Não me culpe de ter baixado "A Rede Social" para meu micro. A estréia no Brasil (em meados de dezembro) me parecia demasiadamente longe para suprir minha ânsia em assistir esse filme. E como um bom internauta, usufrui desse meio ilegal de compartimento de arquivos. Em vinte minutos consegui baixar o filme que só perde para "Inception" entre os mais pirateados na rede. Sinal que a Geração Millennial já corresponde com passos longos, seja ciberneticamente ilegal ou não.
Podemos dizer que "A Rede Social" ilustra bem meu devaneio descrito acima. Apesar de ser um filme com uma moral implícita, sobre um gênio bilionário e solitário, o filme disseca paradigmas da nova sociedade. Desde a estrutura convencional encontrada nos filme de David Fincher; diálogos rápidos e informação excessiva, até a montagem que confunde o espectador entre o passado e presente da trama. Apesar do filme ser para o grande público, "A Rede Social" não é para todos.
A cinebiografia de Mark Zuckerberg, criador e CEO do Facebook, é interpretado com bastante competência por Jesse Eisenberg. O jovem ator que vem ganhando espaço em Hollywood, transmite a genialidade e a solidão do verdadeiro Zuckenberg, tal como descreve o livro biográfico que inspirou o filme. Os trejeitos do jovem bilionário como a fala rápida e incisiva foram bem reproduzidas pelo ator. Já Andrew Garfield, o novo Homem-Aranha, interpreta Eduardo Saverin, co-fundador do famoso site. Além de sócio, Saverin é o único amigo de Zuckenberg. Nos primeiros minutos do filme, descobrimos que a antiga sociedade foi desfeita, e que o co-fundador do Facebook está processando seu antigo parceiro. Grande parte da trama se passa em uma mesa de escritório de advocacia, local em que as duas partes tentam chegar a um acordo. Desde a concepção em Harvard como um simples site de relacionaciomento até sua expansão mundial, a história do Facebook é contada de forma frenética como se fosse uma conversa de bar.
Por mais irônico que possa parecer, se não fosse por uma frustração amorosa de Zuckenberg, talvez não existiria o Facebook. A película aborda a tecnologia como uma válvula de escape dos problemas diários dentro da sociedade atual. Zuckenberg é apenas um representante da nova geração que pode compartilhar grande parte de sua vida à frente de um monitor como se tudo fosse real. O filme trata o surgimento do Facebook, não como um empreendimento, mas sim como armadilha psicológica que um jovem gênio pôde conceber quando se sentiu ameaçado. Já Sean Parker (co-fundador do polêmico Napster e um do sócios do do site de relacionamentos), interpretado por Justin Timberlake, representa o lado ganancioso, empreendedor e superficial de Zuckenberg.
"A Rede Social" é um grande filme, pois nos instiga com a grandiosidade de uma história convencional que se tranforma em um triste "conto de fadas" moderno. Minha dica é para deixar de lado o rótulo de "filme do Facebook", pois David Fincher jamais toleraria trabalhar em um filme sem embasamento.
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