Comic-Con 2009

Para os cinéfilos mais nerds, a Comic-Con é um evento recheado de atrações e surpresas. O grande queridinho dessa edição, ou pelo menos o mais assediado foi o diretor James Cameron. A imprensa quer saber mais a respeito de seu novo projeto de ficção científica "Avatar" que vai estreiar nos cinemas mundiais no fim do ano. Peter Jackson, mais conhecido por seu trabalho na direção, apareceu na Comic-Con 2009 para divulgar "Distrito 9". A estréia desse filme deve acontecer no dia 30 de Outubro. Pôsters e trailers de "Homem de Ferro 2", "Alice no País das Maravilhas", "Zombieland", "2012", "Jonah Hex" e da animação "9" também foram mostrados para a imprensa e os sortudos que estiveram no evento em San Diego, CA. Confira abaixo algumas novidades da Comic-Con 2009.

Woody Harrelson fala um pouco sobre a comédia de terror "Zombieland"

ZOMBIELAND

Megan Fox em cena com "Jennifer´s Body", comédia de terror escrita por Diablo Cody de "Juno"

Boneco de Freddy Kruger, que foi bastante comentado nessa edição da Comic-Con 2009, devido ao remake que vai estreiar em Abril.

Pôster de "Jonah Hill" com Josh Brolin e Megan Fox

Johnny Depp é o Chapeleiro Maluco na nova parceria com Tim Burton em "Alice in Wonderland"

Pôster de Avatar

"Distrito 9"

"Homem de Ferro 2"

Terry Gilliam esteve no evento para divulgar "The Imaginarium of Doctor Parnassus", última pelicula de Heath Ledger.

Filmes que virão-CREATION de Jon Amiel

Jon Amiel não é um cineasta renomado. Sua filmografia se baseia em pequenos blockbusters como Armadilha (1999), Copycat (1995) e O Núcleo (2003). Isso pode mudar com a nova película que dirige ao lado do excelente Paul Bettany e a talentosa Jennifer Connelly. Ambos protagonizam um casal que criam um conflito no relacionamento por um ser muito ligado a ciência, a outra por ser muito religiosa. Aliás o casal é de suma importância na história da humanidade pois trata-se de Charles Darwin e Emma Darwin. Além de narrar as descobertas do famoso estudioso, "Creation" focara o conturbado relacionamento que de forma metafórica representa a ciência contra a religião. Se Jon Amiel conseguiu fazer um bom trabalho, em breve saberemos, contudo o filme tem tudo para dar certo, ainda mais tratando-se de Bettany e Connelly. Seria "Creation" um grande candidato ao Oscar? A película foi escolhida para abrir o simpático Festival de Toronto no próximo dia 10 de Setembro.

Duas novidades de terror

Enfim o sexto filme da série dos mortos de George A.Romero, recebeu um nome definitivo. Antes a película que era apenas conhecida como "...of the Dead", agora se chamara "Survival of the Dead". A data oficial para estréia nos EUA ainda não foi revelada, entretanto os sortudos que estarão presentes no próximo Festival de Toronto, poderão conferir a nova película do "mestre dos zumbis". O aclamado festival canadense ocorrerá entre os dias 10 e 19 de Setembro.


Já os fãs de Freddy Kruger tiveram nessa quarta-feira uma agradável surpresa. A Warner Bros. divulgou a primeira imagem oficial do assassino de crianças, que será interpretado por Jackie Earle Haley. Ao que me parece, o visual do serial killer foi preservado em relação ao original. Contudo os fiéis seguidores de Kruger vão ter que esperar até dia 16 de Abril de 2010, para saciar a vontade de rever o infanticida nas telas do cinema.

DOGVILLE (2003)

Como explicar um filme tão cru e cruel como esse? Cru no ponto de vista da direção de arte que limita-se a usar qualquer tipo de parede que possa separar os personagens e os ambientes. E cruel por nos mostrar a dura realidade da excência humana. Tal como os cães, nós humanos nos limitamos a viver seguindo nossos instintos e anseios. Contudo o que nos diferencia dos nossos amigos caninos é a capacidade de raciocínio. E é nesse aspecto humano que a jovem e bela Grace se apoia até os minutos finas da trama. Lars von Trier nos conta a história de uma mulher, que de tão arrogante e misericordiosa com o próximo, torna-se vítima de sua bondade. E é na pequena e pobre cidade de Dogville que Grace (Nicole Kidman) se engradece como ser humano depois de uma árdua experiência de humilhação e sofrimento em pró de sua convicção. Como se não bastasse o trágico fim da película, Lars von Trier nos perturba com imagens de degradação humana ao som da deliciosa trilha de David Bowie.
Não me alongarei nesse assunto, para não passar falsa demagogia, e simplificarei tudo que presenciei ao assistir a esse filme.
Dogville é uma obra-prima universal que prende o espectador fazendo-o esquecer rapidamente a maneira atípica que Lars von Trier formula a trama. O modo teatral não esta apenas empregado no cenário, mas sim na direção dos atores que se posicionam como personagens encenando Shakespeare em uma peça. E por falar em personagens, não lembrava de um filme com tantos vilões (por assim dizer). Três se destacam; Vera (Patricia Clarkson), uma emotiva e cruel dona de casa da pequena cidade e seu marido Chuck (Stellan Skarsgård). Além de Tom Edison (Paul Bettany), um jovem filósofo que de tão confuso sobre si e sobre os habitantes da cidade que reside, afunda-se em sua arrogância e usa a misericordiosa Grace como um apoio moral para os cidadãos de Dogville. O tiro sai pela culatra, e a personagem da excelente Nicole Kidman, dá a volta por cima da pacata cidade que lhe acolheu e a fez sofrer ao mesmo tempo.

Lars von Trier nos faz questionar horas a fio depois do último minuto de película, sobre temas tão presentes em nossas vidas. Até onde o ser humano é capaz de estancar seus anseios mais primitivos e se fara nobre tal como um cão, que incansavelmente luta apenas por um pedaço de osso? Seria Moisés (nome irônico), o único personagem canino da trama, o verdadeiro e nobre "herói" do filme? Assistam e tirem suas conclusões.

O HOMEM ELEFANTE (1980)

Era fim da década de 70 quando o cineasta Mel Brooks assistiu e gostou de "Eraserhead". O filme que virou um cult instantâneo chamou atenção do comediante que desejava produzir uma cinebiografia baseada na triste vida do inglês John Merrick. A princípio, Brooks convidou Terrence Malick para dirigir, mas foi recusado pelo mesmo. Logo em seguida surgiu o nome do enigmático David Lynch que até aquela época dirigiu apenas um longa e uma série de curtas surrealistas. Diferentemente do colega Malick, o futuro cineasta de "Veludo Azul" aceitou a proposta de Mel Brooks para dirigir "O Homem Elefante". No elenco nomes britânicos consagrados como de Anthony Hopkins, John Hurt, John Gielgud e Wendy Hiller. A norte-americana Anne Bancroft, esposa na vida real do produtor Mel Brooks, também fazia parte do elenco do filme.

O roteiro era baseado na experiências vivenciadas pelo doutor Sir Frederick Travis, que na película é interpretado magistralmente por Hopkins (personagem bondoso que nada lembra o assustador Hannibal Lecter). Já o jovem John Hurt que possuia ótimas referências teatrais e alguns filmes de sucesso na bagagem (Alien), foi o escolhido para protagonizar e dar vida ao deformado John Merrick. Sua paciência foi testada durante as sete horas diárias que teve de se submeter para completar sua pesada maquiagem, incrivelmente idêntica ao original. Diz a lenda que Hurt chegou a cogitar a hipótese de abandonar sua profissão devido ao aborrecimento gerado por aquela árdua rotina. Afinal o personagem no qual interpretava, sofria de uma doença rara chamada neurofibromatose que deforma, além de facilitar o surgimento de dezenas de tumores espalhados por todo corpo.

O instigante enfermo, interpretado por Hurt, é um homem muito triste. Contudo, por trás de sua deformidade, é possível enxegar abeleza de seu caráter dócil, inteligente e verdadeiramente cavalheiro. Apesar dessas características, sua aparência gerava muita polêmica para a população londrinada do fim do século XIX, que se dividia entre aterrorizados e admiradores.

Sensibilizado com o preconceito sofrido por Merrick, o cirurgião Frederick Treves decide acolhe-lo dentro do hospital em que trabalha. Com o aval de Carr Gomm (John Gielgud) diretor do local, o jovem paciente ganha um lar e cuidados que nunca tinha recebido antes. Misterioso, Merrick foi encontrado como uma atração de circo junto a um velho mercenário chamado Bytes (Freddie Jones), e sua origem é quase que desconhecida. A única pista de seu passado é a foto de sua bela mãe, na qual sempre carrega.

Lynch brinca com o espectador nos minutos iniciais da trama, fazendo com que ele fique mais afoito e curioso para ver a triste aparência de Merrick, que de forma chocante é revelada. Outro aspecto interessante é a linearidade inserida na trama que é interrompida por delírios lúdicos que mais tarde seriam marca registrada do cineasta. Além das atuações, direção, fotografia, é valido mencionar o excelente trabalho de maquiagem, que não só ganhou um Oscar técnico, porque naquela época ainda não existia essa categoria (Rick Baker por Um Lobisomem Americano em Londres de 1981 foi o primeiro ganhador de maquiagem). "O Homem Elefante" foi indicado a oito Oscars, mas sequer levou uma estatueta para casa. Uma curiosidade sobre a produção é que o nome do produtor Mel Brooks não está nos créditos, pois seu nome era (e ainda é) associado a filmes de comédias e pastelões. Paradoxos a parte, o investimento do comediante resultou em um dos filmes mais sérios que a sétima arte já produziu.

TOP 5-EUA

O verão norte-americano pega fogo esse ano com os blockbusters da temporada. A cada semana é uma nova película liderando as bilheteria estadunidenses. Essa semana foi o novo personagem do polêmico comediante inglês, Sacha Baron Cohen (Borat), quem ficou nas primeiras colocações. Trata-se de "Brüno", um repórter austríaco do mundo da moda assumidamente homossexual. Já "Ice Age: Dawn of the Dinosaurs" não ficou muito atrás do líder da semana. Por pouco menos de dois milhões de dólares a animação não foi a líder nas bilheterias norte-americanas. "Transformers: Revenge of the Fallen" levou os fãs dos robôs alieníginas ao escurinho do cinema, deixando o filme Michael Bay na terceira colocação. Os ótimos Johnny Depp e Christian Bale ficaram em quarto com "Public Enemies", e Ryan Reynolds e Sandra Bullock na quinta posição com "The Proposal". Confira os números.

1-) Brüno de Larry Charles

Estreiou com: U$30.4 milhões

2-) Ice Age: Dawn of the Dinosaurs de Carlos Saldanha
Último fim de semana: U$28.5 milhões
Total: U$121 milhões

3-) Transformers: Revenge of the Fallen de Michael Bay
Último fim de semana: U$24.2 milhões
Total: U$339 milhões

4-) Public Enemies de Michael Mann
Último fim de semana: U$14.1 milhões
Total: U$66.5 milhões

5-) The Proposal de Anne Fletcher
Último fim de semana: U$10.5 milhões
Total: U$114 milhões

Estréias americanas

Nos EUA o fim de semana para os cinéfilos não será tão recheado de estréias, mas contará com uma película de grande peso. "Public Enemies" de Michael Mann, estrelada por Johnny Depp, Christian Bale e Marion Cotillard, conta a história do famoso gangster da década de 30 chamado John Dillinger. Com a tarefa de arrecadar um bom dinheiro nas bilheterias, o filme une dois grandes atores do cinema norte-americano atual e que jamais ganharam um Oscar. Depp de fato será indicado ao Oscar e Globo de Ouro com essa interpretação, que mais uma vez tornou-se inesquecível em sua carreira. Já Bale, interpreta um policial durão da velha Chicago que tem a obsessão de capturar o famoso criminoso. Toda trama orquestrada pelo veterano Michael Mann de filmes como "O Informante", "Colateral" e "Fogo Contra Fogo".
Para os pirralhos, a boa pedida é "Ice Age: Dawn of the Dinosaurs" dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha. A animação que conta com o recurso 3-D, traça a trama dos conhecidos personagens da série "A Era do Gelo", perdidos em um vale de dinossauros.
Por fim a última estréia da semana é a comédia romântica "I Hate Valentine´s Day" dirigida e estrelada por Nia Vardalas (O Casamento Grego).

Public Enemies
Ice Age: Dawn of the Dinosaurs

I Hate Valentine's Day