quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ressaca do verão

Com o término da temporada de férias nos EUA, os blockbusters são deixados de lado, e começa o períododo ano mais fraco para a indústria norte-americana; a ressaca do verão. Começa Agosto, e filme deixados ao limbo começam enfim a estreiar, dando espaço para produções menores e de baixo orçamento. Na próxima sexta-feira, 30 de Julho, seis filmes serão lançados em terras estadunidenses. Dessa meia dúzia de películas, apenas uma é uma superprodução de alto orçamento. "Cats and Dogs: The Revenge of Kitty Galore", que é apenas uma continuação malfadada, de uma película familiar sobre cachorros e gatos espiões. O grande lançamento dessa semana talvez seja a comédia, "Dinner for Schmucks" com o hilário Steve Carell, e o carismático Paul Rudd.
Dinner for Schmucks

Nas próximas semanas a média de pessoas que vão ir aos cinemas vai despencar. O fato mais evidente, talvez seja a volta às aulas, que atrapalha a indústria de entretenimento cinematográfico. Entretanto no dia 13 de Agosto, dois filmes de destaque na Comic-Con 2010 vai estreiar na telonas. São eles, "Scott Pilgrim vs. the World" de Edgar Wright (Shaun of the Dead e Hot Fuzz), e "The Expendables" de Sylvester Stallone. Um embate digno de verão, entre o magrelo Michael Cera da adaptação cinematográfia do quadrinho homônimo, contra o brucutu Stallone e seu elenco estrelar de "machões".
Scott Pilgrim vs. the World
Após os longas citados, o mês de Agosto e Setembro começa a esquentar com pequenos blockbusters como "Piranha 3D", "Takers","Machete", "Resident Evil:Afterlife" e "Wall Street: Money Never Sleeps".
Com o fim do período multi milionário, Hollywood aguarda o mês de Novembro, afim de lançar possíveis Oscarizados, e grandes produções como "Tron: Legacy" e "The Green Hornet".
 Resident Evil:Afterlife

Para finalizar, os grandes sucessos do verão norte-americano de 2010 foram:
TOY STORY 3: U$366.9 milhões
ALICE IN WONDERLAND-U$334.1 MILHÕES

HOMEM DE FERRO 2-U$310.2 MILHÕES
ECLIPSE-U$268.9 MILHÕES

 

 SHREK FOREVER AFTER-U$234.5 MILHÕES

segunda-feira, 26 de julho de 2010

TOP 5-EUA

O diretor Christopher Nolan e o seu "Inception" mostraram para que vieram. A película estimada em U$200 milhões, já arrecadou nos EUA U$144 milhões. Contando só a bilheteria da terra do Tio Sam, o filme teve uma grande marca, e demonstra a máquina de fazer dinheiro que é o notório cineasta. Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Ken Watanabe, Cillian Murphy, Marion Cotillard, Tom Berenger, Pete Postlethwaite, Michael Caine e Lukas Haas, são os astros que participam da superprodução de ficção da Warner Bros.

Angelina Jolie ficou em segundo lugar, com a estréia do policial "Salt". O filme de espionagem, dirigido por Phillip Noyce, fora apresentado na Comic-Con 2010, que terminou ontem. A película arrecadou U$36,5 milhões.

A animação tridimensional "Despicable Me" está no TOP 5 há três semanas consecutivas. Dirigido por Pierre Coffin e Chris Renaud, a película ficou em terceiro, acumulando só nos EUA, mais de U$160 milhões. Steve Carell, Jason Segel, Russell Brand e Julie Andrews dão vida aos carismáticos dessa comédia animada, e elogiada pela crítica.

Nicolas Cage e Jay Baruchel protagonizam "The Sorcerer´s Apprentice", uma aventura de ação dirigida por Jon Turteltaub. A superprodução da Disney está aquém do esperado nas bilheterias, proporcionando prejuízo ao poderoso estúdio, que viu apenas U$42.6 milhões do dinheiro arrecadado até esse último fim de semana nos EUA.

Em contrapartida ao filme anterior, o estúdio de Mickey Mouse "ri" à toa com os U$380 milhões de Toy Story 3. A terceira parte da famosa franquia, já é o maior sucesso da parceria entre Disney e Pixar. Também pudera, o longa é um ótimo entretenimento para todas as idades.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

COMIC-CON 2010

Amanhã começa a Comic-Con 2010, em San Diego, Califórnia. O famigerado evento nerd reúne o supra-sumo de todas as novidades no âmbito dos quadrinhos, TV e cinema.
Dentro do evento, serão divulgados trailers e teasers de futuros blockbusters. Os mais esperados são novidades sobre os filmes de heróis da Marvel, "Capitão América" e "Thor"; além da aguardada película do "Lanterna Verde", que é da DC Comics. Astros como Angelina Jolie ("Salt"), Jeff Bridges ("Tron"), Brad Pitt ("Megamind"), Will Ferrell ("Megamind"), entre outros, já estão confirmados para divulgar seus futuros projetos no Comi-Con desse ano.
Outro momento bastante esperado, será a coletiva de imprensa em que Sylvester Stallone dará sobre o aguardado "The Expendables", filme no qual dirigiu, escreveu e protagonizou. Confira alguns projetos que estão previstos para a Comic-Con desse ano.
Jason Statham, a mina da novela da Record e Stallone; reunião de brucutus para explodir um país imaginário em "The Expendables". O astro de "Rocky" vai estar no evento nerd mais prestigiado do mundo, para promover seu filme.
Dos criadores de "Kung-Fu Panda", "Megamind" é a nova animação em 3-D da Dreamworks. O longa de animação conta com as vozes de Brad Pitt, Will Ferrell, Jonah Hill e Tina Fey.
A dupla de "Shaun of the Dead" e "Hot Fuzz", Simon Pegg e Nick Frost, estão de volta para a comédia de ficção, "Paul". A presença dos dois comediantes ingleses já é garantida.
Helen Mirren detona tudo e todos em "Red", ação estrelada por Bruce Willis e Morgan Freeman. A eterna "rainha da Inglaterra" no cinema, vai comparecer na Comic-Con 2010.
"Salt", novo filme de espionagem do veterano Phillip Noyce, e protagonizado por Angelina Jolie, também será divulgado no evento.
Desde a Comic-Con 2009, que "Tron-Legacy" vem sendo divulgado pela Disney. A película que vai estreiar em Dezembro, será divulgada pelo segundo ano consecutivo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

SEDE DE SANGUE (2009)

Chan-wook Park é um cineasta das massas em seu país. Os sul-coreanos o veem como um diretor de filmes comerciais. Já os ocidentais tratam a plasticidade do prestigiado cineasta, como a mais rica obra de arte. Enquanto o vampirismo e a castidade se mesclam de forma puritana no lado esquerdo do planeta, através de fábulas modernas para adolescentes, os orientais sugam (com o perdão do trocadilho) do tema, o erotismo que sempre esteve impregnado desde a obra de Bram Stoker, em 1897.

São com imagens pitorescas, e uma edição bem trabalhada, que Park cria o sombrio mundo do pós-morte. Ainda mais, brincando com o tema da religiosidade cristã, que crê na ressureição dos mortos e na purificação da carne. No caso do Padre Sang-hyeon (Kang-ho Song, o grande astro de "O Hospedeiro"), um devoto homem de Deus que encaminha a alma dos fiéis moribundos para salvação, a filosofia cristã toma efeito contrário. Cansado do diário sofrimento que presencia no hospital em que trabalha, o padre torna-se cobaia de uma experiência afim de descobrir uma cura para morte. A doença que lhe acomete, acaba por mata-lo. Pelo menos, durante alguns segundos. Logo após seu último batimento cardíaco, Sang-hyeon "milagrosamente" ressucita.

Meses depois, e com fama de santo, o sacerdote retoma a sua vida e acaba por encontrar antigos conhecidos de infância. Como Lady Ra, que relembra dos tempos em que o padre orfão, ia à sua casa afim de comer macarrão, e brincar com seu filho Kang-woo. Crescido, seu amigo de infância é casado com Tae-ju (a bela Ok-bin Kim), uma moça que foi abandona por seus pais, e desde então passou a morar com Lady Ra.

Logo ao reconhecer a moça de sua infância, o Padre Sang -hyeon é acometido pela luxúria e por uma incessante sede de sangue. Sua audição e olfato ficam estremamente aguçados. O vampirismo, à príncipio, é tratado como uma enfermidade. Park direciona metaforicamente a doença, como o pecado que aos poucos consome o santo homem. Proporcionalmente, com seu anseio em reencontrar a fogosa Tae-ju, Sang-hyeon torna-se sombrio e segue seus instintos, esquecendo-se completamente dos preceitos cristãos que sempre o acompanharam. Contudo, o resultado da experiência que tinha tudo para transforma-lo em um bom homem aos olhos de deus, torna-se uma volumosa e sangrenta contagem de corpos.

Como uma aquarela sequênciada de planos plásticamente exuberantes e reviravoltas surpreendentes, Park cria paradoxalmente uma colorida trama sombria, com muita ação, erotismo, gore e romance. Basicamente uma película sem gênero específico, mas digna de ser a mais sádica da filmografia do cineasta, que tem no currículo "Oldboy", "Sr.Vingança" e "Zona de Risco".

"Sede de Sangue" é poético e crítico, e apesar de não ser a melhor película do aclamado diretor, consegue metricamente se abster de excessos. É como se o sexo, o sangue, a irônia, a poesia e tudo englobado na película, fosse meticulosamente calculado para não cair na apelação. São filmes como esses, que os ocidentais precisam aprender a fazer.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

TOP 5-EUA


Mais uma vez uma animação surpreende positivamente o público e a crítica norte-americana. "Despicable Me" alcançou U$60 milhões em sua estréia. Um valor razoável, para uma película que não teve tanto merchandising envolvido como a draga "Shrek 4ever". O longa de animação estreiou, em sua maioria, em salas de tecnologia 3-D, e agradou crianças e adultos.


Já "Eclipse", terceiro filme baseado na saga literária criada por Stephenie Meyer, caiu uma posição arrecadando U$33.4 milhões. David Slade ("Menina Má" e "40 Dias de Noite"), consolidou de vez a falta de qualidade da saga cinematográfica, mesclado com um romance enjoado entre o triângulo amoroso.


Na terceira posição ficou "Predators", película produzida por Robert Rodriguez, que tem em seu elenco a paulistana Alice Braga. O filme que foi filmado às pressas para estreiar no ápice do verão estadunidense, teve um bom resultado e uma boa recepção do público.


Já a terceira parte da cine-série "Toy Story", ficou em quarto. A Pixar, que ano à ano, vem consolidando sua posição como a produtora que só faz filmes perfeitos. Anualmente, os cinéfilos são agraciados com obras-primas computadorizadas, que são pura emoção e qualidade.


E por último, "The Last Airbender", dirigido e escrito por M.Night Shyamalan. Baseado na animação "Avatar", a película protagonizada por Dev Patel (Slumdog Millionaire) não empolgou os críticos, mas fez bons números nas bilheterias. Quem sabe agora o prestigiado cineasta indiano não volta a fazer sucesso com seus roteiros cheios de reviravoltas, que tornaram-se febre no começo da última década.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O DOCE AMANHÃ (1997)


Existem filmes melancólicos que foram feitos para ganhar Oscar. É o caso de "Preciosa", por exemplo, que exacerba todos os limites da melancolia em uma história pouco original e por vezes apelativas. Contudo existem películas magistrais que tratam o sofrimento humano, como um objeto de estudo e análise quase antropológica. Nesse âmbito, podemos encaixar o visceral "O Doce Amanha", do egípcio radicado no Canadá, Atom Egoyan.

Por ser ao lado de Denys Arcand, um dos queridinhos canadenses nos festivais ao redor do globo, Egoyan coleciona fãs de cinema de arte desde "Exotica" de 1994. Contudo sua obra suprema é esse drama de 1997, que "papou" nada mais que três prêmios no Festival de Cannes daquele ano.

Também pudera, o filme é um espetáculo. Desde sua fria fotografia, até a música incidental que remete ao grungie até o experimentalismo indígena. De fato são pontos relevantes, mas mesmo assim inferiores se comparado com o contexto e a estrutura do roteiro adaptado do cineasta Egoyan. Baseado em um romance de Russell Banks, "O Doce Amanhã" conta a história de Mitchell Stevens (excelente Ian Holm), um advogado que caça causas de acidentes, afim de conseguir indenizações. Deprimido, Stevens sofre a cada ligação que Zoe, sua filha drogada, lhe faz. Mesmo com o doloroso sentimento de tristeza pela filha, o advogado visita uma pequena cidade gelada do interior do país, para tentar descobrir e depois punir, um culpado pelo acidente de ônibus que resultou na morte de quase todas as crianças do local.

Através de sua lábia, Stevens seleciona pais que perderam recentemente seus filhos na tragédia. Como Sam Burnell (Tom McCamus), pai da adolescente Nicole (Sarah Polley), que apesar de ter sobrevivido ao trágico acidente, ficou paralítica. Em contrapartida, o durão Billy (ótimo Bruce Greenwood), que perdera seus dois filhos no fatídico acontecimento, vê em Stevens o oportunismo de um homem que ganha a vida à custa do sofrimento alheio.

Atom Egoyan foca no sofrimento retraído de um pequeno município, e o modo como o povo local trata o acidente, chocando-se com os príncipios de Stevens. Enquanto os habitantes da cidade fazem questão de evitar em tocar no melancólico passado, o advogado decide ir à fundo com a tristeza dos sofridos pais. Tal filosofia, o mesmo adota para sua vida pessoal, na qual procura respostas pelo caminho errado que sua filha tomara.

A melhor parte do filme talvez seja a história que Stevens conta referente à sua filha, quando a mesma tinha três anos de idade. É de uma sensibilidade que despensa retoques. Um pai desesperado, que na linha tênue da vida de sua pequena prole, entra em um dilema moral quando seu bebê é acometido por um choque anafilático e o mesmo deve perfurar sua garganta para que ela possa viver. A imagem da criança angelical, choca-se com a perfurante faca ao seu lado, pronta para traqueostomia.

Méritos de um cineasta talentoso e inteligente, que além de articular um bom roteiro, conseguiu registrar belíssimas performances de seu protagonista, e do elenco de apoio. "O Doce Amanhã" é uma obra-prima indigesta, mas que mantem uma mensagem otimista e revigorante ao término da película.

sábado, 3 de julho de 2010

FICA A DICA

Memórias de um Assassino de Joon-ho Bong (2003)
A última década revelou a qualidade de algumas nações, em relação a produção cinemaográfica. Ao meu ver a Coréia do Sul foi o país que mais surpreendeu a crítica mundial na primeira década do século XXI. Joon-ho Bong demonstrou a qualidade em narrar uma excelente história, que prende a atenção, além de passar uma mensagem subjetiva por trás do contexto da trama. No interior da Coréia do Sul, na década de 80, uma cidade é assolada por um matador de mulheres. O detetive local, focado em seus métodos investigativos ultrapassados, precisa descobrir o culpado pelas atrocidades, ao lado de um especializado investigador de Seul. O lema de cada um dos policiais se choca, entre o passado e o presente de uma nação que em poucos anos se tornou uma potência.

Hannah e Suas Irmãs de Woody Allen (1986)
Uma das melhores películas do cineasta nova-iorquino Woody Allen, onde ele trabalha temas existencias, mesclado ao humor refinado e ao extremo bom gosto. Desde a concepção de Hannah (Mia Farrow), uma atriz aposentada que é casada com um bem sucedido investidor financeiro, interpretado magistralmente por Michael Caine. Uma teia de personagens circula a mulher que definitivamente é invejada pelos seus entes próximos, graças a seu valor familiar, sem se deixar cair à corrompimentos e inseguranças. É o caso de seu marido que se apaixona por Lee (Barbara Hershey), irmã mais nova de Hannah. Ou Holly (Dianne Wiest), a irmã do meio, que é sempre vítima de sua baixo-estima e falta de controle emocional. Todas as histórias são entrelaçadas, pelo memorável Mickey (Woody Allen), quarentão divorciado de Hannah, que acometido pela hipocôndria, tenta de todas as formas buscar um sentido maior para vida.

Toy Story 3 de Lee Unkrich (2010)
Apesar de ser mais um grande feito da Pixar, "Toy Story 3" é um pouco inferior à "Ratatouille", "Wall-E" e "Up". A nova animação empata rigorosamente com seu ótimo antecessor da série Toy Story. Os personagens estão mais engraçados e o longa chove de divertidas referências. A que mais gosto fica por conta da homenagem que ao grandioso japonês Studio Ghibli. Um dos brinquedos de "Toy Story 3" é nada menos que Totoro, o icônico bichinho ´criado por Hayao Miyazaki. Além da referência, a película aborda de forma marcante, a relação de amizade dos brinquedos, em um novo ambiente. A creche "Sunnyside", na qual os personagens são levados acidentalmente. Emocionante, divertido e engraçado, "Toy Story 3" é um grande entretenimento para todas idades.



 

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