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Não me alongarei nesse assunto, para não passar falsa demagogia, e simplificarei tudo que presenciei ao assistir a esse filme.
Dogville é uma obra-prima universal que prende o espectador fazendo-o esquecer rapidamente a maneira atípica que Lars von Trier formula a trama. O modo teatral não esta apenas empregado no cenário, mas sim na direção dos atores que se posicionam como personagens encenando Shakespeare em uma peça. E por falar em personagens, não lembrava de um filme com tantos vilões (por assim dizer). Três se destacam; Vera (Patricia Clarkson), uma emotiva e cruel dona de casa da pequena cidade e seu marido Chuck (Stellan Skarsgård). Além de Tom Edison (Paul Bettany), um jovem filósofo que de tão confuso sobre si e sobre os habitantes da cidade que reside, afunda-se em sua arrogância e usa a misericordiosa Grace como um apoio moral para os cidadãos de Dogville. O tiro sai pela culatra, e a personagem da excelente Nicole Kidman, dá a volta por cima da pacata cidade que lhe acolheu e a fez sofrer ao mesmo tempo.
Lars von Trier nos faz questionar horas a fio depois do último minuto de película, sobre temas tão presentes em nossas vidas. Até onde o ser humano é capaz de estancar seus anseios mais primitivos e se fara nobre tal como um cão, que incansavelmente luta apenas por um pedaço de osso? Seria Moisés (nome irônico), o único personagem canino da trama, o verdadeiro e nobre "herói" do filme? Assistam e tirem suas conclusões.
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