domingo, 7 de agosto de 2016

Esquadrão Suicida: estamos de olho!


POR DIEGO MARTINS SALOMÃO

Como alguém pode não gostar de um filme cuja trilha-sonora inclui Queen, Rolling Stones, Black Sabbath, Animals e Creedence? OK, OK, o texto é sobre cinema e não sobre música. Em poucas palavras? Divertido. Para quem conhece o universo dos quadrinhos, não há grandes surpresas na trupe que integra o esquadrão; a real diversão, acredito, está guardada para quem não é do ramo. Explico: quando se fala em um esquadrão de vilões da DC Comics, logo se pensa na riquíssima galeria do Homem-Morcego. Gente famosa em Hollywood, como Charada, Mulher-Gato, Pinguim, Duas-Caras... Talvez um Lex Luthor, importado das histórias do Superman? Não! No terceiro longa-metragem do Universo Estendido DC, o público tem a chance de conhecer a versão cinematográfica de vilões como Pistoleiro – muito bem interpretado por Will Smith – Crocodilo, El Diablo, Capitão Bumerangue – clássico inimigo do Flash – e principalmente Arlequina.

A personagem, que é até bem recente nas ruas e páginas de Gotham City e nunca foi mais do que uma ajudante/amante do Coringa, ganhou alma nova, vivida pela lindíssima – outros termos seriam vetados pela edição do blog – Margot Robbie. Responsável direta por toda a sensualidade e humor do filme, ela foi muito além da sombra do palhaço e brilhou sozinha. Falando em palhaço, aliás, esse foi uma decepção. Não que eu esperasse que Jared Leto fosse superar ou igualar os geniais Jack Nicholson e Heath Leadger, mas transformar um dos maiores vilões de todos os tempos em um aprendiz de gangster é imperdoável! Afora isso, suas cenas com Robbie são absolutamente inexpressivas. Nem românticas, nem sensuais (um feito e tanto se considerarmos a mulher em questão), nem perturbadoras, nada! Jamais direi que o Coringa é um personagem desprezível, mas em Esquadrão Suicida ele foi, sim, apenas um trampolim para sua parceira. Talvez as muitas cenas que dizem terem sido cortadas tenham feito falta, ou seriam apenas mais tempo de alguém que não entrou bem na história?



Difícil saber. Entretanto, se o roteiro erra com ele, acerta com os heróis: Batman e Flash aparecem pouco, mas nos momentos exatos, ajudando a contextualizar a história. Outro ponto de acerto é com relação ao maniqueísmo do mundo dos HQ’s. Se no confuso Batman vs. Superman os dois protagonistas parecem se odiar pelo puro prazer do sentimento, os membros do esquadrão possuem emoções mais complexas, fragilidades, e pode-se inclusive questionar quem são as reais “pessoas do mal” envolvidas na trama. No fim, posso dizer que me diverti. Vi ação, vi porrada, vi tiros, dei boas risadas, um pouco de romance também... Os críticos vão falar mal? Já estão falando. Vai entrar pra história do cinema? Certamente não. Mas vale o ingresso e a pipoca.   

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