A franquia pré-histórica criada por Chris Wedge e pelo brasileiro Carlos Saldanha chega a sua quarta aventura. E como esperado, a nova animação repete a velha fórmula de suas antecessoras. Humor histérico, contexto histórico-geológico para situar o espectador (deslocamento da Pangeia originando os continentes como conhecemos hoje) e a mesma estrutura narrativa da série.
É um dia comum na Era do Gelo. O enciumado mamute Manny não consegue lidar com a puberdade da filha que, se interessa por um jovem macho da mesma espécie. Sid precisa cuidar de sua velha avó, que foi abandonada pela família. E o destemido tigre de dente de sabre Diego continua fiel aos seus amigos. Até que um violento abalo sísmico separa Manny de sua família e deixa o bando flutuando em um pedaço de terra à deriva no mar.
Os três amigos, mais a ranzinza avó de Sid, precisam lidar com piratas liderados por um velho babuíno desbravador de mares. Sua tripulação formada por uma infinidade de "bichinhos" meliantes, capturam Manny e seus companheiros. O bando precisa se desvencilhar dos bandidos marítimos para pegar a corrente que pode leva-los de volta ao continente.
Novos personagens dão um gás cômico em "Era do gelo 4". É o caso da simpática avó de Sid que têm fortes evidencias de sofrer Mal de Alzheimer. O divertido marujo primata que, aqui cabe como o principal antagonista da trama, também aparece como um dos pontos positivos do desenho. Scrat, o icônico esquilo da franquia, continua sua frenética perseguição à tão desejada noz, desencadeando consequências desastrosas para o planeta Terra. O ritmo hiperativo desses personagens são os responsáveis pelas raras gargalhadas da película. Contudo, a fórmula desgastada se sobressai e prejudica o andamento da trama. O núcleo dos mamutes "colegiais" é tão "bobinho", e as lições de moralidade familiar são enfadonhas até mesmo para uma película infantil.
Apesar da boa arrecadação nas bilheterias, a franquia da "Era do Gelo", não conquistou a simpatia entre os críticos como alguns desenhos da década passada. Sem pretensões de mudar a história da animação, a série baseia seu sucesso nas dezenas de produtos licenciados que enche os cofres da Fox. Se os desenhos já não eram grandes coisas, com a saída do brasileiro Carlos Saldanha na direção, a qualidade do quarto filme fica muito mais fragilizada. O roteiro tem poucas sacadas originais, dando espaço para tiradas ultrapassadas e moralismos baratos.
"Era do Gelo 4", de fato, é uma despretensiosa aventura que funciona apenas para crianças menores e que, dificilmente, vai conseguir entreter uma pessoa acima de 12 anos de idade. A não ser é claro, que você seja um fã das atrapalhadas de Sid e do simpático esquilo Scrat.
Nota: 5,0