Baseado no livro homônimo de Thomas Mann, "Morte em Veneza" é o segundo filme da trilogia alemã (o primeiro é "Os Deus Malditos" de 1969 e o terceiro é "Ludwig-A Paixão de um Rei" de 1972) de Luchino Visconti. A película do consagrado cineasta italiano ganhou diversos prêmios ao redor do mundo, inclusive em Cannes, em 1971.
"Morte em Veneza" conta a história do compositor alemão Gustav von Aschenback (Dirk Bogarde), um aristocrata talentoso e perfeccionista que traça sua vida minuciosamente como uma nota de acorde. Após um mal-estar ocasionado por um problema cardíaco, o artista decide viajar para Veneza, afim de afastar as angústias de seus pensamentos. É na cidade das gôndolas que Aschenback vislumbra um jovem adolescente chamado Tadzio, na qual o idealiza como padrão de beleza, e assim acaba por se apaixonar.
Luchino Visconti não foca no homossexualismo evidente do protagonista, mas sim em sua tortuosa batalha pessoal, que não o possibilita de ser feliz. Aschenback é prisioneiro de sua moral, na qual limita seu convívio e bem estar na sociedade. Tomado pela melancolia, o artista sufoca em lembraças degradantes durante sua viagem à Veneza. Impulsionado pelo amor platônico que nutre pelo jovem Tadzio, Aschenback tenta dar mais uma chance a si mesmo, para se desvencilhar do sistemático antro de negações que tanto o tortura.
Além da soberba transição entre a obra literária de 1912 e a cinematográfica feita pelo próprio Visconti, "Morte em Veneza" se caracteriza como um filme tecnicamente perfeito. Sua trilha sonora crescente, ilustra os dilemas do protagonista. Tal qual a límpida fotografia, que sutilmente vangloria as belas paisagens de uma cidade triste e redentora.O figurino recebeu uma solitária indicação ao Oscar de 1972, mostrando a falta de sensibilidade dos membros da Academia em relação aos filmes mais artísticos, desde aquele período.
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