sábado, 23 de janeiro de 2010

A GRANDE ILUSÃO (1937)

A "Grande Ilusão" de Jean Renoir é considerado um dos melhores filmes anti-guerra da história do cinema. O filme francês de 1937 não apela à violência para demonstrar os terrores da guerra. De forma sútil (como um bom filme de Renoir) somos apresentados a dois combatentes franceses, durante a Primeira Guerra Mundial. Coronel Maréchal (o ótimo e icônico Jean Gabin) e Capitão de Boeldieu (Pierre Fresnay) são capturados pelo exército alemão, após sobrevoarem a região inimiga e cairem numa cilada. Quem recepciona os prisioneiros é o Capitão von Rauffenstein (Erich von Stroheim), que trata os dois soldados franceses de forma honrosa. Apesar da recepção, Maréchal e Boeldieu são levados para um outro campo de prisioneiros de guerra. Nesse local deparam-se com outros franceses, que como eles, tentam fugir através de buracos. O bom trato alemão para com os franceses dado nesse campo, foge à regra quando Maréchal satiriza os alemães e convoca todos frnceses presentes no recinto para cantar "La Marseillaise", o hino francês. Como punição, o rebelde francês passa dias dentro de uma solitária.

O diretor Jean Renoir, conseguiu espremer as amarguras dos combatentes sem apelar para sentimentalismos baratos. Na cena da solidão do Tenente Marechal, o diretor mostra a solidariedade do guarda alemão que presenteia seu prisioneiro com uma gaita. Renoir, que tambem fora combatente na primeira grande guerra, mostra ao espectador que qualquer tipo de conflito é infundável. Tal como o majestoso personagem do Capitão von Rauffenstein, que visita o leito de morte de sua vítima baleada, e pede desculpas a ele. Um dos mais belos momentos que o cinema já viu, através da visceral atuação de Erich vo Stroheim e da sutileza de seu diretor. A banalização da guerra dada por esse filme, nos faz pensar que tudo isso não passa de uma grande ilusão.

Assistir a esse filme é presenciar uma obra-prima a cada minuto de película.

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