Jim Jarmusch conseguiu unir John Lurie (da banda experimental, The Lounge Lizards), Tom Waits e o comediante italiano, Roberto Benigni, em um clássico filme indie, caracterizado pela belíssima fotografia de Robby Müller. A impecável trilha sonora escrita pelos protagonistas da película faz parte desse bolo cultural que "Daunbailó" representa. De fato a história é bem simples. Trata-se de três homens que escapam da prisão na Louisiana e embarcam em uma aventura pelos frios pântanos do estado sulista norte-americano. Dois americanos condenados injustamente por crimes que não cometeram, e um italiano falante que matou um homem com uma bola de bilhar. Por auto-defesa. Já os "injustiçados" tem muitas coisas em comum. Ambos não conseguem lidar com as mulheres e são marginalizados pela sociedade (um é alcoólatra e o outro é um cafetão). Coincidentemente são presos no flagra, devido a ciladas que foram arquitetadas contra eles. Jarmusch retrata, o vazio de homens frios em contraste com a esperança de um europeu cheio de sonhos e lirismos e que claramente se dá melhor na vida do que os dois capengas. O trecho da poesia de Robert Frost, que o personagem de Beningi cita (em italiano) durante a película, sintetiza bem o término e a moral do filme. "Entre dois caminhos bifurcados em um bosque, preferi o menos trilhado. Foi a melhor coisa que fiz". "Daunbailó" junto com "Estranos no Paraíso" foram grandes divisores de água no cinema independente norte-americano. Avant-garde de primeira linha que certamente coroa Jarmusch como o maior cineasta indie estadunidense.
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