quinta-feira, 25 de março de 2010
STALKER (1979)
Baseado em um livro de Arkadi e Boris Strugatsky, "Stalker" é um filme estruturalmente artístico. Desde sua concepção plástica, tal como sua direção de arte, fotografia impecável e trilha sonora experimentalista, até o roteiro repleto de diálogos poéticos e discussões filosóficas. Afinal Andrei Tarkovski, diretor de "Stalker", faz o espectador pensar sobre o verdadeiro significado da fé. Não somente a religiosa, mas sim a interior. Que limites o homem consegue ultrapassar, pela sua vontade e esperança? Seria apenas uma ilusão para os fracos? Ou uma utópica idéia para ingênuos homens de vida simplória?
A película soviética de 1979, aborda a misteriosa e mística "zona". Um local desabitado e cercado de arame por todos os lados. Acredita-se que tal local, seja fruto de milagres. Contudo a "zona" não pode ser explorada por qualquer pessoa. Cabe ao "stalker", guiar os visitantes que buscam incensantemente à felicidade.
Andrei Tarkovsky foca em três personagens distintos durante o longa. Um cientista vingativo, um escritor cético e um pobre e miserável "stalker", que guia os homens rumo à seus anseios. Segundo o experiente guia, a "zona" prega armadilhas, desencadeando fatos que podem prejudica-los. A erudição dos visitantes explode na tela, com debates filosóficos sobre a sociedade em geral, e a eterna busca frustrada pela famigerada felicidade. A discórdia entre os erúditos é testemunhada pelo "stalker", que a todo custo tenta-lhes passar algumas lições sobre a "Zona", desencadeando um desfecho brilhantemente assustador.
Antes de adentrar ao misterioso mundo da "Zona", a fotografia é sépia e melancólica, levando ao espectador a tristeza e o vazio existencial de seus personagens Quando o trio de protagonistas, enfim ultrapassam a fronteira do famigerado local, a fotografia passa a ser verde e calma, como as paisagens bucólicas exploradas pelas câmeras de Tarkovsky. É como se naquele lugar, representasse um significado maior para triste vida dos homens.
Apesar de ser um clássico do brilhante cineasta soviético, "Stalker" também é conhecido por fatídicas histórias de bastidores. A exposição de radiação dos envolvidos no filme, derivada das instalações industriais onde foi filmada a película foi tão grande, que os três atores principais e o cineasta faleceram anos depois vitimados por câncer.
Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes em 1979, "Stalker" é uma complexa película dramática, que através do pessimismo retratado, tenta extrair o que o homem pode oferecer de melhor a si mesmo; o poder da fé e a esperança, embora os obstáculos sejam imprevisíveis e duros de serem vencidos.
segunda-feira, 22 de março de 2010
TOP 5-100 ANOS DE AKIRA KUROSAWA
23 de Março de 1910 nascia em Tóquio, Akira Kurosawa. De classe média e de ascendência de uma linhagem samurai, o até então jovem cineasta pretendia ser pintor. A arte ,em primeiro lugar, era sua grande paixão. Além da pintura, apreciava literatura e a cultura ocidental. Teve seu primeiro trabalho no cinema, ainda na década de 30, como assistente de direção. Em 1943 debutou como cineasta em "A Saga do Judô". Apesar de seus primeiros trabalhos na década de 40 serem desconhecidos do grande público, Kurosawa dirigiu "Nora Inu", seu primeiro grande filme. No primeiro ano da década de 50, fora reconhecido em Cannes com o excelente "Rashomon". A partir disso conquistou o mundo todo, principalmente a Europa. Dezenas de cineastas fizeram referência aos legendários samurais de Kurosawa. O cineasta italiano Sergio Leone em sua famosa "Trilogia dos Dólares", por exemplo, sempre declarou sua inpiração nas películas do cineasta nipônico. Com "Os Sete Samurais" (1954) Kurosawa tornou-se um dos maiores diretores da história do cinema. O astro Toshiro Mifune seria seu grande ator fetiche e despertaria anos mais tarde, o interesse dos grandes estúdio hollywoodianos. A Toho, famoso estúdio japonês, até chegou a sonda-lo para dirigir uma película de Godzilla, mas os produtores achariam que a produção ficaria ainda mais cara com o ilustre ditor.
No começo da década de 70, Kurosawa tentou suicídio ao cortar seus pulsos. Isso iria se repetir mais vezes durante o resto da vida. Na década de 80 dirigiu "Ran", que consideraria sua maior obra-prima. Baseada em "Rei Lear", o grandioso épico teve indicações ao Oscar em categorias técnicas e venceu por figurino. Kurosawa também foi indicado como melhor diretor, mas perdeu para Sydney Pollack. O cineasta japonês, contudo receberia uma estatueta de mérito em 1989, onde sagrava-se de vez nos EUA. Em 1990 dirigiria "Sonhos", produção norte-americana orçamentado por Steven Spielberg. Morreu em 1998, vítima de um derrame. Ele tinha 88 anos. Confira suas 5 melhores obras.
Seus samurais levaram à sétima arte, figuras grandiosas que levaram poesia e muita mística japonesa para pessoas ao redor do planeta. Sua veneração no Japão, contudo, curiosamente não é tão unanime como no resto do mundo. De qualquer forma fica a minha homengem a esse que foi um dos maiores cineastas da história, e que amanhã completaria um século de vida.
No começo da década de 70, Kurosawa tentou suicídio ao cortar seus pulsos. Isso iria se repetir mais vezes durante o resto da vida. Na década de 80 dirigiu "Ran", que consideraria sua maior obra-prima. Baseada em "Rei Lear", o grandioso épico teve indicações ao Oscar em categorias técnicas e venceu por figurino. Kurosawa também foi indicado como melhor diretor, mas perdeu para Sydney Pollack. O cineasta japonês, contudo receberia uma estatueta de mérito em 1989, onde sagrava-se de vez nos EUA. Em 1990 dirigiria "Sonhos", produção norte-americana orçamentado por Steven Spielberg. Morreu em 1998, vítima de um derrame. Ele tinha 88 anos. Confira suas 5 melhores obras.
Seus samurais levaram à sétima arte, figuras grandiosas que levaram poesia e muita mística japonesa para pessoas ao redor do planeta. Sua veneração no Japão, contudo, curiosamente não é tão unanime como no resto do mundo. De qualquer forma fica a minha homengem a esse que foi um dos maiores cineastas da história, e que amanhã completaria um século de vida.
segunda-feira, 15 de março de 2010
TOP 5-EUA
Depois de quase três meses, "Avatar" saiu do TOP 5 norte-americano. Com U$730 milhões, a ficção de James Cameron ficou apenas na sétima colocação. O primeiro colocado foi "Alice in Wonderland" de Tim Burton. Apesar da crítica ríspida em relação a tecnolofia 3-D empregada, "Alice" já é o segundo maior sucesso do famoso cineasta, depois de "A Fantástica Fábrica de Chocolate".
Em segundo lugar a estréia da nova parceria entre o ator Matt Damon e o diretor Paul Greengrass. "Green Zone" é a adaptação do livro homônimo que fala sobre o Iraque, e uma possível arma de destruição em massa. O filme provavelmente será lançado no Brasil no dia 16 de Abril.
A comédia teen, "She´s Out of my League" ficou na terceira posição. Já o galã do momento Robert Pattinson saiu de seu famoso vampiro Edward da saga "Crepúsculo", para protagonizar o drama "Remember Me". Frustrando os produtores da película, que apostavam na imagem do astro, "a película não teve o êxito esperado, estreiando apenas na quarta colocação.
Leo DiCaprio e Scorsese completam o TOP 5 com o suspense psicológico "Shutter Island" (leia a crítica abaixo). Confira os números dos filmes da semana.
Em segundo lugar a estréia da nova parceria entre o ator Matt Damon e o diretor Paul Greengrass. "Green Zone" é a adaptação do livro homônimo que fala sobre o Iraque, e uma possível arma de destruição em massa. O filme provavelmente será lançado no Brasil no dia 16 de Abril.
A comédia teen, "She´s Out of my League" ficou na terceira posição. Já o galã do momento Robert Pattinson saiu de seu famoso vampiro Edward da saga "Crepúsculo", para protagonizar o drama "Remember Me". Frustrando os produtores da película, que apostavam na imagem do astro, "a película não teve o êxito esperado, estreiando apenas na quarta colocação.
Leo DiCaprio e Scorsese completam o TOP 5 com o suspense psicológico "Shutter Island" (leia a crítica abaixo). Confira os números dos filmes da semana.
sábado, 13 de março de 2010
ILHA DO MEDO (2010)
Adentrei à sala de cinema desconfiado do filme que ia assistir. Li algumas críticas de "Ilha do Medo" que me desanimaram bastante. Grande parte das pessoas que o viram, acharam a película somente regular.
Contudo senti a grandeza do filme já nos primeiros instantes. Afinal "Ilha do Medo" não é um simples suspense, mas sim uma película de Martin Scorsese. As primerias cenas do filme são magistralmente fotografadas por Robert Richardson (ganhador do Oscar por "O Aviador" e "JFK"). A príncipio uma balsa é apresentada lentalmente ao espectador, saindo de uma densa névoa. Logo presenciamos o protagonista Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) regurgitando. Em seguida, seu personagem conhece o agente Chuck Aule (Mark Ruffalo), um policial que mantem o respeito diante de Daniels, e que o chama de "chefe".
Surge então a famigerada e sombria Ilha Shutter, e seus sinistros habitantes. Scorsese abusa da câmera nervosa para mostrar os muros altos da instituição psiquíatrica para pacientes perigosos. Ao longo do filme sabemos que Daniels e seu parceiro Chuck, estão na ilha para investigar o desaparecimento de uma paciente. Dr.Cawley (Ben Kingsley) é encubido de apresentar a misteriosa situação aos agentes federais.
A edição do filme abusa de flashbacks sobre o passado do protagonista, e de suas alucinações. Através desses devaneios, conhecemos Dolores (Michelle Williams) mulher do protagonista que fora assassinada por um incendiário psicótico. Além de sua esposa morta, Daniels relembra de sua traumatizante experiência em um campo de concentração Nazista.
O excesso de informações que o filme passa ao longo de sua metragem, talvez seja uma grande armadilha que Scorsese caiu. Afinal, o desenvolvimento da história tenta nos confundir com as miragens de Daniels e seu comportamento esquisito diante de sua estadia na ilha. Somos levados a acreditar em uma suposta conspiração federal na longínqua ilha, contra a sanidade de Teddy Daniels. Com um pouco de atenção o espectador mata a charada da película no meio do filme, banalizando a maioria das imagens angustiantes que Scorsese transposta na tela. E tratando-se de uma legítima película americana, somos apresentados a um desfecho totalmente explicativo e "mastigado", não deixando mistérios ao espectador.
Max von Sydow, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Ted Levine, John Carroll Lynch e Elias Koteas completam o elenco estrelar, desse bom filme Noir moderno.
Apesar dos pontos baixos ressaltados, "Ilha do Medo" tem seus bons momentos. De fato não é uma obra-prima do suspense, e não repete com tamanha maestria o clima que Scorsese criou em "Cabo do Medo", por exemplo. Mas se comparado a exemplares modernos desse gênero, estamos diante de um filme diferenciado e estiloso. Requisitos raros no pobre "cinemão" americano da atualidade.
Contudo senti a grandeza do filme já nos primeiros instantes. Afinal "Ilha do Medo" não é um simples suspense, mas sim uma película de Martin Scorsese. As primerias cenas do filme são magistralmente fotografadas por Robert Richardson (ganhador do Oscar por "O Aviador" e "JFK"). A príncipio uma balsa é apresentada lentalmente ao espectador, saindo de uma densa névoa. Logo presenciamos o protagonista Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) regurgitando. Em seguida, seu personagem conhece o agente Chuck Aule (Mark Ruffalo), um policial que mantem o respeito diante de Daniels, e que o chama de "chefe".
Surge então a famigerada e sombria Ilha Shutter, e seus sinistros habitantes. Scorsese abusa da câmera nervosa para mostrar os muros altos da instituição psiquíatrica para pacientes perigosos. Ao longo do filme sabemos que Daniels e seu parceiro Chuck, estão na ilha para investigar o desaparecimento de uma paciente. Dr.Cawley (Ben Kingsley) é encubido de apresentar a misteriosa situação aos agentes federais.
A edição do filme abusa de flashbacks sobre o passado do protagonista, e de suas alucinações. Através desses devaneios, conhecemos Dolores (Michelle Williams) mulher do protagonista que fora assassinada por um incendiário psicótico. Além de sua esposa morta, Daniels relembra de sua traumatizante experiência em um campo de concentração Nazista.
O excesso de informações que o filme passa ao longo de sua metragem, talvez seja uma grande armadilha que Scorsese caiu. Afinal, o desenvolvimento da história tenta nos confundir com as miragens de Daniels e seu comportamento esquisito diante de sua estadia na ilha. Somos levados a acreditar em uma suposta conspiração federal na longínqua ilha, contra a sanidade de Teddy Daniels. Com um pouco de atenção o espectador mata a charada da película no meio do filme, banalizando a maioria das imagens angustiantes que Scorsese transposta na tela. E tratando-se de uma legítima película americana, somos apresentados a um desfecho totalmente explicativo e "mastigado", não deixando mistérios ao espectador.
Max von Sydow, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Ted Levine, John Carroll Lynch e Elias Koteas completam o elenco estrelar, desse bom filme Noir moderno.
Apesar dos pontos baixos ressaltados, "Ilha do Medo" tem seus bons momentos. De fato não é uma obra-prima do suspense, e não repete com tamanha maestria o clima que Scorsese criou em "Cabo do Medo", por exemplo. Mas se comparado a exemplares modernos desse gênero, estamos diante de um filme diferenciado e estiloso. Requisitos raros no pobre "cinemão" americano da atualidade.
segunda-feira, 8 de março de 2010
OSCAR 2010
A 82ª edição do Academy Awards foi o "mais do mesmo". Dupla de apresentadores fraca, já que Alec Baldwin não estava inspirado e mostrou-se muito nervoso. Números musicais "bobinhos" e uma triste homenagem aos filmes de terror, onde "Crepúsculo" fez parte da edição. John Hughes recebeu uma homenagem especial de astros do passado tal como Macauly Culkin. Sua contribuição para o cinema oitentista foi relevante para Hollywood e mereceu tamanha homenagem.
Nas categorias de atuação, Mo´nique, Christoph Waltz e Jeff Bridges venceram merecidamente. Sandra Bullock, apesar de muito simpática, não merecia a estatueta pelo seu filme enlatado. Ok, ela está bem em "The Blind Side", porém uma indicação de "melhor atriz" já estaria de bom tamanho para limitada artista.
A noite de "Avatar" foi um desastre para James Cameron (como se ele tivesse se importado com isso). O filme do mundo Na´Vi saiu do Kodak Theater com apenas três estatuetas. Todas por categorias técnicas. Esse ano o aclamado "Guerra ao Terror" ganhou 6 Oscars. Kathryn Bigelow foi a primeira mulher a ganhar o prêmio de direção na história da Academia. Apesar de minha torcida por Quentin Tarantino, achei merecido o prêmio para a bela cineasta. Bigelow conseguiu focar os terrores e prazeres da guerra de uma forma contundente, sem perder a feminilidade.
O argentino"O Segredo dos Seus Olhos" é inferior "A Fita Branca" e "O Profeta", contudo gostei de sua vitória. As películas argentinas são dezenas de vezes superiores às brasileiras, e nessa última década os portenhos representaram muito bem a América do Sul com suas belas obras. Juan José Campanella recebeu das mãos de Tarantino e Almodóvar o prêmio de melhor filme estrangeiro para Argentina. O país recebeu sua segunda estatueta, já que primeira foi entregue para "A História Oficial" em 1985.
"Up-Altas Aventuras" recebeu merecidamente o prêmio de melhor animação. Apesar do longa da Pixar ter ganho o Oscar, "O Fantástico Sr.Raposa" não fica muito atrás em termos de diversão e qualidade.
Confira os vencedores do Oscar 2010, e minhas respectivas impressões.
FILME-The Hurt Locker
"Guerra ao Terror" é um bom filme de guerra e o melhor produzido sobre o conflito no Iraque. Contudo acho "Bastardos Inglórios" melhor filme.
ATOR-Jeff Bridges (Crazy Heart)
Jeff Bridges é um dos atores mais cultuados dos EUA. "Crazy Heart" não é seu melhor trabalho, mas é muito merecido pelo seu carisma, e pelas dezenas de personagens inesquecíveis que criou em quatro décadas de profissão.
ATRIZ-Sandra Bullock (The Blind Side)
Não gosto de "The Blind Side", pois a trama apela para clichês fáceis de filmes enlatados que vemos facilmente na "Sessão da Tarde". Sandra Bullock de certa forma é a melhor coisa do filme. Não que isso mereça um Oscar. A atriz que fez muito sucesso na década de 90 estava em baixa, mas pôde se reerguer com essa película. Meryl Streep merecia mais.
ATOR COADJUVANTE-Christoph Waltz (Inglourious Basterds)
Nadando contra a maré de críticas, não acho o Coronel Landa de "Bastardos Iglórios" um personagem tão inesquecível quanto dizem. Mas isso não significa que a atuação do sádico e poliglota soldado nazista não mereça um Oscar. Merece sim, por retratar um vilão carismático e divertido, interpretado pelo até então desconhecido austríaco Christoph Waltz.
ATRIZ COADJUVANTE-Mo'Nique (Precious: Based on the Novel Push by Sapphire)
Poucas personagens me deram tanto medo quanto a mãe da protagonista de Precious. Mo´Nique é uma comediante negra que interpretou com uma imensa veracidade o papel da maldosa mãe de Precious. O Oscar mais merecido da noite, sem sobras de dúvida. Foi até aplaudida de pé.
DIREÇÃO-Kathryn Bigelow (The Hurt Locker)
Quebrou tabu, sendo a primeira mulher a ganhar um Oscar. Apesar da filmografia fraca, Bigelow mereceu a estatueta pelo superestimado "Guerra ao Terror".
ROTEIRO ORIGINAL-The Hurt Locker
Mark Boal, jornalista de guerra e roteirista desse filme, arriscou sua vida no Iraque para contar a vida dos desarmadores de bombas. "Bastardos Inglórios" e "Um Homem Sério" mereciam mais.
ROTEIRO ADAPTADO-Precious: Based on the Novel Push by Sapphire
"Precious" foi bem adaptado do livro da autora Sapphire. Mas Jason Reitman merecia mais pelo belo "Amor sem Escalas".
FOTOGRAFIA-Avatar
A fotografia de Avatar captou belos ângulos de um mundo virtual. Mas por ser digital não achei sincero, se comparada à artesanal e linda fotografia de "A Fita Branca" e "Guerra ao Terror"
EDIÇÃO-The Hurt Locker
Prêmio merecido a edição de "Guerra ao Terror". O corte brusco por toda película prende a atenção do espectador e por vezes sufoca. Merecidíssimo.
DIREÇÃO DE ARTE-Avatar
Apesar de belo, não acho justo um mundo virtual ganhar esse tipo de prêmio. Quantos operários não estiveram envolvidos nos belos cenários de "Sherlock Holmes" ou "The Young Victoria"? No caso de "Avatar" bastava um bom e imaginátivo operador de CGI.
FIGURINO-The Young Victoria
Filmes vitorianos sempre ganham nessa categória. "The Young Victoria" captou com maestria o período histórico retratado pelo filme.
MAQUIAGEM-Star Trek
A Enterprise e suas fabulosas criaturas mereceram o Oscar por maquiagem.
TRILHA SONORA-Up
Bela trilha sonora que remete muito à classicos das décadas de 30 à 50. Michael Giacchino ilustrou bem o fantástico e romântico mundo de "Up", através de sua delicada trilha.
CANÇÃO-Crazy Heart
T-Bone Burnett talvez seja um dos maiores músicos especialistas em música Country nos EUA. "The Weary Kind" é uma gostosa canção que conta a história do protagonista retratado em "Crazy Heart".
EDIÇÃO DE SOM-The Hurt Locker
Fazer efeitos sonoros para filme de guerra deve ser muito complicado e trabalhoso. Ainda mais fazer a edição e encaixar perfeitamente os ruídos de bombas explodindo e cabeças sendo estouradas.
EFEITOS SONOROS-The Hurt Locker
Tiros, explosões, estilhaços são sons que devem convencer o espectador em um filme de guerra. A equipe de "Guerra ao Terror" fez com tamanha proeza. Entretanto o mundo Na´Vi de "Avatar" merecia mais créditos nessa categoria, por elaborar novos sons para um planeta inventado.
EFEITOS ESPECIAIS-Avatar
Muito merecido. "Avatar" é um show visual de primeira categoria.
ANIMAÇÃO-Up
Delicada animação da Pixar, produtora que se supera a cada produção e quase todos os anos leva o Oscar. Divertido e emocionante, "Up" é um dos melhores desenhos produzidos na história do cinema. "O Fabuloso Sr.Raposa" não fica muito atrás.
FILME ESTRANGEIRO-El secreto de sus ojos
Como dito os europeus "A Fita Branca" e "O Profeta" são películas mais profundas e fortes do que "O Segredo de seus Olhos". Contudo o espectador pode se emocionar mais com o filme portenho. Os membros da Academia adoram isso.
DOCUMENTÁRIO-The Cove
Golfinhos sendo mortos para virar pasta comestível pode chocar. "The Cove" choca os mais fracos, e nos entristece com a brutalidade humana retratada pelas câmeras nervosas.
Os filmes abaixo não assisti e não tenho como comentar.
CURTA DOCUMENTÁRIO-Music by Prudence
CURTA DE ANIMAÇÃO-Logorama
CURTA-The New Tenants
Nas categorias de atuação, Mo´nique, Christoph Waltz e Jeff Bridges venceram merecidamente. Sandra Bullock, apesar de muito simpática, não merecia a estatueta pelo seu filme enlatado. Ok, ela está bem em "The Blind Side", porém uma indicação de "melhor atriz" já estaria de bom tamanho para limitada artista.
A noite de "Avatar" foi um desastre para James Cameron (como se ele tivesse se importado com isso). O filme do mundo Na´Vi saiu do Kodak Theater com apenas três estatuetas. Todas por categorias técnicas. Esse ano o aclamado "Guerra ao Terror" ganhou 6 Oscars. Kathryn Bigelow foi a primeira mulher a ganhar o prêmio de direção na história da Academia. Apesar de minha torcida por Quentin Tarantino, achei merecido o prêmio para a bela cineasta. Bigelow conseguiu focar os terrores e prazeres da guerra de uma forma contundente, sem perder a feminilidade.
O argentino"O Segredo dos Seus Olhos" é inferior "A Fita Branca" e "O Profeta", contudo gostei de sua vitória. As películas argentinas são dezenas de vezes superiores às brasileiras, e nessa última década os portenhos representaram muito bem a América do Sul com suas belas obras. Juan José Campanella recebeu das mãos de Tarantino e Almodóvar o prêmio de melhor filme estrangeiro para Argentina. O país recebeu sua segunda estatueta, já que primeira foi entregue para "A História Oficial" em 1985.
"Up-Altas Aventuras" recebeu merecidamente o prêmio de melhor animação. Apesar do longa da Pixar ter ganho o Oscar, "O Fantástico Sr.Raposa" não fica muito atrás em termos de diversão e qualidade.
Confira os vencedores do Oscar 2010, e minhas respectivas impressões.
FILME-The Hurt Locker
"Guerra ao Terror" é um bom filme de guerra e o melhor produzido sobre o conflito no Iraque. Contudo acho "Bastardos Inglórios" melhor filme.
ATOR-Jeff Bridges (Crazy Heart)
Jeff Bridges é um dos atores mais cultuados dos EUA. "Crazy Heart" não é seu melhor trabalho, mas é muito merecido pelo seu carisma, e pelas dezenas de personagens inesquecíveis que criou em quatro décadas de profissão.
ATRIZ-Sandra Bullock (The Blind Side)
Não gosto de "The Blind Side", pois a trama apela para clichês fáceis de filmes enlatados que vemos facilmente na "Sessão da Tarde". Sandra Bullock de certa forma é a melhor coisa do filme. Não que isso mereça um Oscar. A atriz que fez muito sucesso na década de 90 estava em baixa, mas pôde se reerguer com essa película. Meryl Streep merecia mais.
ATOR COADJUVANTE-Christoph Waltz (Inglourious Basterds)
Nadando contra a maré de críticas, não acho o Coronel Landa de "Bastardos Iglórios" um personagem tão inesquecível quanto dizem. Mas isso não significa que a atuação do sádico e poliglota soldado nazista não mereça um Oscar. Merece sim, por retratar um vilão carismático e divertido, interpretado pelo até então desconhecido austríaco Christoph Waltz.
ATRIZ COADJUVANTE-Mo'Nique (Precious: Based on the Novel Push by Sapphire)
Poucas personagens me deram tanto medo quanto a mãe da protagonista de Precious. Mo´Nique é uma comediante negra que interpretou com uma imensa veracidade o papel da maldosa mãe de Precious. O Oscar mais merecido da noite, sem sobras de dúvida. Foi até aplaudida de pé.
DIREÇÃO-Kathryn Bigelow (The Hurt Locker)
Quebrou tabu, sendo a primeira mulher a ganhar um Oscar. Apesar da filmografia fraca, Bigelow mereceu a estatueta pelo superestimado "Guerra ao Terror".
ROTEIRO ORIGINAL-The Hurt Locker
Mark Boal, jornalista de guerra e roteirista desse filme, arriscou sua vida no Iraque para contar a vida dos desarmadores de bombas. "Bastardos Inglórios" e "Um Homem Sério" mereciam mais.
ROTEIRO ADAPTADO-Precious: Based on the Novel Push by Sapphire
"Precious" foi bem adaptado do livro da autora Sapphire. Mas Jason Reitman merecia mais pelo belo "Amor sem Escalas".
FOTOGRAFIA-Avatar
A fotografia de Avatar captou belos ângulos de um mundo virtual. Mas por ser digital não achei sincero, se comparada à artesanal e linda fotografia de "A Fita Branca" e "Guerra ao Terror"
EDIÇÃO-The Hurt Locker
Prêmio merecido a edição de "Guerra ao Terror". O corte brusco por toda película prende a atenção do espectador e por vezes sufoca. Merecidíssimo.
DIREÇÃO DE ARTE-Avatar
Apesar de belo, não acho justo um mundo virtual ganhar esse tipo de prêmio. Quantos operários não estiveram envolvidos nos belos cenários de "Sherlock Holmes" ou "The Young Victoria"? No caso de "Avatar" bastava um bom e imaginátivo operador de CGI.
FIGURINO-The Young Victoria
Filmes vitorianos sempre ganham nessa categória. "The Young Victoria" captou com maestria o período histórico retratado pelo filme.
MAQUIAGEM-Star Trek
A Enterprise e suas fabulosas criaturas mereceram o Oscar por maquiagem.
TRILHA SONORA-Up
Bela trilha sonora que remete muito à classicos das décadas de 30 à 50. Michael Giacchino ilustrou bem o fantástico e romântico mundo de "Up", através de sua delicada trilha.
CANÇÃO-Crazy Heart
T-Bone Burnett talvez seja um dos maiores músicos especialistas em música Country nos EUA. "The Weary Kind" é uma gostosa canção que conta a história do protagonista retratado em "Crazy Heart".
EDIÇÃO DE SOM-The Hurt Locker
Fazer efeitos sonoros para filme de guerra deve ser muito complicado e trabalhoso. Ainda mais fazer a edição e encaixar perfeitamente os ruídos de bombas explodindo e cabeças sendo estouradas.
EFEITOS SONOROS-The Hurt Locker
Tiros, explosões, estilhaços são sons que devem convencer o espectador em um filme de guerra. A equipe de "Guerra ao Terror" fez com tamanha proeza. Entretanto o mundo Na´Vi de "Avatar" merecia mais créditos nessa categoria, por elaborar novos sons para um planeta inventado.
EFEITOS ESPECIAIS-Avatar
Muito merecido. "Avatar" é um show visual de primeira categoria.
ANIMAÇÃO-Up
Delicada animação da Pixar, produtora que se supera a cada produção e quase todos os anos leva o Oscar. Divertido e emocionante, "Up" é um dos melhores desenhos produzidos na história do cinema. "O Fabuloso Sr.Raposa" não fica muito atrás.
FILME ESTRANGEIRO-El secreto de sus ojos
Como dito os europeus "A Fita Branca" e "O Profeta" são películas mais profundas e fortes do que "O Segredo de seus Olhos". Contudo o espectador pode se emocionar mais com o filme portenho. Os membros da Academia adoram isso.
DOCUMENTÁRIO-The Cove
Golfinhos sendo mortos para virar pasta comestível pode chocar. "The Cove" choca os mais fracos, e nos entristece com a brutalidade humana retratada pelas câmeras nervosas.
Os filmes abaixo não assisti e não tenho como comentar.
CURTA DOCUMENTÁRIO-Music by Prudence
CURTA DE ANIMAÇÃO-Logorama
CURTA-The New Tenants
quinta-feira, 4 de março de 2010
O MESTRE DA GUILHOTINA VOADORA (1975)
Meu espírito "Tarantinesco" de tirar alguns filmes do limbo, aflorou depois de eu ter visto um documentário sobre o cinema B da Austrália. Em um dos momentos da película, o cineasta Brian Trenchard-Smith fala sobre "The Man from Hong Kong", filme rodado em 1975 com a presença do astro chinês, Yu Wang. Segundo Smith, o mestre em artes marciais e ator de sucesso de fitas marciais, era um sujeito insuportável e preconceituoso.
Considerado o Steve McQueen chinês, Yu Wang abriu às portas para o famoso gênero "Kung Fu" no cinema. Em 1970 dirigiu e protagonizou o primeiro filme de artes marciais (sem espadas e armas), abrindo espaço para Bruce Lee e mais tarde, Jackie Chan.
"O Mestre da Guilhotina Voadora" é a continuação de "O Lutador de um Braço só", primeira película do gênero à alcançar a marca significativa de U$1 milhão em Hong Kong. Esqueça roteiros elaborados e atuações shakesperianas. Aqui a pancadaria domina o filme, e não podeira ser para menos. Yu Wang além de dirigir e protagonizar, também criou o fantástico mundo chinês do século XVIII. Um velho guerreiro cego, descobre que seus dois discípulos foram mortos por um lutador de apenas um braço. Sedento de vingança, o homem parte com sua guilhotina voadora para vingar a morte de seus seguidores. O tal "homem de um braço só
" é conhecido na China Antiga, por suas técnicas de lutas peculiares. Ele sobe em paredes e desafia a lei da gravidade, exibindo-se para os alunos de sua academia de artes marciais. Um dia recebe o convite de um campeonato de Kung Fu, onde os maiores guerreiros da China e de outras regiões da ásia, reunem-se para saber quem é o melhor.
Um dos guerreiros é um índio chinês (???) que estica seus braços, e aplica golpes com a elasticidade de seu corpo. Ele lembra muito o personagem "Dhalsim" da série de games "Street Fighter". Outro lutador bizarro é o tailandês que se une ao "Mestre da Guilhotina Voadora". Antes de sua luta, o guerreiro se concentra com uma dança ao som de uma flauta. Estranho, mas CULT.
O desfecho do filme é empolgante, apesar do visível baixo orçamento limitar alguns efeitos. O som dos socos é engraçado, tanto quanto a maquiagem que beira ao amadorismo. Contudo esses "detalhes" não estragam a diversão que é assistir à "O Mestre da Guilhotina Voadora". Para fãs de lutas marciais e filmes desmiolados, aqui fica minha dica.
quarta-feira, 3 de março de 2010
UM HOMEM SÉRIO (2009)
Desde "O Homem Que Não Estava Lá", os irmãos Coen não ousavam tanto com um roteiro tão complexo, denso e profundo. Valores filosóficos (e porque não matafísicos) são postos em cheque nesse belo exemplar cinematográfico. Protagonizado magistralmente pelo desconhecido Michael Stuhlbarg, "Um Homem Sério" mescla comédia e drama em um roteiro, mais uma vez bem elaborado pelos irmãos prodígio.
Logo de início somos apresentados a uma cena fantástica em que um homem radiante durante uma fria noite retorna ao seu lar. Ao contar à esposa, sobre a ajuda que recebera, a mulher logo trata de desmentir o marido, alegando que a "boa alma" citada pelo marido já tinha morrido. Segundo ela, o espírito morrera três anos antes de Tifo. O suposto fantasma então bate na porta do confortável lar e adentra o local. A mulher temerosa, contudo certa da razão enfia uma faca no peito do espírito convidado pelo marido. Mesmo atingido, o velho e suposto morto decide sair do local que foi mal recebido. Se de fato era um espírito ou não, jamais saberemos. Detalhe que tal conto é falado em hebreu, e termina antes do começo dos créditos iniciais.
"Um Homem Sério" é mais um ótimo exemplar sobre fé questionada. Nesse caso, Larry Gopnik (Stuhlbarg) é um professor de física judeu, que passa por uma péssima fase em sua vida. Mesmo seguindo à risca os valores morais impostos pela sua religião, Gopnik é um tremendo de um azarado. A esposa decide se divorciar dele, enquanto seu irmão mais velho não sai de sua casa. O personagem vive moralmente em queda livre, até que decide se consultar com o rabino local. Após duas consultas mal sucedidas (e uma divertida história que involve prótese dentária), Gopnik perde sua fé gradativamente. Paralelo a isso, o professor ainda é pressionado por um aluno coreano que fora reprovado em sua matéria.
Os irmão Coen mais uma vez lideram um elenco talentoso (e desconhecido), com performances e personagens divertidos. É o caso de Sy Ableman (Fred Melamed), um judeu certinho e charlatão que se relaciona com a mulher de Larry. Ou o Tio Arthur (Richard Kind), gênio incompreendido que mora com seu iGopnik depois de ter perdido todo dinheiro em jogo de cartas.
O roteiro afiado dos Coen, trata da incansável busca humana por respostas, que ao contrário da matemática, não é uma ciência exata. Se existe Deus, ou não, jamais saberemos de fato. A mente humana em polvorosa trabalha questões que são mais simples que se imagina. "Receba com simplicidade tudo aquilo que acontecer com você", frase que abre "Um Homem Sério" deixa uma dica sobre a verdadeira mensagem do filme e da vida, segundo a visão de Ethan e Joel Coen.
Apesar da indicação ao Oscar de "Melhor Filme" e "Roteiro Original", "Um Homem Sério" jamais levaria a estatueta dourada para casa. Os membros da Academia preferem filmes mais faceis e menos profundos.
segunda-feira, 1 de março de 2010
TOP 5-EUA
Martin Scorsese deve estar sorrindo à toa. Sua mais nova obra, "Shutter Island" está em primeiro lugar pela segunda semana consecutiva. Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max von Sydow e Michelle Williams estão no elenco dessa adaptação cinematográfica do livro homônimo.
Na segunda colocação "Cop Out" de Kevin Smith. O famoso cineasta indie, dirigiu o filme que pela primeira vez não escreveu. Toda sua filmografia como cineasta tinha sido feito emcima dos roteiros de sua autoria. A comédia de ação tem no elenco Bruce Willis, Tracy Morgan e Seann William Scott.
A refilmagem do filme homônimo, dirigido por George A.Romero em 1973, "The Crazies" ficou em terceiro. Após o contato com um produto químico misterioso, a pequena população de uma cidadezinha americana começa a ficar louca.
O blockbuster "Avatar" e "Percy Jackson and the Olympians" ficaram em quarto e quinto lugares respectivamente.
Na segunda colocação "Cop Out" de Kevin Smith. O famoso cineasta indie, dirigiu o filme que pela primeira vez não escreveu. Toda sua filmografia como cineasta tinha sido feito emcima dos roteiros de sua autoria. A comédia de ação tem no elenco Bruce Willis, Tracy Morgan e Seann William Scott.
A refilmagem do filme homônimo, dirigido por George A.Romero em 1973, "The Crazies" ficou em terceiro. Após o contato com um produto químico misterioso, a pequena população de uma cidadezinha americana começa a ficar louca.
O blockbuster "Avatar" e "Percy Jackson and the Olympians" ficaram em quarto e quinto lugares respectivamente.
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