O Brasil pode ser melhor no futebol do que os argentinos. Mas tem algo que os "hermanos" dominam melhor do que nós; a simplicidade em contar uma bela história, e passa-la com eficiência para tela de cinema. Enquanto nossos cineastas buscam motivos hipócritas de retratar a pobreza das favelas, os argentinos contam belas parábolas humanas, com muita qualidade.
"Histórias minimas" de Carlos Sorín, consegue unir simplicidade e emoção em três histórias que ao longo da película se cruzam; a de Dom Justo, um idoso de visão fraca que busca seu cachorro foragido; de Roberto, um comerciante que tenta conquistar uma cliente através de um bolo que mandou confeccionar para o filho dela; e da simplória Maria, que é sorteada para participar de um programa televisivo de prêmios.
Apesar de premissas distintas, as três história partem do mesmo vilarejo longínquo da Patagônia, para que o desfecho possa se concretizar no município de San Juanes. O cineasta Carlos Sorín busca retratar a simplicidade e os anseios de pessoas que moram em locais distantes da tecnologia e da agitação do mundo pós moderno. Mas que mesmo assim, possuem sonhos e anseios, que aos olhos de muitos podem ser simplórios, ou até banais.
E como um bom "road movie", as cenas são plasticamente bem retratadas pela fotografia desértica do extremo sul de nosso continente. Além da apresentação de personagens secundários, que também povoam a película com belíssimas histórias. É o caso do confeiteiro lutador, da bióloga molecular, do bondoso ajudante de construção e da velhinha viúva que gosta de palmeiras.
Todo filme retratado de forma linear, sem ângulos revolucionários ou edição videoclípica. Se o brasileiro se preocupa com o bom êxito dos "hermanos", então deve olhar além do futebol. Perdoem minha infâmia, mas na sétima arte quem bate um bolão são os argentinos, ainda mais na última década. E o Oscar desse ano comprovou essa tese. Tal qual "Histórias Mínimas" está ai, para ser apreciado de bom gosto.
domingo, 13 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
GRITOS E SUSSUROS (1972)
"Gritos e Sussuros" talvez seja uma das obras mais emocionais da filmografia do cineasta sueco, Ingmar Bergman. Desde a concepção da fotografia rubra, para ressaltar o sofrimento estampado no lar das belas mulheres retratadas na película, às atuações arrebatadoras de um elenco afiado.
A trama gira em torno de três irmãs e a empregada da casa; Agnes (Harriet Anderson), Karin (Ingrid Thulin), Maria (Liv Ulmann) e Anna (Kari Sylwan). O local herdado pela mãe, falecida há 20 anos, serve de moradia para Agnes, que sofre de câncer em estágio terminal. Sabendo da grave doença, suas irmãs decidem ajuda-la até o fatídico momento da morte. Karin é a mais velha das três, e nutre um relacionamento de aparências com um diplomata muito mais velho do que ela. Já Maria é aparentemente uma mulher carinhosa e dedicada, que se esconde por trás de uma máscara de orgulho e egocentrismo. Sua flexibilidade emocional, torna-a infiél, levando-a à um caso com o médico da família.
Anna, a empregada da casa, dedica-se à Agnes como uma filha. Há alguns anos antes dos eventuais acontecimentos, Anna perdera sua filha que morreu ainda criança. Sua figura materna é exposta por Bergman de forma exuberante, como na cena em que seus fartos seios expostos, servem como um amparo à Agnes em seu leito de morte. O companherismo entre a empregada e a mulher doente, se opõem de forma violenta ao relacionamento de Karin e Maria. Fiéis às rígidas regras sociais do período retratado, as irmãs nutrem umas pelas outras, sentimentos supérfluos e quase inexistentes.
O diretor sueco criou em "Gritos e Sussuros", uma obra perturbadora e pesada, que de forma metafórica serve como reflexão para seus espectadores. Em cada olhar distante de Maria, ou em cada pedido de clemência da descontrolada Karin, somos expostos ao lado sombrio e cruel do ser humano. Egocêntricos e solitários, vítimas das aparências, Bergman as descreve como um reflexo de uma família pouco amorosa. Os devaneios da pobre empregada Anna, diante de um suposto encontro entre Agnes já falecida e suas irmãs é de partir o coração. Méritos de Ingmar Bergman, que mesclou qualidade plástica, com um roteiro poético e filosófico sobre o âmbito familiar.
"Gritos e Sussuros" ganhou vários prêmios ao redor do mundo, incluindo o Oscar para impecável e forte fotografia vermelha. Um grande filme de um mestre da sétima arte.
A trama gira em torno de três irmãs e a empregada da casa; Agnes (Harriet Anderson), Karin (Ingrid Thulin), Maria (Liv Ulmann) e Anna (Kari Sylwan). O local herdado pela mãe, falecida há 20 anos, serve de moradia para Agnes, que sofre de câncer em estágio terminal. Sabendo da grave doença, suas irmãs decidem ajuda-la até o fatídico momento da morte. Karin é a mais velha das três, e nutre um relacionamento de aparências com um diplomata muito mais velho do que ela. Já Maria é aparentemente uma mulher carinhosa e dedicada, que se esconde por trás de uma máscara de orgulho e egocentrismo. Sua flexibilidade emocional, torna-a infiél, levando-a à um caso com o médico da família.
Anna, a empregada da casa, dedica-se à Agnes como uma filha. Há alguns anos antes dos eventuais acontecimentos, Anna perdera sua filha que morreu ainda criança. Sua figura materna é exposta por Bergman de forma exuberante, como na cena em que seus fartos seios expostos, servem como um amparo à Agnes em seu leito de morte. O companherismo entre a empregada e a mulher doente, se opõem de forma violenta ao relacionamento de Karin e Maria. Fiéis às rígidas regras sociais do período retratado, as irmãs nutrem umas pelas outras, sentimentos supérfluos e quase inexistentes.
O diretor sueco criou em "Gritos e Sussuros", uma obra perturbadora e pesada, que de forma metafórica serve como reflexão para seus espectadores. Em cada olhar distante de Maria, ou em cada pedido de clemência da descontrolada Karin, somos expostos ao lado sombrio e cruel do ser humano. Egocêntricos e solitários, vítimas das aparências, Bergman as descreve como um reflexo de uma família pouco amorosa. Os devaneios da pobre empregada Anna, diante de um suposto encontro entre Agnes já falecida e suas irmãs é de partir o coração. Méritos de Ingmar Bergman, que mesclou qualidade plástica, com um roteiro poético e filosófico sobre o âmbito familiar.
"Gritos e Sussuros" ganhou vários prêmios ao redor do mundo, incluindo o Oscar para impecável e forte fotografia vermelha. Um grande filme de um mestre da sétima arte.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
FICA A DICA
Em Junho de 2007, com propósito de matar minha ociosidade e meu tempo desperdiçado pelo desemprego, decidi criar esse blog de cinema. Apesar de ser cinéfilo e ter a sétima arte como uma de minhas bases vital, não depositava confiança alguma nesse blog. Três anos depois, posso me dizer surpreso com esse site, que se não é famoso e muito acessado, ao menos me deixa orgulhoso com os mais de 300 posts distribuidos ao longo de 36 meses.
Para comemorar o aniversário de três anos do meu canto cinematográfico na web, decidi criar uma nova sessão para falar de filmes bons que assisti, sem analisa-los como sempre os faço. Claro que as críticas permanecerão, afinal elas são meus xodós nesse blog. Contudo deixarei três dicas cinematográficas em um único post do "Larioscine". Espero que apreciem os filmes.
Para comemorar o aniversário de três anos do meu canto cinematográfico na web, decidi criar uma nova sessão para falar de filmes bons que assisti, sem analisa-los como sempre os faço. Claro que as críticas permanecerão, afinal elas são meus xodós nesse blog. Contudo deixarei três dicas cinematográficas em um único post do "Larioscine". Espero que apreciem os filmes.
Nosferatu-O Vampiro da Noite de Werner Herzog (1979)
Excelente refilmagem do filme expressionista de 1922 que fora dirigido por F.W.Murnau, "Nosferatu" é um dos filmes mais belos de Herzog. A fotografia escolhida pelo cineasta germânico, resgata a essência depressiva da criatura imortal, interpretada lindamente por Klaus Kinski. Além de retratar o temor da morte, através da peste bubônica, tendo o vampiro como o grande responsável pela praga. A cena da cidade sendo tomada por uma legião de caixões, talvez seja uma das mais icônicas dessa película. "Nosferatu" também conta com as atuações da bela Isabelle Adjani e do excelente veterano Bruno Ganz.
Uma Mulher Sobre Influência de John Cassavetes (1974)
Com um enredo e uma premissa bem simples, o cineasta independente Cassavetes criou sua grande obra cinematogáfica com essa película. Gena Rowlands, esposa do cineasta já falecido, vivencia nesse filme uma mulher cheio de mágoas e ressentimentos do marido machão (Peter Falk). Frustrada e de baixo estima, a mulher surta na frente dos amigos de trabalho do marido, e na frente de seus três pequenos filhos. A intensidade da atuação de Gena Rowlands é uma das mais fortes que já vi no cinema, e com certeza retrata com fidelidade, as vítimas do machismo exarcebado de seus maridos.
Os Doze Condenados de Robert Aldrich (1967)
Grande filme de guerra, que inspirou Tarantino e o seu "Bastardos Inglórios" em vários momentos da trama. Nessa película de Aldrich, Lee Marvin interpreta um major rebelde, que deve reunir doze soldados condenados, a uma missão importante e extramente perigosa da Segunda Guerra Mundial. Caso eles concluam, os militares que outrora foram presos, seriam pagos com a liberdade caso concretizassem o plano. O cineasta Robert Aldrich dirige uma deliciosa comédia de guerra, que prende atenção pelo carisma de seus personagens mal feitores. É o caso do durão Joseph Wladislaw (Charles Bronson), do fanático religioso Archer Maggott (o eterno Kojak, Telly Savalas), do estúpido Vernon (Donald Sutherland) e do esperto e memorável Victor Franko (esse papel rendeu a John Cassavetes uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante).
Com efeitos sonoros e especiais magníficos, "Doze Condenados" tem um dos clímax mais deliciosos e realistas do gênero de Guerra.
Com efeitos sonoros e especiais magníficos, "Doze Condenados" tem um dos clímax mais deliciosos e realistas do gênero de Guerra.
domingo, 6 de junho de 2010
TOP 5-EUA
Semana bem equilibrada entre as películas que estão nos cinemas estadunidenses. Apesar de ter a pior estréia da série, "Shrek Forever After" ficou em primeiro lugar nas bilheterias dos EUA. Já a comédia "Get Him to the Greek" com Jonah Hill e Russell Brand , ficou na ótima segunda colocação e surpreendeu. No filme, Brand interpreta o roqueiro Aldous Snow pela segunda vez, depois do filme "Ressaca de Amor" de 2008. Na trama o astro do rock e um jovem contratado para fazer seu seguro de vida, precisam chegar ao Greek Theater, local onde vai acontecer o show do artista.
A comédia romântica "Killers" estreiou com Ashton Kutcher e Katherine Heigl em terceiro lugar."O Príncipe da Pérsia" não foi o sucesso que se esperava, e ficou na quarta posição logo em sua segunda semana em cartaz. "Sex and City 2" frustrou os fãs da série mais uma vez e não agradou. Ficou no quinto lugar, após uma semana de sua estréia.
Veja os números.
A comédia romântica "Killers" estreiou com Ashton Kutcher e Katherine Heigl em terceiro lugar."O Príncipe da Pérsia" não foi o sucesso que se esperava, e ficou na quarta posição logo em sua segunda semana em cartaz. "Sex and City 2" frustrou os fãs da série mais uma vez e não agradou. Ficou no quinto lugar, após uma semana de sua estréia.
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