sexta-feira, 2 de outubro de 2009
DANÇANDO NO ESCURO (2000)
"Dançando no Escuro" não chega a ser uma obra-prima da sétima arte, como "Dogville", por exemplo. Ao contrário, possui pequenos furos no roteiro e apoia-se na interpetação exagerada da cantora islandesa Bjork. Mesmo com o apoio dado para novata atriz, o veterano elenco não brilha tanto. O nome do filme, fica por conta mesmo do seu diretor e roteirista Lars von Trier. O dinamarquês criou nessa película de pretensões excessivamente chorosas, um estilo inovador e cativante. A Palma de Ouro coube bem para "Dançando no Escuro" (diferentemente de Bjork que ganhou como melhor atriz), pois a mesclagem de crítica política a "Terra do Tio Sam" com musicais da década de 30, formaram um belo par.
A trama conta a história da tcheca Selma Jezkova (Bjork) que muda-se para os EUA, para conseguir pagar uma operação que pode salvar a visão de seu filho Gene (Vladica Kostic). Quase cega, a imigrante soviética junta dinheiro para pagar a cirurgia, trabalhando em uma fábrica. É lá que a protagonista cria uma bela amizade com Kathy (Catherine Deneuve), que à ajuda no estressante trabalho. Selma mora em um trailer junto com seu filho, e paga aluguel para o policial Bill (David Morse) e sua mulher Linda (Cara Seymour). Após uma noite de desabafos, Bill que está quase perdendo seus bens para o banco, descobre que a inquilina está ficando cega. Como troca de favores, o policial pede para que Selma não conte nada sobre a conversa para ninguém. Contudo, sabendo da fraqueza da tcheca, Bill decide roubar o tão suado dinheiro para cirurgia oftalmológica de Gene. A partir daí, o filme se tranforma em uma declínio moral e psicológico para a protagonista da trama.
O maior sonho de Selma é participar de um musical, que muitas vezes é incentivado por um diretor teatral (Vincent Paterson). A música em "Dançando no Escuro" é a representação do sonho americano perdido e da pequena fresta de felicidade que a imigrante ainda tem na miserável vida.
Lars von Trier conseguiu sincronizar tudo muito bem, criando números musicais belíssimos e avassaladores. Apesar de uma densidade trágica (e um pouco forçada), a película faz bonito e mostra a força do cinema autoral no início do século XXI. Quase dez anos depois da estréia em Cannes, von Trier é um dos mais admirados e premiados diretores de cinema do mundo. "Dançando no Escuro" foi um divisor de águas em sua filmografia, consagrando-o de vez para o hall dos grandes cineastas.
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