Roman Polanski, cineasta francês radicado na Polônia e condenado por estuprar uma garotinha de 13 anos, foi preso no último fim de semana na Suiça. Ao receber um prêmio pelo conjunto da obra no Festival de Zurique, a justiça norte-americana armou uma emboscada para finalmente prender o possível molestador sexual. Muito já se falou sobre esse fato isolado na vida tão polêmica e infeliz de Polanski. Dizem que a garota, apesar de sua pouca idade, concordou com o ato sexual durante uma festa na mansão de Jack Nicholson em 1977. Desde então o cineasta nunca pisou em solo estadunidense. Nem quando ganhou o famigerado Oscar de diretor em 2003, por "O Pianista". É válido reelembrar alguns episódios infelizes da vida do diretor.
No final da década de 60, Sharon Tate, uma bela atriz norte-americana e grávida de Polanski, sucumbiu a fúria da famosa quadrilha de Charles Manson. Inspirados pela canção dos Beatles, "Helter Skelter", a "família" do maníaco entrou na casa onde Tate estava e brutalmente a estrupou e a matou. A atriz tinha participado do clássico do terror, "Dança dos Vampiros", no qual conheceu seu amado Polanski. Como muitos judeus, o diretor de "Bebê de Rosemary" e "Chinatown", correu risco de morte e quase foi para um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Estudou cinema e dirigiu um único filme na Polônia, pais no qual se radicou; "Faca na água". Também trabalhou como ator em filmes poloneses do mestre Andrzej Wajda.
No momento Roman Polanski trabalha com Ewan McGregor e Pierce Brosnan, na adaptação homônima do livro, "The Ghost" de Robert Harris.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
TARANTINO NÃO VEM MAIS PARA O FESTIVAL DO RIO
Tarantino nunca foi flor que se cheirasse. Sua genialidade sempre foi comparada a suas explosões emotivas e complexo de super estrela. Astro ele é, ainda mais dentro da hierarquia de cineastas. Depois de Spielberg, Tarantino possivelmente é o diretor mais conhecido do mundo. Seus filmes são amados por cinéfilos em todo globo. Contudo seu caráter não condiz com tamanha popularidade. Não que ele seja uma pessoa de má índole por ter recusado o convite de vir para o Brasil divulgar "Bastardos Inglórios". Só que sua reputação pessoal é muito baixa. Casos como o soco que deu em um fã no Festival de Sundance no ano passado, mancharam sua imagem. Conhecido por repugnar qualquer ato de idolatria a sua pessoa, Tarantino sempre foi avesso aos amantes de sua arte. Os latinos então nem se falem. Um exemplo claro disso foi a reação que teve ao ver o repórter engravatado do humorístico CQC da Rede Bandeirantes. Rafael Cortez foi quase agredido pelos brutamontes que cuidavam da segurança do cineasta. Sem contar, relatos de fãs agredidos por quererem tirar fotos e pedir autográfos para Tarantino. Agora essa notícia de que ele não vira mais ao Brasil, pois alega estar muito exausto. Será que ele recusaria na França? No Japão? Se ele soubesse que os mais de 200 lugares do cinema carioca para ve-lo de perto se esgotaram em menos de 20 minutos, talvez ele se esforçaria um pouco mais para vir.
De fato sua genialidade não pode ser julgada graças a esses atos infelizes. Afinal ele é o "cara", e um dos diretores mais influentes da história. Mesmo minha idolatria permanecendo, terei sempre a mesma posição quanto ao caráter dessa polêmica figura hollywoodiana.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
TERRA DE NINGUÉM (1973)
"Terra de Ninguém" é um daqueles cults que não recebem merecida atenção na época de seu lançamento. Caso dessa película que apesar de ser indicada para o BAFTA, e de boas críticas na época, o filme não obteve um grande sucesso. Contudo Martin Sheen e Sissi Spacek foram lançados diretamente para o spotlight hollywoodiano e estrearam filmes importantes da década de 70. Também pudera, suas atuações são monstruosas (no bom sentido) e memoráveis, e ajudaram Terrence Mallick, diretor e roteirista do filme, a criar essa bela obra existencialista. "Terra de Ninguém" anda em contramão ao famigerado "American Dream". Seu protagonista é o jovem Kit (Sheen), que trabalha como lixeiro de uma pequena cidade interiorana de Dakota do Sul. O rapaz conhece Holly (Spacek), uma garota dez anos mais jovem, que apesar de pouca personalidade e de uma criação rígida do pai (Warren Oates), apaixona-se loucamente. Apesar do amor recíproco, Kit se descontrola e friamente mata o pai de sua namorada. A partir desse momento o filme que é pontuado pela narração em primeira pessoa da jovem, torna-se um road-movie violento e belíssimo em sua fotografia desértica. Somos tomados por um casal imprudente que vive como animais por vários estados sulistas dos EUA da década de 50. Tendo como principal metáfora a violência de Kit, podemos testemunhar a baixa estima do protagonista que vê na arma de fogo a solução de sua miserável condição de vida. Já Holly, apoia-se em seu namorado, devido ao seu carisma e sua personalidade, mesmo discordando plenamente com seus cruéis métodos de vida.
Anos mais tarde, Terrence Malick, dirigiu e lançou o até então desconhecido Richard Gere no drama "Dias de Paraíso". Após essa película só voltaria a dirigir vinte anos depois com o poético e filosófico "Além da Linha Vermelha", no qual dirigiu um dos elencos mais estrelares da história do cinema estadunidense.
"Terra de Ninguém" é considerado por muitos críticos como um dos melhores filmes do realismo norte-americano da década de 70, tendo as obras de diretores como Altman, Scorsese e Coppola como carros-chefe.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
SURVIVE STYLE 5+ (2004)
Engraçado, empolgante, comovente, poético, filosófico e colorido. Muito colorido. É assim que pode-se sintentizar essa película do novato Gen Sekiguchi. Válido salientar também, que o diretor nunca mais dirigiu um outro filme. Em compensação o elenco é estrelar. Temos Tadanobu Asano (Ichi, The Killer), Yoshiyuki Morishita (Wild Zero), Vinnie Jones (Snatch.) e Sonny Chiba (Kill Bill), além de outros rostos conhecidos da cena atual do cinema nipônico. "Survive Style 5+" mescla a poesia tradicionalmente japonesa, com altas referências ao cinema pop americano. Se Tarantino homenageou a sétima arte do japão com Kill Bill, Sekiguchi homenageia o diretor de Pulp Fiction nessa película. Os diálogos são hilários e as cenas são muito bem fotografadas, remetendo o espectador a um grande delírio visual.
A trama conta com cinco histórias distintas; um homem que tenta matar sua mulher, aparentemente imortal; uma publicitária que mistura seu trabalho e criatividade com as atividades do dia-a-dia; um assassino inglês e seu fiel tradutor japonês; três marginais, sendo que dois deles são explicitamente homossexuais; e uma pai de família que vira um pássaro, depois de uma hipnose fatidicamente inacabada. Todas histórias se cruzam, sendo que o tal assassino inglês (interpretado pelo carismático Vinnie Jones) é a espinha dorsal da trama e ponto metafórico do filme. Antes de fazer mais uma vítima, o britânico pergunta sobre a função dela no mundo, e seus anseios em relação a vida. Aliás, as mudanças no ciclo vital é o ponto forte e a principal abordagem dessa colorida trama que definitavemente não possui um gênero específico. Ora gargalhamos, oora nos empolgamos com a ação, ora nos comovemos com os personagens ou ora refletimos. Mas durante as quase duas horas de filme, jamais deixamos de nos deliciar com essa que é mais uma obra-prima do cinema da terra do Sol Nascente. "Survive Style 5+" é cinema cabeça sem deixar de ser pop, e merece ser visto por todos.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
DUPLO TERROR NO TOP 5-EUA
O último fim de semana nos cinemas norte-americanos teve duas estréias de terror. "The Final Destination" e "Halloween II" ficaram em primeiro e terceiro lugar respectivamente. A segunda posição foi para o já aclamado "Inglorious Basterds". Os alienígina de "District 9" e o filme da franquia dos brinquedos, "G.I Joe" ficaram em quarto e quinto respectivamente. "The Final Destination", grande campeão da última semana, não oferece nada de novo em seu enredo, somente o formato em 3-D da película. Já "Halloween II" de Rob Zombie, é uma fraca continuação, do também franco remake do filme de John Carpenter. Para os fãs de terror, essas duas películas, apesar de serem fracas, incentivam os produtores a investirem em produções de terror. Quem sabe uma hora eles não acertam e façam alguma coisa realmente boa. Enquanto isso espero anciosamente pela nova película de George Romero que estréia em Toronto na próxima semana.
Assinar:
Postagens (Atom)