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A escolha da trilha é apenas um elemento que torna sua genialidade ainda mais evidenciada. Além de ser um cineasta de mãos cheias e, quiçá, o maior estudioso de cinema do planeta (não é exagero), o diretor Martin Scorsese é um grande apreciador de músicas de qualidade. Principalmente de rock. Em sua filmografia é notório a presença de grandes clássicos embalando cenas inesquecíveis.
O jovem Scorsese durante as filmagens de WOODSTOCK
Foi no icônico festival de Woodstock que o cineasta ítalo-americano deu sua primeira guinada na carreira, como um mero assistente de direção no famoso documentário que registrou o histórico acontecimento musical de 1969. Mais tarde imortalizou outros momentos ímpares como o derradeiro show da banda The Band, no delicioso O ÚLTIMO CONCERTO. Dirigiu Michael Jackson no clipe BEAT IT, grande hit da carreira do cantor. Mais tarde produziu docs com os Rolling Stones, Eric Clapton e um póstumo do beatle mais subestimado, Sir. George Harrison.
Documentário sobre Eric Clapton
Mas a inserção de músicas de rock bem populares tornou algumas cenas ainda mais inesquecíveis. Se não bastasse a carga dramática e o total controle de direção, a música em sua obra desempenha um valor significativo para sua obra. Confira os 5 momentos mais inesquecíveis dentro deste contexto.
5-) Shipping Up to Boston dos Dropick Murphys em OS INFILTRADOS
Esta canção entoada pela banda celtic punk oriunda de Boston está para OS INFILTRADOS, assim como Stayin Alive dos Bee Gees está para OS EMBALOS DE SÁBADO A NOITE. É impossível não associar a música, quando entoada na rádio, com a obra de Scorsese. A gaita de fole e a quebrada batida tornou a banda famosa depois da estreia do filme e, certamente, é um dos marcos da película que deu tardiamente ao diretor sua primeira estatueta do Oscar. É impossível se manter indiferente diante deste trecho de OS INFILTRADOS. E olha que estamos falando de um filme que tem uma das melhores músicas dos Stones, "Gimme Shelter" (a minha preferida), logo na abertura do longa. Sem contar que a escolha apenas consolidou a ideia de que o diretor não aprecia apenas os velhos clássicos, mas que também está antenado às novas tendências do gênero musical que tanto o fascina.
4-) Jumpin' Jack Flash dos Rolling Stones em CAMINHOS PERIGOSOS
O que poderia dar errado em uma cena tão bem produzida como esta de CAMINHOS PERIGOSOS? Se não bastasse a triunfante introdução do personagem picareta de Robert De Niro, no auge da sua juventude (e anonimato), do impagável Harvey Keitel observando a fanfarronice de seu melhor amigo, além do dinamismo da câmera efetuado pelo movimento do dolly (trilho), Scorsese incrementou à cena a deliciosa canção Jumpin' Jack Flash de sua banda favorita. Uma combinação que beira a perfeição e pode ser conferida acima.
3-) House of the Rising Sun dos The Animals em CASSINO
Cuidado, a cena escolhida contem spoilers. Mas você já assistiu CASSINO, não é mesmo? A melódica House of the Rising Sun ilustrou a matança promovida pelos perigosos gangsters de Las Vegas. Entre violentos takes e muita sanguinolência, a antiga canção dos THE ANIMALS suaviza a violência gráfica e manda o recado: "There is a house in New Orleans They call The Rising Sun And it's been the ruin of many other poor boys And god, I know, I'm one". Inesquecível.
2-) Sunshine of Your Love do Cream em OS BONS COMPANHEIROS
Certamente o filme de máfia mais rock de todos os tempos, THE GOODFELLAS, ou, se preferir, OS BONS COMPANHEIROS, é permeado por cenas magistrais de Scorsese. Numa das cenas mais icônicas, o personagem de Robert De Niro está postado frente a um balcão tragando o cigarro, enquanto seu olhar intimidador repreende Ray Liotta. Se a visceral atuação do veterano astro não bastasse, o diretor regozija o espectador com o imortalizado solo de guitarra de Eric Clapton na famosa Sunshine of your Love, ilustrando toda a ação.
1-) Layla do Derek & The Dominoes em OS BONS COMPANHEIROS
A segunda parte de Layla, composta por um arranjo de piano e o solo de guitarra marcante de Eric Clapton (olha ele de novo por aqui) é seguramente uma escolha preciosa para a trama de OS BONS COMPANHEIROS. No fim do filme, a voz em off de Ray Liotta descreve o infeliz desfecho de alguns mafiosos. Mais uma vez o artifício musical é empregado por Scorsese com a finalidade de suavizar a violência dos cadáveres expostos na famosa sequência. Certamente, este é o momento musical mais emblemático dos filmes do cineasta.
EXTRA: CONFIRA O DIA QUE SCORSESE QUASE SE TORNOU UM ASSASSINO
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