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Ingrid é uma professora que subitamente é acometida pela cegueira. Para se adaptar ao novo mundo de trevas, Ingrid recorre a literatura. Através da escrita, a protagonista extravasa suas angústias e anseios, em forma de auto piedade. Para ela, sua recém adquirida condição motiva lamúrias em forma de parábola.
Imersa no escuro mundo que a rodeia, o que resta a Ingrid é apenas sua imaginação, que formata devaneios e paranoias sobre um suposto caso extraconjugal de Morten, seu marido. Nesta intrínseca história, a deficiente visual cria personagens que podem muito bem ser reais como Elin e Einar. A primeira é uma pobre mãe divorciada que vive à procura de um novo amor. Justamente ela, na concepção de Ingrid, caberia como a suposta amante de seu esposo. Já Einar é um homem solitário e pouco sociável, que se masturba de forma compulsiva. Seu voyeurismo é um passatempo de contemplação a sua miserável existência.
Os alter-egos de Ingrid sofrem com a forma impiedosa e cruel que seus destinos são traçados pela escritora, que desconta sua percepção distorcida nos dois personagens. A trama criada pela protagonista se confunde com a realidade, se fundindo na película como forma de reflexão ao espectador.
O exercício sensorial proposto pelo diretor Eskil Vogt é demonstrar que a cegueira pode se abater tanto patologicamente quanto de forma figurada. No caso de Ingrid, as duas condições são manifestadas simultaneamente.
BLIND é um filme que passou de forma discreta nos grandes festivais ao redor do mundo. Muito elogiado em Sundance, a produção norueguesa do cineasta Eskil Vogt não figurou na lista dos melhores de 2014. Uma pena, já que o filme é um dos trabalhos mais originais do último ano.
Confira o trailer do filme distribuído no Brasil pela Imovision