POR DIEGO MARTINS SALOMÃO
Como alguém pode não gostar de um filme cuja trilha-sonora
inclui Queen, Rolling Stones, Black Sabbath, Animals e Creedence? OK, OK, o
texto é sobre cinema e não sobre música. Em poucas palavras? Divertido. Para
quem conhece o universo dos quadrinhos, não há grandes surpresas na trupe que
integra o esquadrão; a real diversão, acredito, está guardada para quem não é
do ramo. Explico: quando se fala em um esquadrão de vilões da DC Comics, logo
se pensa na riquíssima galeria do Homem-Morcego. Gente famosa em Hollywood,
como Charada, Mulher-Gato, Pinguim, Duas-Caras... Talvez um Lex Luthor, importado
das histórias do Superman? Não! No terceiro longa-metragem do Universo Estendido DC, o público tem a
chance de conhecer a versão cinematográfica de vilões como Pistoleiro – muito
bem interpretado por Will Smith – Crocodilo, El Diablo, Capitão Bumerangue –
clássico inimigo do Flash – e principalmente Arlequina.
A personagem, que é até bem recente nas ruas e páginas de
Gotham City e nunca foi mais do que uma ajudante/amante do Coringa, ganhou alma
nova, vivida pela lindíssima – outros termos seriam vetados pela edição do blog
– Margot Robbie. Responsável direta por toda a sensualidade e humor do filme, ela
foi muito além da sombra do palhaço e brilhou sozinha. Falando em palhaço,
aliás, esse foi uma decepção. Não que eu esperasse que Jared Leto fosse superar
ou igualar os geniais Jack Nicholson e Heath Leadger, mas transformar um dos
maiores vilões de todos os tempos em um aprendiz de gangster é imperdoável!
Afora isso, suas cenas com Robbie são absolutamente inexpressivas. Nem
românticas, nem sensuais (um feito e tanto se considerarmos a mulher em
questão), nem perturbadoras, nada! Jamais direi que o Coringa é um personagem
desprezível, mas em Esquadrão Suicida ele
foi, sim, apenas um trampolim para sua parceira. Talvez as muitas cenas que
dizem terem sido cortadas tenham feito falta, ou seriam apenas mais tempo de
alguém que não entrou bem na história?
Difícil saber. Entretanto, se o roteiro erra com ele, acerta
com os heróis: Batman e Flash aparecem pouco, mas nos momentos exatos, ajudando
a contextualizar a história. Outro ponto de acerto é com relação ao maniqueísmo
do mundo dos HQ’s. Se no confuso Batman
vs. Superman os dois protagonistas parecem se odiar pelo puro prazer do
sentimento, os membros do esquadrão possuem emoções mais complexas,
fragilidades, e pode-se inclusive questionar quem são as reais “pessoas do mal”
envolvidas na trama. No fim, posso dizer que me diverti. Vi ação, vi porrada,
vi tiros, dei boas risadas, um pouco de romance também... Os críticos vão falar
mal? Já estão falando. Vai entrar pra história do cinema? Certamente não. Mas
vale o ingresso e a pipoca.