O diretor chileno Alejandro Amenabár parece que preveu o futuro do cinema de terror com "Tesis". Segundo um personagem da película explica, o cinema é uma indústria que necessita suprir a vontade dos espectadores. A violência, por exemplo, é o elemento que mais chama o público. "Jogos Mortais" e "O Albergue" que o digam. Dois grandes sucessos de bilheteria ao redor do mundo, banhado por vísceras, sangue e muito sadismo. Por conta disso as salas que os exibiam sempre ficavam lotadas, para o êxito dos estúdios e produtores responsáveis pelas produções. Mas porque? Simplesmente porque o humano nutre dentro de si um lado sádico ligado à violência. É nessa linha de raciocínio que "Tesis" se apoia. Impecavelmente dirigido por Alejandro Amenabár, a película aborda o tema falando dos lendários "snuff movies". Para quem não conhece, "snuff movies" são filmes com cenas reais de morte. Até hoje não foram encontrados exemplares verossímeis desse gênero de terror, porém há quem diga que eles são verdadeiros.
A trama de "Tesis" se desenrola de forma Hitchcockiana, prendendo a atenção do espectador a cada instante. Ángela (Ana Torrent) é uma estudante de comunicação que elabora uma tese sobre a violência na mídia. Em um fatídico dia, a jovem encontra seu professor morto dentro de uma sala de projeção, juntamente com uma fita. O conteúdo dela contém cenas chocantes de uma moça sendo torturada e morta. Com ajuda de Chema (Fele Martínez de "A Má Educação"), um fanático por filmes violentos, a estudante pesquisa a respeito da origem da fita. A maior suspeita cai sobre Bosco (Eduardo Noriega), um jovem bem-afeiçoado que coincidentemente (ou não), possui uma câmera exatamente igual a que foi utilizada para gravar a cena de morte da garota. Com muitas reviravoltas, Amenábar nos lembra que o cinema espanhol de terror e suspense é um dos melhores que existe no mundo. Se o cineasta (que também roteiriza o filma ao lado de Mateo Gil) queria nos mostrar através do filme, os instintos violentos que habita dentro de todos nós, conseguiu com muito proeza e méritos. "Tesis" é uma verdadeira mostra de como o humano é um ser cheio de instintos obscuros, assustadores e porque não, sádicos.
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