POR: Diego Martins Salomão
Não sei se é a internet, mas realmente perdi
um pouco o hábito de ir ao cinema. Aquele fantástico momento, de comprar a pipoca, o
refrigerante, escolher lugar – dependendo de como for – se aconchegar no
parceiro e ver os trailers esperando o filme tão aguardado. De fato, fazia
tempo que não tinha uma obra que me quisesse reviver essa emoções, até esse Batman X Superman.
Talvez muito disso se deva a avalanche recente de filmes do homem-morcego que a televisão têm mostrado madrugadas adentro. E, cara, como eu gosto Batman.
Esse mesmo que nos últimos anos foi tão bem tratado pelo
diretor Christopher Nolan. Que trilogia fantástica! Christian Bale fez um Bruce
Wayne perfeito: forte, bonitão, cara de bobo e visivelmente traumatizado. No
segundo filme, “O Cavaleiro das Trevas”, Heath Ledger fez o mais assustador dos
Coringas; um psicopata capaz de assustar até o mais sangue frio dos espectadores!
Aliás, que elenco tinha essa trilogia, não? Michael Caine, Morgan Freeman, Gary Oldman, Marion Cottilard, Joseph Gordon Levitt, Liam Neeson, Tom Hardy, Anne Hathaway... Primeiríssima linha, bem como a armadura e o batmóvel, que mais estava para um
tanque de guerra! E que dizer das histórias? Fantasiosas, é claro, como o
próprio personagem, mas, ao mesmo tempo, tão humanas, tão cheias de
sentimentos, de falhas, no mais antropológico dos sentidos. Não restam dúvidas!
Nolan fez uma obra-prima; Três, na verdade! Deu ao septuagenário herói o
tratamento que ele merecia, mas...
Lembro-me de quando era criança – e daí o fato de esse ser o
meu super-herói favorito – e assistia à lendária série de Adam West na TV.
Adorava! Sem exageros, adorava mesmo aquele Batman gordo, de roupa (não
armadura!) azul, aquele Coringa circense, aquele Robin afeminado, aquela
Mulher-gato... Essa eu continuo adorando! O Fato é que toda aquela tosquice me
era muito divertida, embora, mesmo criança, algo me fazia falta; algo que eu
não sabia explicar, mas que Tim Burton me deu em 1989: um Batman realmente
dark. Armadura, aparições noturnas, sustos, porrada sem onomatopéias,
perseguições de carro... Enfim, um pouco de testosterona para aquele que já era
o meu herói, por mais que o fascínio infantil viesse com algumas gargalhadas. Aliás,
por esses dias, um amigo ficou de me copiar o filme daquela série. Divertidíssimo!
Imagina só: o Batman gordo e o Robin não muito heroico num navio enfrentando
Coringa, Charada, Pinguim e Mulher-Gato (lamentavelmente, não é a Julie
Newmar!). Peça de colecionador!!
Obras de arte, é claro, mas
revolução? Susto? Salto de qualidade? “Uau, finalmente o Batman que eu queria
ver!”? Isso ficou por conta de Tim Burton, 20 anos após a cômica e histórica série.
Agora, por fidelidade ao herói da minha infância, verei seu encontro com o
Superman, de quem sequer falei nesse texto. A bem da verdade, sempre o achei um
personagem bem chato. Vi, é claro, seu históricos filmes nos anos 70, protagonizados pelo lendário Christopher Reeve, mas não
me entusiasmei minimamente com os mais recentes. Quem sabe agora, com outro
protagonista de história inigualavelmente mais interessante?
Ben Affleck, seja bem vindo ao clube do meu herói favorito.