Perspicaz Pupkin se apresenta ao ídolo, e esse gentilmente lhe sugere uma eventual reunião em seu escritório para conhecer mais a fundo o trabalho de seu fã. Obcecado com a idéia de se reunir e se apresentar no talk-show de Langford, Pupkin procura incansavelmente seu ídolo. Mas ele é barrado pela burocracia da empresa de Langford, mesmo depois de tentativas frustadas de entregar o material pessoalmente nas mãos do apresentador e comediante.
Apaixonado por Rita (Diahnne Abbott, esposa de De Niro na época), uma bela bartender negra, Pupkin faz juras de amor à assustada moça que visivelmente sente pena de seu pretendente. Iludido por suas convicções, mesmo depois de tentativas frustradas de se encontrar com Langford, Pupkin arma um plano audacioso. Ao lado de Rita resolve então invadir a mansão do comediante, afim de lhe mostra o trabalho no qual trabalhou a vida inteira. Se sua situação já não era das melhores, as coisas pioram quando Langford ameaça chamar a polícia, e expulsa da forma mais humilhante Pupkin e sua amada Rita.
Desesperado e sem nada a perder o protagonista trama mais um plano para convencer Langford de seu talento para comédia. Com ajuda de Masha (Sandra Bernhard), uma lunática mulher de classe média alta que é fanática pelo apresentador, Pupkin sequestra seu ídolo. Com um revólver de brinquedo Langford é ameaçado de morte por seus excêntriocos fãs, em um dos sequestros mais atrapalhados da história do cinema.
Apesar do ato desesperado, Pupkin finalmente conquista seus cinco minutos de fama e se apresenta no talk-show de Langford. Já Masha se entrega a loucura, e a luz de velas declara a seu ídolo amordaçado todo o amor platônico que nutre por ele. A "brincadeira" custa cara ao protagonista da trama que acaba sendo capturado pelo FBI, mesmo depois de realizar seu sonho.
Apesar de ser considerado um menor filme de Scorsese, em "O Rei da Comédia" o cineasta sutilmente camufla o drama vivenciado por seu protagonista em humor. Tanto é que o monôlogo cômico no fim da película, revela mesmo que de forma irônica, o triste passado de Pupkin, identificando ao espectador um argumento plauível por seu anseio em se tornar famosos. E toda a banalidade de sua vida seria condensada, mesmo que em um ato imprudente, em um sentido vital. O personagem de De Niro sintetiza o desespero do típico caçador de possibilidades, que mesmo sem talento, anseia por seu lugar no "mainstream". Como "Taxi-Driver" e "Touro Indomável", "O Rei da Comédia" é um triste retrato do frustrante "american dream" em plena era Reagan.
No lançamento do filme Scorsese revelou que as filmagens do filme foram turbulentas. Jerry Lewis algumas vezes não se sentia apto para atuar com De Niro, no qual considerava com um ator de primeira. Seus métodos de atuação assustaram o veterano comediante que revelou não ter grandes experiências como ator de papel sério. A parceria entre De Niro e Scorsese só seria retomada nove anos depois com a obra-prima "Os Bons Companheiros". Mas "O Rei da Comédia" é um bom filme para ser descoberto pelos fãs de De Niro, Scorsese e também de Jerry Lewis.
Scorsese faz uma pequena ponta no filme como o diretor do talk-show de Jerry Langford
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