Não se faz mais Oscars como antigamente, e isso foi provado na cerimônia de ontem a noite com flashbacks de cenas inesquecíveis, como de agradecimentos antológicos, musicais épicos ou gafes constrangedoras. As últimas edições estão cada vez mais secas e sem emoção. Um detalhe interessante que aconteceu esse ano foi na hora do agradecimento no prêmio de melhor canção, quando cortaram o microfone de uma das vencedoras, e após o intervalo comercial, o apresentador Jon Stewart chamou-a para fazer seu discurso. Fato inédito e justo. Por conta de tais cortes no microfone ou a música da orquestra de Bill Conti (compositor da trilha de Rocky) que sutilmente expulsava o vencedor do palco, os ganhadores friamente agradeciam seus familiares e companheiros de profissão. Porém nesses últimos tempos, poucos norte-americanos ganharam o Oscar em comparação a uma década atrás, por exemplo. Nas categorias de ator e atriz, um inglês e uma francesa, e a de coadjuvantes, um espanhol e uma inglesa. Se não for por emoção, ao menos o Oscar não pecou por internacionalização. O humor também esteve em alta, com o ótimo e desconhecido por aqui, Jon Stewart, que tem um programa de notícias no Comedy Central e na CNN. Como esperado ele tocou em assuntos como a greve dos roteiristas e as eleições norte-americanas. Nada mais justo. O trófeu de melhor apresentador da noite foi para os comediante de Superbad, Jonah Hill e Seth Hogen e para a primeira aparição de Owen Wilson após a tentativa de suicídio. The Rock, digo Dwayne Johnson também esteve presente. Quanto a surpresas, posso citar duas bem óbvias. A Tilda Swinton que ganhou por melhor atriz coadjuvante e chocou a todos (inclusive ela mesmo) e Marion Cottilard, que definitivamente era a que mais merecia a estatueta dourada. De resto, todos nós sabiamos que Javier Bardem, Daniel Day Lewis e os irmãos Coen receberiam. O principal prêmio da noite foi para o ótimo Onde os Fracos Ñão Tem Vez, merecido, se não estivesse concorrendo com Sangue Negro que é ligeiramente superior. Mas a gente perdoa. Melhor que Dança com Lobos em um ano de Bons Companheiros. A seguir a lista dos vencedores do Academy Awards 2008.
A francesa Marion Cotillard ganhou o Oscar de melhor atriz, e foi a mais agradável surpresa da noite
MELHOR FILME-Onde Os Fracos Não Tem Vez de Joel Coen e Ethan Coen
MELHOR DIRETOR-Joel Coen e Ethan Coen (Onde Os Fracos Não Tem Vez)
MELHOR ATOR-Daniel Day Lewis (Sangue Negro de Paul Thomas Anderson)
MELHOR ATRIZ-Marion Cotillard (Piaf-O Hino do Amor de Olivier Dahan)
MELHOR ATOR COADJUVANTE-Javier Bardem (Onde Os Fracos Não Tem Vez dos irmãos Coen)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE-Tilda Swinton (Preço de Conduta de Tony Gilroy)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL-Diablo Condy (Juno de Jason Reitman)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO-Joel e Ethan Coen (Onde Os Fracos Não Tem Vez dos irmãos Coen)
MELHOR FOTOGRAFIA-Sangue Negro de Paul Thomas Anderson (Robert Elswit)
MELHOR MONTAGEM-Ultimato Bourne de Paul Greengrass (Christopher Rouse)
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE-Sweeney Todd-O Demoniaco Barbeiro da Rua Fleet de Tim Burton (Dante Ferreti e Francesca Lo Schiavo)
MELHOR FIGURINO-Elizabeth-A Era de Ouro de Shekhar Kapur (Alexandra Byrne)
MELHOR MAQUIAGEM-Piaf-O Hino do Amor de Olivier Dahan (Didier Lavergne e Jan Archibald)
MELHOR TRILHA SONORA-Desejo e Reparação de Joe Wright (Dario Marianelli)
MELHOR CANÇÃO-"Falling Slowly" de Once de John Carney (Glen Hansard e Markéta Irglová)
MELHOR SOM-O Ultimato Bourne de Paul Greengrass (Scott Milan, David Parker e Kirk Francis)
MELHOR EFEITOS SONOROS-O Ultimato Bourne de Paul Greengrass (Karen M.Baker e Per Hallberg)
MELHOR EFEITOS ESPECIAIS-A Bússola Dourada de Chris Weitz (Michael L.Fink, Bill Westenhofer, Ben Morris e Trevor Wood)
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO-Ratatouille de Brad Bird
MELHOR FILME ESTRANGEIRO-Die Fälscher de Stefan Ruzowitzky (Austria)
MELHOR DOCUMENTÁRIO-Taxi to the Dark Side de Alex Gibney
Deposi de monges ninjas jogando futebol, e um filme de kung fu baseado nos Looney Tunes, o cineasta chinês Stephen Chow dirige, atua e roteiriza uma ficção de comédia sobre um cachorro extraterrestre. Como o próprio diretor citou em entrevistas, a película é baseada no filme E.T.-O Extra-Terrestre de Steven Spielberg, e conta a história de um pai solteiro que presenteia seu filho único com um cão de outro mundo. CJ7 e um marco no cinema de Hong Kong, por ser a ficção científica do país. Estréia dia 7 de Março no EUA. Clique no link abaixo e veja o clipe do filme.
