbica em "Minhas Mães e meu Pai", foi escolhida pela imprensa internacional como a melhor atriz de comédia em 2010.

Confira os premiados da noite.

MELHOR FILME DRAMÁTICO-A REDE SOCIAL
MELHOR FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL- MINHAS MÃES E MEU PAI


MELHOR ATOR DRAMÁTICO-COLIN FIRTH (THE KING´S SPEECH)
MELHOR ATRIZ DRAMÁTICA-NATALIE PORTMAN (BLACK SWAN)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE-MELISSA LEO (THE FIGHTER)

MELHOR ATOR COADJUVANTE-CHRISTIAN BALE (THE FIGHTER)
MELHOR ATOR DE COMÉDIA OU MUSICAL-PAUL GIAMATTI (BARNEY´S VERSION)
MELHOR ATRIZ DE COMÉDIA OU MUSICAL-ANNETTE BENING (MINHAS MÃES E MEU PAI)
MELHOR DIRETOR-DAVID FINCHER (A REDE SOCIAL)
MELHOR ROTEIRO-AARON SORKIN (A REDE SOCIAL)
MELHOR FILME ESTRANGEIRO-EM UM MUNDO MELHOR DE SUSANNE BIER (DINAMARCA)
MELHOR ANIMAÇÃO-TOY STORY 3
MELHOR TRILHA SONORA-TRENT REZNOR E ATTICUS ROSS (A REDE SOCIAL)
MELHOR CANÇÃO-"YOU HAVEN´T SEEN THE LAST OF ME" (BURLESQUE)


SÉRIES

MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA-BOARDWALK EMPIRE
MELHOR ATRIZ DRAMÁTICA-KATEY SAGAL (SONS OF ANARCHY)
MELHOR ATOR DRAMÁTICO-STEVE BUSCEMI (BOARDWALK EMPIRE)
MELHOR SÉRIE CÔMICA-GLEE
MELHOR ATRIZ CÔMICA-LAURA LINNEY (THE BIG C)
MELHOR ATOR CÔMICO-JIM PARSONS (THE BIG BANG THEORY)
MELHOR TELEFILME-CARLOS
MELHOR ATRIZ EM TELEFILME-CLAIRE DANES (TEMPLE GRANDIN)
MELHOR ATOR EM TELEFILME-AL PACINO (YOU DON´T KNOW JACK)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE-JANE LYNCH (GLEE)
MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE-CHRIS COLFER (GLEE)

CECIL B.DE MILLE-ROBERT DE NIRO

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

8½ (1963)

  
8½  (1963) de Federico Fellini- ITÁLIA
Com: Marcello Mastroianni, Claudia Cardinale, Anouk Aimée, Sandra Milo e Rossella Falk

Há uns cinco ou seis anos aluguei um antigo VHS de 8½ em uma locadora perto de casa. A fita bem escondida entre velharias empoeiradas estava mal rebobinada. Desde aquela época sabia da importância desse filme para a história do cinema, e portanto decidi assisti-lo. Ao inserir a fita no video cassete de casa, não consegui supotar os frenéticos quinze minutos iniciais. Aquilo tudo me pareceu muito sem sentido, e cai na real que ainda não tinha uma bagagem cinematográfica suficiente para gozar da famigerada obra italiana. Pressionei o botão de "stop" do controle remoto, e decidi que deixaria o filme para depois. Anos depois e cá estou maravilhado com o que posso afirmar categoricamente como o maior roteiro escrito pela sétima arte.

   "8½" continua complexo, cheio de devaneios de seu inseguro protagonista Guido Anselmi (Mastoianni soberbo). A premissa é bastante conhecida e até parece simples. Anselmi é um consagrado cineasta que não consegue ter idéias para seu próximo filme. Toda equipe do filme o pressiona, mas o cineasta vive compenetrado em sua realidade onírica, tranportando-o para lembranças de infância e anseios reprimidos. 


Explicitamente "8½" é uma auto -biografia surreal de Federico Fellini. Fica evidente que o filme que os personagens tanto questionam, é o mesmo que o espectador assiste. Fellini brinca com a metalinguagem em todo longa. Por exemplo, em determinado moment Guido diz que tem liberdade para fazer o que bem entender em sua película, como colocar um marinheiro dançarino no meio de uma cena. Nesse instante ele chama um homem que invariavelmente surge em cena e começa a esboçar patéticos passos de dança.
   Seus verdadeiros medos sobre as eventuais críticas que possa receber, estão explicitos no filme, tal como seu ódio pelos críticos. O fascínio pelas mulheres, tal como sua falta de romantismo também embalam os geniais diálogos da trama. Por vezes fica tão evidente a falta de segurança do alter-ego de Fellini, que Guido se questiona sobre a suposta pretensão e egocentrismo que a película pode trazer a tona. E além de se transportar para o protagonista da trama, Fellini dá espaço para as severas críticas de um intelectualóide que passa o filme todo reprimindo e censurando o cineasta.

 Mas se tem algo de inovador, até para os padrões atuais é a ânsia das criaturas criadas por Fellini em saber qual o verdadeiro significado de tudo aquilo. Nos instantes finais Carla (Sandra Milo), a fútil e fogosa amante de Guido, ao lado de todo elenco dá sua versão para o caótico desfecho. "Tudo isso significa que você não consegue viver sem a gente", dando a entender que sua compreensão está totalmente equivocada, já que se trata da personagem mais estúpida do filme. E como crianças, todos os personagens de "8½"  fazem uma roda em torno de um misterioso foguete (simboliza o fictício filme que aparentemente não se concretizou). Como se dançassem ciranda ao som de uma fanfarra, Fellini brinca com seus personagens mostrando ao espectador mais atento que o cinema em si é um espetáculo circense, lúdico ou complexo como a vida.

Fellini se observa em Guido

Valeu esperar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Decepções de 2010

Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives, 2010, Tailândia
Pretencioso e superestimando, Uncle Boonmee é um retrato religioso e social tailândes que foi premiado injustamente com a Palma de Ouro. O espectador da película do cineasta Apichatpong Weerasethakul presencia quase duas horas de devaneios, em um filme oriental difícil de engolir, mas com grande aceitação da crítica devido a estrutura narrativa "exótica" e sensorial da trama.

Tropa de Elite 2, 2010, Brasil
Sim, a continuação de Tropa de Elite é boa, mas também não é tudo isso. Apesar do prever fatos consolidados de nossa estimada pátria, e de ter batido todos os recordes do cinema nacional, Tropa de Elite não supera o primeiro filme em contudência e originalidade, mas serve como um bem sucedido lampejo de protesto sócio-político.

Abutres, Argentina, 2010
Sou fã confesso do cinema portenho e de seu grande astro Ricardo Darin. Mas infelizmente "Abutres" ficou aquém das minhas expectativas. O filme tem um um premissa muito interessante sobre a máfia por trás da indenização de vítimas de acidentes automobilísticos. Entretanto, os últimos minutos do filme possuem um ritmo muito mais acelerado que seu início, dando ao espectador um desfecho apressado e não muito realista.
Eraserhead, EUA, 1976
Dentre todos os devaneios do cineasta David Lynch, o maior sem dúvidas foi logo em seu debute. O orçamento baixo, pago do bolso do diretor é um dos filmes mais perturbantes do cinema. Não só pelas imagens do bebê mutante, filho do protagonista, mas da forma narrativa do cultuado cineasta. Eu já esperava uma trama onírica aos moldes Lynchianos, mas não uma completa gama de imagens sem sentido que muitos aplaudem sem entender. Há quem diga que o filme discute a paternidade, e os sensos de responsabilidade empregados nela. Mas não acredito que essa foi a verdadeira intenção de David Lynch ao rodar e investir essa comentada película.


My son, My Son, What Have you Done, EUA, 2009 A intenção foi boa, mas o produto final nem tanto.Werner Herzog brinca de David Lynch (por sinal, produtor dessa película), em um filme que tenta levar a tona a obscuridade da mente humana. Apesar de grandes atores como Michael Shannon, Willem Dafoe, Chlöe Sevigny, Brad Dourif e Udo Kier, o filme não emplaca e pouco flui nas misteriosas cenas, aparentemente sem sentido.O filme soa como uma forçação de barra pseudo-intelectual e psicanalística.

Kick-Ass- Quebrando Tudo, EUA, 2010 Apesar do fracasso nas bilheterias, a adaptação homônima dos quadrinhos de Mark Millar foi bem acolhida pela crítica e pelo público. Eu evidentemente "nado contra a maré" e acho o filme apenas um bom passatempo. Os maneirismos hollywoodianos de super-heróis estão nessa película que não encontra em seu protagonista (Aaron Johnson fraco) um personagem carismático. Tanto é que a grande sacada do filme já é a clássica personagem Hit-Girl (Chloe Moretz), como uma menininha que é mais durona que todos os personagens da filmografia do Vin Diesel. Mesmo com ela, o filme fica bem atrás de "Scott Pilgrim" e "Homem de Ferro 2", as melhores adaptações de quadrinhos do ano.

Medos Privados em Lugares Públicos, 2006, França Esse filme me instigou pelo fato de fazer um enorme sucesso nos cinemas de arte de São Paulo. Desde 2007 o filme não saiu de cartaz, levando dezenas de espectadores às salas de cinema toda semana.  Além das presepadas dos anseios modernos abordados pela película, o filme é uma simplória brincadeira do inveterado cineasta francês Alain Resnais em fazer arte. Sim, o filme é divertido e as vezes foge do padrão métrico do cinema atual, mas é basicamente "água com açúcar". Unindo a suposta idealização intelectual do cineasta, somada à simplicidade do enredo e da trama, ainda não compreendi o a cultuação paulistana em torno dessa pequena obra de um grande cineasta.
 

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