O Brasil pode ser melhor no futebol do que os argentinos. Mas tem algo que os "hermanos" dominam melhor do que nós; a simplicidade em contar uma bela história, e passa-la com eficiência para tela de cinema. Enquanto nossos cineastas buscam motivos hipócritas de retratar a pobreza das favelas, os argentinos contam belas parábolas humanas, com muita qualidade.
"Histórias minimas" de Carlos Sorín, consegue unir simplicidade e emoção em três histórias que ao longo da película se cruzam; a de Dom Justo, um idoso de visão fraca que busca seu cachorro foragido; de Roberto, um comerciante que tenta conquistar uma cliente através de um bolo que mandou confeccionar para o filho dela; e da simplória Maria, que é sorteada para participar de um programa televisivo de prêmios.
Apesar de premissas distintas, as três história partem do mesmo vilarejo longínquo da Patagônia, para que o desfecho possa se concretizar no município de San Juanes. O cineasta Carlos Sorín busca retratar a simplicidade e os anseios de pessoas que moram em locais distantes da tecnologia e da agitação do mundo pós moderno. Mas que mesmo assim, possuem sonhos e anseios, que aos olhos de muitos podem ser simplórios, ou até banais.
E como um bom "road movie", as cenas são plasticamente bem retratadas pela fotografia desértica do extremo sul de nosso continente. Além da apresentação de personagens secundários, que também povoam a película com belíssimas histórias. É o caso do confeiteiro lutador, da bióloga molecular, do bondoso ajudante de construção e da velhinha viúva que gosta de palmeiras.
Todo filme retratado de forma linear, sem ângulos revolucionários ou edição videoclípica. Se o brasileiro se preocupa com o bom êxito dos "hermanos", então deve olhar além do futebol. Perdoem minha infâmia, mas na sétima arte quem bate um bolão são os argentinos, ainda mais na última década. E o Oscar desse ano comprovou essa tese. Tal qual "Histórias Mínimas" está ai, para ser apreciado de bom gosto.
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