"O Ódio" ajudou a revelar dois talentos estimados
para o cinema francês. O primeiro é Mathie Kassovitz, reconhecido ator de
filmes como "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" e
"Munique". Nessa película, Kassovitz desempenhou a função de diretor.
Seu promissor debute como cineasta, o
consagrou em uma série de prêmios pela Europa, incluindo uma indicação a Palma
de Ouro em Cannes. A outra estrela revelada dispensa comentários, já que se
trata do astro Vincent Cassel. “O Ódio" foi o divisor de águas para esses
dois talentos que despontaram para o estrelato internacional.
A trama da película aborda a relação de três jovens
moradores da periferia parisiense, que vivem frequentes embates com policiais,
devido à falta de assistência às condições sociais. Em “O Ódio” acompanhamos um
dia inteiro da vida de três rapazes marginalizados: Vinz (Cassel), o negro
Hubert (Hubert Koundé) e o descendente de árabe Said (Said Taghmaoui). As horas
registradas na película foram antecedidas por um violento confronto com a
polícia, deixando um amigo do trio demasiadamente ferido. A hostilidade recíproca
entre população e autoridades, desperta o citado ódio que dá origem ao nome do
filme.
Com um suave toque de humor, Kassovitz nos transporta para a
vida marginal parisiense de uma forma chocante e inesquecível. Méritos do
diretor e roteirista, e dos primorosos desempenhos dos protagonistas da trama
que despertam ao espectador vários tipos de sensações. Comédia, drama e
suspense fazem parte desse crítico pastiche, abordando problemas franceses de
pouca familiarização aos estrangeiros. Mas
“O Ódio” não é apenas um vislumbre analítico da geopolítica francesa, mas
também um reconhecimento universal aos preconceitos e diferenciação de nossa sociedade.
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